A nin nasceu de uma conexão. Dessas que mais parecem um portal, e sempre aparecem quando e onde deveriam. Letícia Gicovate sempre quis ter uma revista. Alice Gallefi estava em busca de um projeto autoral para lançar na Editora Guarda-Chuva. Uma conhecia a irmã da outra, acabaram se trombando e, de repente, click. Juntas elas criaram a nin, a mais sexy e excitante novidade do mercado editorial independente do Brasil. Uma revista semestral, que traz um olhar muito único e especial sobre a arte erótica.
“A nin nasceu de uma sintonia muito forte entre eu e a Alice”, conta Letícia, entre sorrisos e autógrafos, num papo gostoso durante o lançamento da revista em São Paulo. “A gente foi criando a revista e uma cumplicidade ao mesmo tempo. E eu acho que ela só aconteceu porque nos encontramos, com as nossas personalidades complementares. Foram muitas madrugadas regadas a vinho e eu acho que a revista ficou com esse clima íntimo que a gente criou durante o processo”.
Fotos: Tiago Petrik
Tudo começou quando ela descobriu o mercado de revistas independentes de Berlim. “O Brasil estava supermiado, as coisas estavam acabando, eu só ouvia coisas horríveis. Quando cheguei lá encontrei um mundo de revistas nichadas, independentes, maravilhosas, incríveis”, relembra Letícia. “ Eu comecei a morar nessas ‘magazine shops’, ficava o dia inteiro estudando e descobrindo coisas. Foi aí que nasceu essa paixão e essa vontade”.
Muitos anos passaram até que Letícia encontrou a publisher com a mesma coragem e paixão. O erótico surgiu quando as duas juntaram as suas estéticas e perceberam que a sensualidade era onipresente, tanto no olhar das duas para moda, fotografia, arte ou literatura. “O erótico a princípio assustou porque a gente não sabia como ia ser recebido, até por isso preferimos não falar muito durante o processo pois a nossa visão era muito peculiar, não queríamos criar nenhum tipo de expectativa”, conta.
Nesse meio tempo, Letícia se apaixonou pela história de Ilona Staller, a legendária Cicciolina, e numa madrugada insone descobriu o e-mail pessoal da musa pornô. Ela respondeu logo, dizendo que sim. Foram seis meses de conversas e trocas, que resultaram na matéria de capa da primeira edição, que desconstrói as muitas faces da loira húngara. Elas também ousaram explorar a nudez masculina e feminina com um olhar que até semana passada não existia no mercado, com textos densos e reflexões atemporais.
“O que a gente queria era fazer uma revista com filosofia, literatura, para você poder pegar e ler em vários momentos da vida”, ilumina Alice. “Por mais que a gente quisesse agradar todos os sexos, é uma revista feita por duas mulheres, então tem um olhar subjetivo, delicado. Um filtro mais sofisticado que faz parte de tudo o que a gente tem visto, estudado, e pensado ao longo da vida”, completa Letícia. “Ao longo do tempo a mulher foi ficando cada vez mais nua, ficou faltando um pouco do mistério. Por isso, eu acho que muito mais do que mostrar o corpo, a gente queria trazer o que se imaginar, provocar a imaginação. A gente queria provocar. Acho que o erótico é mais sobre isso”.
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