Vibes

A bordo de um veleiro ultra-sustentável, a viagem de Vanir Tiscoski Junior pelos segredos do litoral de Santa Catarina

Por
Adriana Setti
Em parceria com

O catarinense explora as praias selvagens entre Balneário Camboriú, Itajaí e Bombinhas, no timão do primeiro barco do mundo equipado com filme orgânico fotovoltaico.

“Um dos meus propósitos na vida é tornar a convivência entre o homem e o mar mais harmônica”, diz o velejador catarinense Vanir Tiscoski Junior, que comanda o timão do barco Nirvana IV em Bons Ventos. Sexto episódio da série Rota dos Paraísos, produzida pela cerveja Corona, o filme de Bruno Tessari e Pablo Aguiar retrata uma viagem em busca do equilíbrio com a natureza pelo litoral de Santa Catarina, a bordo do primeiro veleiro do mundo equipado com uma tecnologia que, acoplada ao casco, é capaz de transformar a luz do sol em energia. Com a serenidade de quem já cruzou o Atlântico velejando, o campeão brasileiro de vela oceânica redescobre paraísos quase intocados no quintal da sua casa. Enquanto navega por picos secretos de Balneário Camboriú, Itajaí e Bombinhas, ele compartilha sua paixão pela vela e a sustentabilidade com as amigas Ana e Christy. “Ao navegar, você não tem um caminho certo a seguir e sim um horizonte amplo na sua frente, que nos ajuda a abrir a cabeça”, diz Vanir.

“Dentro de um veleiro, aprendemos a viver com o essencial e a sair constantemente da zona de conforto”, diz Tiscoski. “O barco balança, inclina, deixa você exposto, sujeito aos ventos, ondas, correntes. Isso amplia a nossa capacidade de adaptação que, hoje em dia, é uma das aptidões mais importantes do ser humano”. Vanir começou a velejar aos nove anos de idade em uma colônia de férias e, desde então, sempre buscou um lifestyle perto do mar. “Não venho de uma família com tradição na vela, mas aceitei todas as oportunidades que tive de navegar e fui indo pra esse caminho”, conta o atleta, que também faz manutenção e transporte de embarcações, um trabalho que já o levou a encarar a travessia de Barcelona, na Espanha, até Antígua e Barbuda, no Caribe, em 28 dias (14 deles em alto-mar). Verdadeiro waterman, ele também pratica o mergulho em apneia, é instrutor de kitesurf e foi o primeiro a dar a volta na ilha de Florianópolis remando de stand up paddle.

Pai de Benjamin, um bebê recém-nascido, Vanir acaba de realizar o sonho de “parir” o primeiro barco do mundo equipado com filmes orgânicos fotovoltaicos. Acoplados ao casco, eles mantêm a geladeira, a iluminação e o sistema de navegação do Nirvana IV em funcionamento, com a menor emissão possível de CO2. “É um sistema inovador que vai revolucionar a maneira de gerir a energia a bordo de embarcações”, conta o velejador. Ao contrário do que acontece com as placas solares, o filme desenvolvido pela empresa Sunew tem um design hidro e aerodinâmico, algo fundamental pra um veleiro de regatas. “Tendo vento, sol e água potável captada da chuva, só nos falta a comida, que podemos pescar”, diz Tiscoski. “Navegando no caminho da autossuficiência, em um lugar tão preservado, é possível acreditar que ainda não perdemos o rumo pra um futuro mais sustentável”.

Insider tips: como chegar aos cenários secretos de Bons Ventos

Fotos: William Zimmermann

Velejando com Vanir

À frente da escola Nirvana Sail (@nirvana_sail), Tiscoski dá aulas de vela oceânica e kitesurf. Ele também faz charters com o Nirvana IV, pra travessias, passeios e vivências náuticas que podem incluir passar algumas noites navegando. “Tento transmitir meu conhecimento pra que as pessoas fiquem mais confortáveis no mar”, diz Vanir. O barco tem pranchas de SUP e foil a bordo. 

Onde ficar (tranquilo) em Balneário Camboriú

A pousada que serviu de cenário a Bons Ventos é um refúgio a poucos metros da Praia de Taquaras. Uma das faixas de areia mais tranquilas de Balneário Camboriú, cercada de verde, é vizinha da famosa Praia do Pinho, pico de naturismo. Cada bangalô da Villa do Sol (@villadosoltaquaras) vale por uma casa de praia completa, com um a três quartos, cozinha e sala de estar. As mais incrementadas ainda têm hidromassagem ou piscina. Um pequeno lago repleto de flores de lótus, estátuas balinesas e detalhes da arquitetura transportam os hóspedes às ilhas da Indonésia. A área comum tem piscina, gazebos e um lindo jardim.

Como chegar à Praia da Solidão, em Itajaí

O primeiro lugar onde Tiscoski joga âncora em Bons Ventos é a Praia da Solidão, entre Cabeçudas e a Praia Brava, o melhor pico de surf de Itajaí. Cercada por um terreno administrado pela Marinha, tem acesso restrito e é totalmente deserta. Pra chegar lá por terra, é preciso esperar a maré baixa e caminhar pela faixa de areia a partir do Canto do Morcego. Mas a praia não tem esse nome à toa: se a maré subir, você corre o risco de ficar preso por lá. Por isso, fique de olho no relógio. 

Como chegar à Praia da Sepultura, em Bombinhas

A Praia da Sepultura fica em uma península na cidade de Bombinhas e é famosa pela água cristalina, ideal pro mergulho. Evite ir aos fins de semana e feriados, quando a faixa de areia, minúscula, pode ficar cheia. Se precisar de uma rota de fuga, pegue a trilha que leva à Piscina Natural da Sepultura.

Como chegar à Praia da Galheta, em Bombinhas

A praia misteriosa que aparece ao final do filme é a da Galheta, que fica no Parque Natural da Galheta, entre Porto Belo e Bombinhas. Pra chegar lá, é preciso ir pela trilha que começa perto da Capela Araçá, em Porto Belo (sinalizada no Google Maps). “Descobrimos por acaso aquela piscina natural onde a onda quebrava por cima da pedra. Tive que deixar o barco longe, porque não dava pra ancorar. Nadei até a praia e a equipe foi pela trilha, mas foi um momento mágico pra rodar o clímax do filme”, conta Vanir.


A vida é aqui fora!

abandono-pagina
No Thanks