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A arquitetura do futuro é hedonista e sustentável

Por
Lilian Kaori Hamatsu
Em
12 abril, 2019

Experiências prazerosas, aumento na qualidade de vida e valorização dos aspectos sociais em espaços comunitários. Essas são as premissas de um conceito revolucionário no universo do design: a sustentabilidade hedonista. Para quem aposta na vertente, é possível projetar de modo a não punir o planeta e sem transformar edifícios em dilemas políticos ou morais. Na liderança do movimento, Bjarke Ingels e Bruce Mau, dois arquitetos que acreditam em projetos que dão ênfase ao bem-estar social e na infraestrutura sustentável como único caminho para alcançar o desenvolvimento. Segundo eles, devemos entender que a função da arquitetura é servir pessoas e, consequentemente, repensar a maneira como interpretamos alguns termos, afinal, “a sustentabilidade não precisa ser como um valor protestante, que estabelece que tudo que lhe faz bem necessariamente tem que lhe causar alguma dor”.

Criação do arquiteto Bjarke Ingels, a Lego House é uma das construções mais famosas de Copenhague, na Dinamarca. Foto: Lego

Um edifício onde é possível pedalar do térreo até a cobertura, uma usina de reciclagem cujo teto serve como pista de esqui e um complexo de estruturas que barra a entrada de água em caso de tempestades enquanto, simultaneamente, funciona como espaço de convivência. Esses são apenas alguns dos projetos de Bjarke Ingels, um nome que pode soar não muito familiar, mas que em algum momento você já deve ter ouvido: seja assistindo a série Abstract, na Netflix; vendo fotos ou até mesmo visitando a Lego House, na Dinamarca, ou o One World Trade Center, em Nova Iorque. Todas as obras foram concebidas sob o selo do escritório BIG (Bjarke Ingels Group), que como o nome sugere, incentiva os admiradores do arquiteto dinamarquês a pensarem grande.

Páginas do livro The Third Teacher, best-seller de autoria do designer canadense Bruce Mau. Foto: Bruce Mau Design

Da integração do geométrico ao orgânico de Ingels, chegamos a Bruce Mau. O canadense é defensor do design que encanta não somente aos olhos, mas aos ouvidos, paladar, toque e olfato. De acordo com seus princípios, a arquitetura é fator determinante na qualidade das experiências de quem usufrui dos espaços. Seus projetos são pensados para que o recurso mais precioso na vida dos seres humanos, o tempo, seja gasto de maneira aprazível. Em suas palavras: “ao desenhar um espaço, projetamos a maneira como as pessoas estão sendo induzidas a se comportar naquele lugar”. O livro The Third Teacher, um dos mais populares escritos pelo designer, é uma referência ao ambiente como agente educador, capaz de promover integração, facilitar o acesso a conteúdos e ajudar a estabelecer conexões com o mundo externo.

Se depender do trabalho de arquitetos como Bjarke Ingels e Bruce Mau, o futuro será marcado pela incorporação de influências e necessidades de membros pertencentes a todas as classes sociais, construções adaptáveis aos ambientes onde estão inseridas e soluções que integram funções características de espaços reservados para moradia e trabalho ao lazer.

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