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A força do rap indígena

Por
Adriana Setti
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Artistas arrasam na cena do rap do Brasil e da América Latina com letras que falam de colonialismo e direitos dos povos originários.

Não é de hoje que artistas indígenas são parte da cena musical urbana — principalmente do rap e do hip hop — reivindicando suas respectivas ancestralidades e os direitos dos povos originários. Mas, nos últimos anos, e diante do contexto atual, o rap indígena finalmente está soando mais forte e chegando a mais ouvidos. Anote esses nomes:

Katu Mirim

Imagem de Katu Mirim, expoente do rap indígena.
Créditos: Reprodução

Rapper, compositora, atriz, ativista, modelo, mãe e lésbica, Katu Mirim é uma das artistas mais relevantes dessa cena. Adotada por uma família branca em São Paulo, descobriu suas raízes indígenas aos 13 anos. Em 2017, lançou seu primeiro single, mas foi no ano passado que bombou com o rap Revolta. “Minha música fala da causa indígena no contexto urbano. É uma denúncia do genocídio e do esquecimento dos povos originários aqui no Brasil.”, disse ao The Guardian.

Brô Mcs

Bros Mcs
Créditos: aaappunigran

Considerado um dos precursores da cena do rap indígena no Brasil, o coletivo Bro Mc’s foi fundado no Mato Grosso do Sul em 2009 por Kelvin Mbaretê, Bruno Veron, Clemersom Batista e Charlie Peixoto, integrantes das comunidades Jaguapiru e Bororó. Misturando português e guarani nas suas letras, se apresentaram no Rock in Rio 2022 ao lado do cantor Xamã.

Brisa Flow

Foto de Brisa Flow, uma das expoentes do rap indígena
Créditos: Mel Mendes

Criada em Minas Gerais, Brisa de la Cordillera se nutriu de influências, da música e da cultura dos povos andinos através dos seus pais, imigrantes chilenos da etnia Mapuche. Em 2022, venceu o WME Awards na categoria compositora. “Com o rap, tento fazer refletir sobre relações que são intimamente ligadas a feridas coloniais e a tretas relacionadas ao território. Também tento entender o quanto a gente como comunidade pode procurar enxergar soluções aos problemas que afetam os corpos marginalizados”, diz à plataforma Mídia Ninja

Kaê Guajajara

Retrato de Kaê Guajajara
Créditos: Reprodução

Nascida em um território indígena não demarcado no Maranhão, e criada no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, Kaê usa o rap pra denunciar a realidade dos indígenas no contexto urbano. “Existe uma ideia colonial de que o indígena não pode transitar pelo território, não pode usar tecnologia”, disse em entrevista à Trip.

Som das Américas

Créditos: Kanupuri

Há muitas outras vozes engrossando esse coro no Brasil e pela América latina afora. Por exemplo: Renata Flores, compondo em quéchua no Peru, Pat Boy, que canta em maia no México e Embera Warra, da Colômbia.

Créditos da imagem de abre: Thayla Eluá

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