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Oito perguntas pra você descobrir se é um nômade digital

Por
Ricardo Moreno
Em
14 dezembro, 2015

A expressão da moda é nomadismo digital. São pessoas que, com o auxílio da tecnologia, reinventaram a maneira de trabalhar e de viajar.

Que abriram mão de um emprego fixo, tipo segunda-a-sexta-das-nove-às-seis, para colocar o pé na estrada e ter diferentes experiências ao redor do mundo. Basta energia elétrica e uma boa conexão wi-fi.

São indivíduos dando aula de inglês por Skype de um bangalô em Bali; outros criando e vendendo artesanato desenvolvido em impressoras 3D a partir de uma van rodando de costa a costa os Estados Unidos; fazendo reportagens sob demanda para veículos on e offline; vivendo temporadas em Florianópolis, Amsterdã, Barcelona e Rio de Janeiro enquanto trabalham ora em cafés e coworkings, ora em saguões de hoteis, Airbnbs, praças… O céu é o limite, literalmente, já que várias companhias aéreas passaram a oferecer conexão wi-fi a bordo.

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Na teoria – e no discurso de quem se adaptou –, tudo parece poético, fácil, libertador. Como se quem preferisse ficar num escritório, ganhando salário todo dia 5 e tirando 30 dias de férias a cada 12 meses, almoçando com vale-refeição e orgulhoso de ter sua carteira de trabalho assinada, parecesse algo menor. Fora de moda. Loser.

Alguém incapaz de conseguir aproveitar a vida e as ofertas da Terra em toda a sua plenitude. Fear of missing out em proporção planetária.

Como se todo mundo, a princípio, pudesse fazer isso. Não pode. Sempre haverá alguém na labuta no método tradicional para que você possa ser um nômade digital: o piloto do avião que te leva até a Austrália, o técnico que monta seu Macbook numa fábrica em Shenzhen, na China, o agricultor que planta a soja orgânica que vira o tofu que você come no almoço descolado.

Mas esse texto, na verdade, é sobre a capacidade que você tem em conseguir abrir mão de uma rotina dita tradicional para se jogar pelo mundo.

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Abaixo, oito perguntas sem nenhum embasamento científico ou pesquisas acadêmicas, apenas criadas a partir das minhas próprias experiências nos últimos três anos, ora como funcionário padrão, ora trabalhando de um trem de Tóquio para Osaka ou em uma floresta na Suécia, para você pensar e avaliar se, realmente, conseguiria ser um nômade digital.

1.

Você está disposto a abrir mão de conforto, rotina e segurança de um trabalho dito convencional? De trabalhar em equipe, de compartilhar experiências, derrotas e vitórias? Um nômade digital é, em sua maioria, um operário solitário.

2.

Você está disposto a abrir mão da maioria das suas roupas, dos seus gadgets, livros e até itens a princípio inúteis mas que compõem sua casa e, em certo grau, também a sua personalidade?

3.

Você tem uma rede de contatos grande e segura o suficiente para te oferecer trabalhos frequentes de modo que consiga pagar suas contas (o aluguel do Airbnb, a roupa, a comida, os medicamentos, etc)? Lembre-se, nem tudo você vai conseguir fazer trocas.

4.

Você está disposto a trabalhar quando todo mundo está descansando, como num domingo à noite, e não ter absolutamente nada o que fazer (e muitas vezes ninguém para compartilhar) numa terça-feira à tarde, por exemplo?

5.

Você tem certeza de que leva a sério o discurso de: “melhor estar trabalhando em uma praia na Austrália do que num escritório numa cidade grande?”

6.

Você realmente está disposto a ter que trabalhar, MESMO, no verão de Barcelona, ou em pleno solstício na Escandinávia? Você tem inteligência emocional, concentração e resiliência suficientes para isso?

7.

Você está preparado para entender que o conceito de começo, meio e fim de uma viagem deixa de existir. Que o planejamento é constante, a companhia de amigos e familiares nem sempre é possível e que você estará sempre em trânsito?

8.
Você está disposto a assumir um status de “always on”, independente de onde e quando estiver?

Em tempo, eu não sou um nômade digital. E não me acho menos cool por isso. Tampouco deixo de viajar o mundo.

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