Vibes

A importância das velhas amizades

Por
Adriana Setti
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Vocês já não curtem os mesmos rolês e foram pra caminhos totalmente diferentes na vida. Mas as amizades não se fazem só de afinidade.

Fazer uma faxina social e varrer do círculo as pessoas que não acrescentam, não divertem e só irritam é uma maravilha pra tornar a vida mais leve. Mas, na hora de fazer essa faxina, as amizades antigas merecem uma avaliação muito mais cuidadosa.

Amores e horrores

Se você já foi a um reencontro da turma da escola deve ter vivido essa aventura de mergulhar num balaio de sentimentos no qual afetos e lembranças boas se misturam a risadas amarelas, conversas surrealistas — ele realmente disse isso? — e a sensação de que muitas peças já não encaixam.

Esse tipo de rolê exagera como é complexo lidar com amizades que nasceram décadas atrás. Mas, ao contrário de boa parte da turma da escola, os amigos que você fez pulando amarelinha e que ainda fazem parte do seu círculo próximo entram em uma outra categoria: são laços que se aproximam mais aos de família do que de amizade pura e simples. Entra em cena o amor (quase) incondicional.

Lá no fundo

Vale manter velhas amizades que não “têm a ver”?

Por mais afinidade que tenha com a galera com que convive no dia a dia, ninguém conhece tanto sobre você como os amigos e amigas que aparecem do seu lado nas fotos desbotadas, de aparelho fixo e espinha na testa. Mesmo que já não curtam os mesmos programas ou tenham profissões que você nem sabe o que significam.

Jogo da vida

Passar pelas fases da vida ao lado de alguém, ainda que com idas e vindas, constrói algo muito sólido entre duas pessoas. E botar um fim numa relação assim pode ser tão dolorido (ou mais) do que um divórcio.

“Esses amigos funcionam como canais pra versões anteriores de nós mesmos que são inacessíveis no dia a dia, mas contêm insights extremamente importantes. Na companhia do velho amigo, fazemos um balanço do caminho percorrido. Podemos ver como evoluímos, o que antes era doloroso, o que importava ou o que esquecemos completamente de que gostávamos profundamente.”

Trecho de “Why Old Friends Matter”, da School of Life.

O velho amigo também é um guardião de memórias — mesmo que elas parecem em outras versões. que nós não somos feitos apenas dos nossos pontos de vista atuais e de que cada uma das nossas fases anteriores tiveram uma importância.

Todos valem?

Vale manter velhas amizades que não “têm a ver”?

Obviamente, em certos casos é impossível levar adiante amizades que só trazem mágoas e textões, sobretudo com pessoas incompatíveis do ponto de vista ético. Mas o fato é que, no caso das pequenas e médias divergências, os amigos e amigas de toda uma vida merecem doses extras de tolerância, paciência e empatia.  

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