Ensaio da fotógrafa Luisa Dörr registra como um grupo de mulheres de Cochabamba vem resgatando as vestimentas tradicionais das cholas bolivianas como símbolo de resistência.
Até pouco tempo atrás, chola era uma maneira pejorativa de se referir às mulheres indígenas da Bolívia. Nos últimos tempos, no entanto, a palavra foi ressignificada e, hoje em dia, é sinônimo de orgulho nacional.
Fotos: Luisa Dörr
As polleras são as saias volumosas associadas ao figurino típico das cholitas, que foram impostas às mulheres indígenas pelos colonizadores espanhóis no século 16, mas acabaram sendo incorporadas à identidade dos povos aimará e quíchua. Assim como o termo chola, as polleras também foram estigmatizadas e objeto de discriminação.
Fundado em 2018, o coletivo feminino ImillaSkate resgatou as polleras dos armários de suas mães e avós para adotá-las como símbolo de resistência e reivindicar a inclusão dos descendentes de povos originários que, na Bolívia, representam mais da metade da população.
“Imilla” significa “jovem” em aimará e quíchua. Formado por 9 skatistas dessas comunidades, o grupo se reúne para treinar para campeonatos locais e usa o esporte como ferramenta de empoderamento. Elas só vestem as polleras para andar de skate, sempre com tênis. As clássicas tranças das cholitas e vários acessórios completam o look.