Vibes

Depois dos cabelos, barbas e axilas também ganharam novas tonalidades

Por
Eloa Orazem
Em
8 maio, 2015

O mundo não é cor-de-rosa, mas o seu cabelo pode ser. E sua barba também. Não tem barba? Tudo bem, pode ser os pelos das axilas, que tá valendo. A cor, na verdade, fica a gosto do freguês, mas as pesquisas (a.k.a. o que vemos na rua, no Google e no Facebook) mostram que azul, verde e tons pastel são as tonalidades mais bem sucedidas da cartela Pantone – e isso logo se comprova em uma rápida caminhada pela porção mais hipster de Nova York, onde modernetes desfilam suas madeixas (em diferentes partes do corpo) coloridas.

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Essa “revolução arco-íris” parece ter tomado fôlego nos últimos meses, mas, segundo o New York Times, seu início nos leva aos queixos de garotos do Brooklyn do começo do ano 2000. Seus pelos faciais tingidos foram pouco a pouco vencendo o tempo até cair nas graças dos descolados que lançam tendência na Big Apple.

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Hoje são tantos rapazes que procuram o serviço que alguns salões se especializaram na arte de colorir barbas, e chegam a cobrar 200 dólares pelo tratamento, que requer até duas horas.

Para quem não tem tanta paciência – ou pelos faciais –, a onda de tingir os cabelos da axila é uma alternativa a se considerar. A ideia de mudar a cor do sovaco é creditada à Roxie Hunt, uma cabeleireira de Seattle que confessou sempre ter sentido vontade de tingir os pelos da axila de uma cliente para ver o que aconteceria, até que uma colega de trabalho topou fazer o teste.

Relatando a experiência em um blog, Roxie conta que não tinhas grandes pretensões com a brincadeira, mas achou o resultado bastante surpreendente – e, a julgar pelos mais de 31 mil compartilhamentos, outras pessoas também aprovaram a mudança; e isso inclui a cantora Miley Cirus, que há alguns dias postou na internet uma foto orgulhosa de sua axila pink (na foto abaixo, Miley à direita e Lady Gaga à esquerda) .

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Além de mexer com a estética, as moças têm usado a brincadeira como uma forma de protesto contra uma sociedade machista e opressora, que encara a depilação das mulheres quase como uma obrigação.

Deixando essas polêmicas cabeludas de lado e focando apenas nas cores, a psicóloga americana Angela Costello afirma que a arte de mudar a tonalidade dos pelos corporais “pode ser uma maneira de se ‘rebelar’ contra a padronização do mundo corporativo ou é a forma que homens e mulheres encontram para marcar sua individualidade”.

A especialista afirma ainda que, analisando tudo isso por uma perspectiva psicológica, é bastante comum ver pessoas mudando a aparência quando estão passando por momentos-chaves na vida: um término de relacionamento, um desvio na carreira…

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“Reações positivas a essas mudanças podem ajudar a alavancar a autoconfiança e impactar nos mais variados setores da vida de um determinado indivíduo”, comenta, “mas também é preciso levar em conta o fator cultural: aqui em Los Angeles é bastante comum encontrar homens com barbas rosas e moças com axilas roxas e, em São Paulo, esse tipo de visual talvez possa causar uma resistência por não ser muito habitual.”

Freud, que a vida inteira cultivou pelos in natura, talvez concorde ou não com a sua pupila, mas longe dos bancos e dos estudos das academias, as selvas de pedras parecem já ter chegado a uma conclusão, e o camaleão é o novo rei da floresta.

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