Solidão é uma coisa. Solitude é outra. A segunda pode ser uma delícia pra descansar, se conhecer melhor e pôr ordem na “casa”.
Pra quem convive com pessoas o dia todo —no casal, na família ou na galera —, ficar só pode ser uma forma incrível de autoconhecimento: do que eu gosto, mesmo? Escutar os pensamentos, decidir o que fazer e administrar o próprio tempo, mesmo que de vez em quando, nos ajuda a resgatar nossa individualidade.
“A solitude tem a capacidade de reduzir os níveis de excitação das pessoas, o que significa que pode ser útil nas situações em que sentimos frustração, agitação ou raiva”.
Thuy-vy Nguyen, professora do departamento de psicologia da Universidade de Durham, no Reino Unido, em artigo publicado no The Conversation.
Justamente por ter um efeito calmante em nossos corpos e mentes, estar só pode trazer tédio e desânimo às pessoas que, geralmente, associam a felicidade à um estado de agitação, segundo Virginia Thomas, professora de psicologia no Middlebury College, nos Estados Unidos, que estuda a solitude.
Como nos sentimos em relação ao tempo que passamos a sós depende, em grande parte, de isso ser fruto de uma escolha. As pessoas que buscam a solitude por vontade própria tendem a relatar que se sentem “preenchidas”, com ideias aflorando e energia pra realizá-las.
Uma outra pesquisa norte-americana, do departamento de psicologia da Universidade de Buffalo, revelou que um tempo de solitude sem ansiedade pode promover o pensamento criativo.
Também é fato de que saber administrar a solitude e se beneficiar dessa condição é uma questão de maturidade. À medida que desenvolvemos mais controle sobre nosso tempo, juntamente com melhores habilidades cognitivas e emocionais, maiores as chances de conseguirmos usar essa pausa da vida social de uma forma produtiva.