Os uniformes saíram do campo, extrapolaram a arquibancada, passaram a inspirar coleções e conquistam destaque nos perfis fashionistas. Que hype é esse?
Quando Dua Lipa, Hailey Bieber e Bella Hadid são vistas por aí com alguma peça inusitada é sinal de que mais algum “core” está a caminho. Neste caso, o item é a camisa de time de futebol e a estética é a blokecore: os looks que incorporam uniformes de temporadas passadas, de preferências dos anos 1990 e 2000.
Pano de fundo

Segundo a plataforma de moda Depop, houve um aumento de 294% nas buscas por “camisas de futebol” entre maio e junho deste ano. O motivo? A Euro 2024. E logo depois vieram os Jogos Olímpicos de Paris. Ou seja, em menos de três meses, dois eventos esportivos que atraem os olhares do mundo todo e inspiram.
De olho nesse movimento, marcas estão reaproveitando e reinterpretando as camisas de futebol.
Novas versões


House of Errors: camisas inspiradas em uniformes clássicos de seleções europeias — como o da seleção alemã de 1990, desenhado pela icônica designer Ina Franzmann.

Under Armour: acaba de lançar a coleção Terrace, com um estilo retrô inspirado na cultura do futebol de 1996, ano em que a marca foi fundada.
Upcycling

Já a norte-americana Conner Ives adaptou camisas originais vintage de times como Real Madrid e Barcelona — e da seleção brasileira — em versões franzidas e justinhas.

“A boa é garimpar uma camisa antiga no brechó. As de times e seleções dos anos 1990 e 2000, do Brasil e do mundo, estão em alta. Marcas como Umbro e Kappa são o momento!”
Caio Braz, jornalista, em seu tutorial sobre como usar camisa de time sem ficar hétero top, da série Moda Agora

Furando a bolha:
· Significado cultural do futebol.
· Não importa a torcida, o que vale é a estética.
· Versatilidade e oportunidades de collabs com marcas.
· Eventos internacionais com capacidade de engajar.
· A crescente força do futebol feminino.



“Transformar algo tão tradicionalmente masculino, como a camisa de futebol, em uma peça que pode ser apropriada por qualquer pessoa — mulher, queer, trans, o que você quiser — é extremamente importante. Quero desafiar a noção de que esportes como o futebol são predominantemente propriedade de homens.”
Hattie Crowther, palestrante e designer de moda, criadora de várias peças a partir de camisas de time, à Vogue Business
Crédito da imagem de abertura: Under Amour