Segundo a psiquiatra Uma Naidoo, autora do livro This Is Your Brain on Food, depois de ingerir um doce ou uma massa, os níveis de serotonina no cérebro aumentam e temos uma sensação momentânea de prazer e calma. Em algumas pessoas, essa resposta até pode ser mais intensa, mas é algo que rola com todo mundo. Por isso, esse tipo de alimento costuma ser definido como “comida conforto”.
Por outro lado, a paixão que a gente tem por certos alimentos pode não ter nada a ver com o conteúdo nutricional e nem com o sabor: grande parte da alegria que sentimos com nossos pratos favoritos vem das lembranças que associamos a eles.
Não é à toa que cada cultura tem suas “comidas conforto”. Enquanto, pros brasileiros, um quindim ou uma feijoada pode ter o mesmo efeito de um abraço de avó, pra um francês pode ser um escargot ensopado que aquece o coração.
Além de memórias gostosas, o contexto em que comemos também interfere em como apreciamos certa comida, já que nossas experiências gustativas podem ser intensificadas por um senso de comunidade. Estar rodeado de pessoas queridas é o melhor tempero.
O caminho inverso também vale. Depois de uma experiência negativa relacionada com algum alimento — de um revertério estomacal a uma briga com o tio no Natal —, temos uma tendência natural de evitá-lo.