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Em Pinheiros, novos negócios brotam de garagens e antigos imóveis

Por
Fabiana Corrêa
Em
3 julho, 2018

Com espaços minúsculos e charmosos, bares e restaurantes passaram a ocupar as ruas e calçadas no entorno dos clássicos “Predinhos da Hípica”, construídos nos anos 1940

Um lugarzinho (ainda) tranquilo entre a lotação da Vila Madalena e as ruas com bares e restaurantes mais sofisticados de Pinheiros, em São Paulo. As garagens do conjunto de “Predinhos da Hípica”, construído na década de 40, estão dando lugar a casas pequeninas (não tem como ser diferente) e de comida tão variada quanto pokes e varenikes. Por conta da falta de espaço, acabam ocupando calçadas e a rua, de um jeito bem democrático. “Muita gente que mora por aqui abriu mão do carro, então essas garagens puderam ser usadas de outras maneiras”, diz Pedro Faria, sócio do escritório de arquitetura Vaga, instalado na vaga do apartamento que ele aluga desde a faculdade, na rua Navarro de Andrade. A Navarro está entre as nove quadras em que se localizam os prédios, entre as ruas Artur de Azevedo e Teodoro Sampaio. Como boa parte da galera que frequenta os lugares é da vizinhança, o clima é intimista e muito informal, por isso é bom acompanhar os perfis nas redes para saber quando abrem ou promovem pequenos eventos. Aqui, um pequeno roteiro pra você curtir os novos quarteirões gastronômicos da cidade.

Homa

Aqui carne não entra. Inaugurada três meses atrás, o Homa foca nas (boas) receitas lacto-vegetarianas de Jose Barattino, chefe executivo do Eataly. Elas são servidas em bowls que variam a cada semana. Há algumas opções fixas, como o arroz cremoso de beterraba com ricota temperada e a salada de ricota, maionese, rúcula e cogumelos. Você vai ao caixa, faz seu pedido, espera ser chamado e se senta à mesa coletiva ou nos lugares em torno dela: o Homa está em um dos sobrados feitos pelo mesmo construtor dos predinhos e por isso tem muito mais espaço que seus vizinhos de garagem.
R. Benjamin Egas, 275
@homarestaurante


Sede 261

O tamanho é o de uma garagem para um carro – e é ali onde fica uma mesa coletiva. O Sede 261, bar de vinhos que tem as sommeliers Daniela Bravin e Cássica Campos como sócias, reúne turmas de amigos para beber vinho, obviamente, que se espalham pela calçada. Aos sábados, costuma fazer um bar de ostras bem acompanhado de garrafas selecionadas pelas sócias. E, uma vez por mês, traz chefs para pratos especiais. Checho González e seus ceviches foi um dos que passaram por ali.
R. Benjamin Egas, 261
@sede261


Foto: Divulgação

Ai + natural

Maíra Cermelli, a dona do Ai Sushi + Poke, outro vizinho, abriu essa casa na última sexta-feira, servindo pratos saudáveis e naturais. O principal item do menu é o buddha bowl, montado ao gosto do cliente. São tigelas que misturam um monte de ingredientes: têm uma base de arroz 7 grãos ou folhas e complementos como couve-flor tostada, abobrinha grelhada, manga, edamame, grão de bico e chips de batata doce. Entre as proteínas: ovo, queijo, cogumelo, tofu, mas nada de carne. Serve ainda sanduíches, sopas e smoothies.
R. Sebastião Velho, 144


Ai sushi + poke

Serve peixe cru em muitas versões: de combinados de sushi tradicionais a tigelas de poke, o prato havaiano que mistura peixe cru com verduras, frutas, grãos – que vem também na versão vegetariana, com cogumelos. Mas tem coisa quentinha, como os hot rolls de atum. Para beber, cerveja Kirin, sakê, shoshu (destilado de mandioca japonês) ou refrigerantes orgânicos.
R. Simão Álvares, 297
@aisushipoke


Polska 295

Grudadinho no Ai Sushi+ poke, esse mini café e restaurante tem poucos bancos para quem quer sentar do lado de dentro – e mais três mesinhas na calçada. Serve comida polonesa, especialmente os varenikes, uma massa recheada com batata e coberta com cebola caramelizada, que aqui tem versões também com recheio de brie e de salmão. Para a sobremesa, uma torta de maçã de-li-cio-sa. Desde o ano passado passou a ocupar a portinha ao lado, onde de vez em quando rola música ao vivo enquanto o pessoal se reúne para dividir garrafas de vodca gelada.
R. Simão Álvares, 295
@polska295


Na Garagem Hamburgueria

Hambúrguer artesanal simples e bem feito. Essa é a proposta de Gilson de Almeida, que também é um dos donos do Homa. Ele acaba de acrescentar um hambúrguer de porco com maionese de karashi ao seu pequeno cardápio, que tem ainda um x-salada de fraldinha e uma versão vegetariana, com base de grãos, abobrinha e ervas. Tudo é servido no espaço minúsculo ou na calçada, então prepare para comer sem frescura e sujar as mãos, talvez de pé ou apoiado em uma das mesinhas altas ao ar livre.
R. Benjamin Egas, 301
@na_garagem_hamburgueria


Desculpe a Poeira

O jornalista Ricardo Lombardi foi um dos primeiros dessa nova leva a se instalar por ali, há quatro anos, na garagem do apartamento que pertence à sua família. Faz uma seleção de boa leitura, de clássicos a revistas Playboy dos anos 80. E você pode passar algum tempo ouvindo histórias sobre os achados e, se der sorte, trombar com clientes ilustres, como os escritores Ruy Castro e Valter Hugo Mãe. Às segundas, abre das 18h às 22h. Nos outros dias, das 10h às 18h.
R. Sebastião Velho, 28
@desculpeapoeira


Mercearia Mestre Queijeiro

Quer levar boa comida para casa? Dê uma parada na Mercearia Mestre Queijeiro, também fora do quadrilátero, mas bem perto dos predinhos. Reúne bons queijos feitos por pequenos produtores nacionais, uma seleção de frios italianos, doces, geleias, cervejas e cachaça. Tudo é selecionado pelo mestre queijeiro Bruno Cabral, que estuda o assunto há uma década e trabalha junto a alguns desses produtores.
R. Simão Álvares, 112
mestrequeijeiro.com.br

Fazemos Pão

Aberta na semana passada, essa padaria artesanal também está além do quadrilátero, mas basta andar alguns metros para chegar até ela. E vale a pena, para tomar os cafés especiais e levar uma baguete para casa, ou provar uma foccacia quentinha servida ali. Tem ainda brownie, cookies e outras doçuras.
R. Simao Álvares, 127
@fazemos.pao

Foto de abertura: Polska 295 e Ai sushi + poke | Crédito: Paula Sacchetta

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