O império das pecinhas coloridas foi fundado em 1932 por Ole Kirk Kristiansen, carpinteiro dinamarquês radicado em Billund, como uma pequena fábrica de brinquedos de madeira. O nome, criado em 1943, vem de “leg godt”, que significa “brinque bem” em dinamarquês. Mal sabia Ole que, em latim, Lego significa algo como “eu monto”.
Foi em 1946, em Copenhague, que Ole conheceu a novidade que mudaria sua história: uma máquina de moldar plástico. Empolgado com a inovação, o carpinteiro levou a engenhoca pra Billund e passou a produzir brinquedos de plástico — o primeiro foi um ursinho.
Foi em meados dos anos 1950 que o filho de Ole, Godtfred, teve um insight: além de oferecer soluções prontas às crianças, os brinquedos deveriam fortalecer a imaginação e a criatividade. No mesmo ano, a empresa lançou os primeiros “sistemas de Lego”, com os quais era possível construir casas e até cidades. Foi uma revolução.
De lá pra cá, as pecinhas foram passando de geração em geração como um brinquedo atemporal. Mas foi incorporando temáticas mais adultas, através de parcerias com marcas como Star Wars, o MoMa de Nova York e a NASA, que a empresa terminou de cunhar a sigla AFOL (Adulto Fã de Lego, em inglês). A pandemia engrossou O caldo.
Resistentes e atemporais, as pecinhas têm um excelente valor de revenda — e há quem as colecione como investimento. O site BrickEconomy, por exemplo, projeta os valores atuais e futuros dos Lego, enquanto o Bricklink é o maior mercado de segunda-mão, com mais de 10 mil revendedores em 70 países. Instruções de montagens alternativas também movimentam a Legoeconomia.
O Lego Group está de olho nesse filão adulto e tem várias iniciativas pra acolher e turbinar a comunidade AFOL, além de linhas especiais. “A ideia por trás do que chamamos de estratégia adulta é comunicar aos adultos que está tudo bem em gostar de Lego”, disse Carl Merriam, um designer sênior de Lego, em uma entrevista.
A Lego tem como meta que todas as suas embalagens sejam sustentáveis até 2025 e que as pecinhas sejam feitas de fontes “verdes” até 2030. Bloquinhos de origem vegetal (polietileno derivado da cana-de-açúcar) já aparecem em kits como a Botanical Collection e a Lego Ideas Tree House.