Vibes

A onda das ugly selfies

Por
Dandara Fonseca
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As selfies produzidas ficaram no passado. Para a Gen Z, fotos “imperfeitas” e conteúdos estranhos são a melhor forma de bombar nas redes.

Desde antes de 2013, quando o dicionário Oxford reconheceu “selfie” como a palavra do ano, passando pelo livro de selfies de Kim Kardashian e o boom do Instagram, tirar uma foto de si mesmo e publicá-la nas redes sociais significava 1) estar bonito e muito bem produzido; e 2) estar fazendo algo interessante. Mas esse conceito, aparentemente, parou nos millennials.  

Sem “xiiiis”

Nos últimos anos, as selfies assumiram um significado totalmente novo para os mais jovens: fotos tremidas, sem foco, engraçadas e estranhas, tiradas em momentos inusitados, são uma forma não só de parecer “cool”, mas uma norma.

“Fiz uma sessão de fotos com uma marca e tive que postar no meu Instagram. Eles escolheram cliques muito legais e posados e senti que deveria tornar a legenda engraçada porque parecia vergonhoso.” 

Max Balegde, influenciador que viralizou ao contar histórias constrangedoras de sua vida e hoje conta com mais de 3 milhões de seguidores no TikTok, para a Mashable 

Gente como a gente

A Gen Z ama ugly selfies

A ideia de “influenciador” como alguém que tira selfies impecáveis e fala sobre beleza e lifestyle também mudou com essa onda. Os TikTokers e influencers favoritos da Gen Z são os que publicam conteúdos engraçados, autodepreciativos e estranhos. Além disso, são pessoas que não aparentam ter a intenção de viralizar – essa seria, teoricamente, apenas uma consequência.

Segundo Carolina Are, especialista em cultura digital e pesquisadora em inovação, além do comportamento comum de uma geração contradizer a outra, a pandemia, uma maior preocupação com o meio ambiente e o alto custo de vida são fatores que fazem com que os jovens se distanciem dos influenciadores “tradicionais”.

Outras prioridades

Não tem nada de errado em querer postar selfies só pra exaltar a beleza e biscoitar. Mas é interessante perceber que uma vida e uma aparência perfeitas não são mais os principais pilares das redes sociais. O humor, a criatividade e a autenticidade — ou ao menos uma ideia de “autenticidade” — ganham cada vez mais espaço.

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