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Viagem voluntária: como ajudar o próximo e conhecer o mundo e a si mesmo

Por
Bruna Tiussu
Em
23 agosto, 2018

Viajar é explorar lugares novos, abrir-se para outras experiências e conectar-se com culturas distintas. É sair do seu mundinho e permitir-se vivenciar o desconhecido. Nos últimos anos, viajar também tem significado uma oportunidade de ajudar o próximo. Nada mais natural, já que conceitos como propósito e impacto têm permeado cada vez mais as esferas de nossas vidas.

Muita gente acostumada a curtir férias longe de casa está experimentando cair no mundo como um viajante voluntário. Na maioria dos casos, saem as praias paradisíacas e as cidades com restaurantes estrelados para entrar vilarejos e pequenas comunidades que até o Google Maps não localiza. É nestes cantinhos do mundo que ONGs-escolas, fazendas e orfanatos têm se organizado para receber visitantes.

São instituições que de fato precisam de tudo aquilo que o turista leva consigo: aptidões, conhecimentos específicos e vontade de ajudar. Ele, por sua vez, vivencia uma experiência única de aprendizado e de troca, que reflete num intenso processo de autoconhecimento. Ficou interessado? Confira cinco dicas para ser um viajante voluntário:

Lago Bunyonyi Amasiko Uganda
Um dos bangalôs do lodge do Amasiko, na beira do Lago Bunyonyi, em Uganda | Fotos: Eduardo Asta

Para onde ir?

A regra é a mesma de uma viagem de férias: escolha um destino que desperte seu interesse e curiosidade. Seja simplesmente pela localização, seja pela riqueza natural ou pela cultura. Fique atento a detalhes como segurança (principalmente se viajará sozinho) e língua falada — barreiras na comunicação influenciam muito na experiência. Pesquise se há possibilidades de passeios nos arredores, afinal você pode curtir os fins de semana como um turista comum.

Como encontrar um projeto?

Sites como o Workway e o Worldpackers reúnem uma variada lista de instituições que recebem voluntários. Há de escolas a orfanatos, passando por projetos de proteção a animais e eco-fazendas. É preciso fazer uma assinatura anual para então poder conversar, tirar dúvidas e combinar o seu período de voluntariado diretamente com os idealizadores dos projetos. Para quem prefere recorrer à uma agência, a empresa Volunteer Vacations tem projetos do Oriente Médio à Costa Rica. Ela organiza viagens de até um mês, no chamado short-term volunteering, e dá todo o suporte que você pode precisar.

Férias ou trabalho?

Ainda que seja voluntário, você terá horários, obrigações e chefes. O que é essencial para se sentir parte integrante da rotina da instituição. Às vezes, pode ser procurado para ajudar em áreas que não tem conhecimento, por isso é importante deixar claro quais são suas competências e interesses e de que forma pode contribuir no projeto escolhido. Se a ideia é ter os fins de semana livres, já deixe isso também combinado de antemão.

Eu, ensinando músicas dos Beatles para os alunos da Bright School, na Tanzânia | Fotos: Eduardo Asta

Questões de contexto

Morar e trabalhar em outro país significa ter de seguir regras e uma dinâmica de vida que podem não fazer sentido para você. Para ter sucesso numa viagem voluntária é essencial abrir o coração e a cabeça para o “diferente” antes mesmo de chegar a seu destino. Deixe de lado estereótipos e, no dia a dia, treine o entendimento de uma cultura dentro de seu contexto local. Não se trata de um exercício fácil, mas pode ter certeza: é dos mais enriquecedores da experiência.


ONGs testadas e aprovadas

Bright English Medium School Tanzania
Estudantes da Bright English Medium School | Fotos: Eduardo Asta

Bright English Medium School, Tanzânia

Pertinho do famoso Serengeti Park, no vilarejo de Loliondo, a Bright English Medium School oferece ensino de qualidade a crianças da etnia Maasai. Precisam de voluntários para dar aulas complementares, bolar atividades esportivas e artísticas, auxiliar na administração, finanças e organização de campanhas de arrecadação de fundos.


ONG Moving the Goalposts
ONG Moving the Goalposts empodera meninas por meio do futebol | Fotos: Facebook/Reprodução

Moving the Goalposts, Quênia

A Moving the Goalposts empodera meninas por meio do futebol. Elas são treinada para o esporte e educadas em temas como educação sexual, liderança e independência financeira. “O impacto da ONG é incrível. Conta até com um departamento para sensibilizar os homens da comunidade, para que entendam o potencial e a contribuição que a mulher tem na sociedade”, diz Marília Couto Cardoso, que voluntariou na unidade de Kilifi da instituição, em 2017.


Amasiko Uganda
Voluntária dá aulas na escola do Amasiko, em Uganda | Eduardo Asta | Fotos: Eduardo Asta

Amasiko, Uganda

No sul do país, o Amasiko faz o tipo 3 em 1: lodge, fazenda orgânica e escola. As rendas dos dois primeiros financiam o terceiro, que atende as crianças da zona rural. Viajantes a fim de contribuir nas área de agricultura, administração, turismo, marketing e comunicação são sempre bem-vindos. De quebra, eles experimentam a vida à beira do paradisíaco Lago Bunyonyi.

Foto de abertura: Bruna dando uma oficina sobre o carnaval do Brasil na Bright School, na Tanzânia | Crédito: Eduardo Asta

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