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A real sobre a hipnose

Por
Dandara Fonseca
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Mesmo com vários estudos mostrando o poder medicinal da prática, a hipnose ainda é vista por muitos como algo mágico e até sobrenatural.

Quando você pensa em hipnose, é provável que venha à sua mente alguma dessas imagens: Didi falando “Eu vou popotizar você”, Uri Geller e seus poderes paranormais, Pyong lee hipnotizando todo mundo na internet ou qualquer outro ocultista/hipnotizador famoso da TV.

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Apesar de ser usada desde o século 19 por diversos médicos, por anos o showbusiness colocou a hipnose no campo da mágica. Pessoas imitando animais, ficando paralisadas ao olhar pra relógios, tendo visões de seus ídolos… rolava de tudo nos programas de TV.

Não é o que parece

Essa hipnose cheia de conceitos aumentados teve seu auge nos anos 1990 e 2000, mas continua presente no imaginário de muita gente. E é ela que ajuda a explicar por que a disseminação da prática continua sendo tão lenta.

“A hipnose ainda recebe o rótulo de ser algo estranho. As pessoas dizem que ela ou é inútil ou perigosa — ambas as definições estão erradas.”

David Spiegel, fundador do Centro de Medicina Integrada da Universidade de Stanford, à BBC.

Mágica não, ciência

Os estudos mais recentes apontam que, durante a hipnose, a rede de saliência do cérebro — mecanismo que nos ajuda a identificar quais aspectos do nosso ambiente merecem ser observados — apresenta menor atividade, sendo assim responsável pela concentração profunda e desconexão com o entorno. 

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Por outro lado, a sensação de que seu corpo está fazendo coisas sozinho fica por conta da rede de modo padrão cerebral. Especialmente do córtex pré-frontal medial anterior, região do nosso cérebro responsável por  controlar os pensamentos. Com a atividade dessa área temporariamente inibida pela hipnose, pode ficar mais difícil pensar em você como um agente consciente. 

Multiuso

A real sobre a hipnose medicinal
Foto: Reprodução

Cada vez mais estudos indicam que a hipnose — principalmente por sua concentração e relaxamento — é eficaz pra muitas pessoas que sofrem de ansiedade, stress pós-traumático, síndrome do intestino irritável e, principalmente, dores crônicas. Além disso, ela também é um tratamento mais acessível em termos de custo e sem efeitos colaterais.

“Hipnose” diária

Segundo Amanda Barnier, professora de ciências cognitivas da Universidade Macquarie, ficar absorvido pelo celular, por exemplo, é uma experiência bem parecida com a hipnose. Ambos distorcem a percepção do tempo, reduzem a consciência do seu ambiente externo e causam redução do sentido de controle.

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