Tínhamos pego estrada de manhã cedo com o sol brilhando forte no céu. Um sábado desses de final de primavera sem muita expectativa de nada. Arraial do Cabo deu um abraço e a tarde passou que nem vimos. Aquele vazio nas areias brancas e finas era preenchido todinho com o começo do encontro do sol com o mar e com o vento quente que batia no rosto e sussurrava “voa, voa”.
Tem dias como esse, que o sol chama pro movimento. Convida pra dançar e pra correr livre de tudo o que mantém a liberdade afastada. Mergulhar no laranja. Se tem uma coisa que eu aprendi com a Jessica nesses quase um ano que dividimos apartamento é fazer exatamente aquilo que você está com vontade de fazer. Não dá pra perder tempo pensando no que teria sido.
Corremos. Foi quase um voo. Vi Jé se misturar com o mar, com o sol e com o vento quente que batia dourado. Uma dança daquelas que arranca suspiro e, por tão inesperada, faz sorrisos nascerem inteiros. Quando o sol chama pro movimento, não tem como negar. Só se entregar.
Jessica Pinho por Olivia Nachle