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Guia de viagem: de guitarrada a chocolate orgânico, o melhor de Belém

Por
Ricardo Moreno
Em
29 maio, 2017
Em parceria com

Do carimbó dançante de Dona Onete às praias de água doce da Baía do Guajará, da guitarrada pop de Félix Robatto ao peixe frito com açaí servido no mercado Ver-o-Peso, a capital do Pará, no norte do Brasil, oferece um sem-fim de experiências gastronômicas e culturais. Belém é um universo paralelo que pulsa o ano todo, independente de qualquer tendência e modismo externos. Pelo contrário, Belém é trendsetter: ela dita tendências na música, na moda e na cozinha. A cidade congrega mais de 400 anos de história. E antes ou depois das chuvas intensas, rápidas e diárias, nos casarões erguidos durante o Ciclo Da Borracha, no fim do século 19, e por entre suas ruas repletas de mangueiras, você vai se deparar com endereços imperdíveis para comprar, comer, dançar e, principalmente, desfrutar de uma natureza que nem imaginamos: de bichos a plantas, de cores a cheiros. E não deixe, pôr-do-sol no horizonte, à beira do Guajará, brindar a vida e os amigos com um Aperol Spritz. O cenário e o clima são ótimos! Confira nossas dicas para aproveitar a cidade em que é verão o ano todo: o termômetro, aqui, nunca desce além dos 25 graus. Tá preparado?

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01

Ilha do Combú
Área de proteção ambiental, a Ilha do Combú fica a 15 minutos de barco de Belém. Trata-se de uma das 39 ilhas da região. As embarcações costumam sair nos fins de semana do porto localizado na praça Princesa Isabel. Nas margens de seus corredores fluviais repletos de igarapés concentram-se centenas de comunidades ribeirinha. Muitas delas dedicam-se à produção de chocolate artesanal com cacau orgânico colhido no próprio quintal de casa. O mais conhecido é o da Dona Nena, que ganhou fama depois que o chef Alex Atala passou a usar o seu chocolate em uma dos pratos servidos no restaurante D.O.M., em São Paulo. Além das barras, não deixe de provar o brigadeiro feito diariamente por ela.
facebook.com/donanenacombu


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02

Ziggy Hostel Club
Misto de albergue, espaço cultural, bar, café e clubinho, o Ziggy recebe shows de bandas indie locais e do restante do Brasil, a exemplo do rock paraense do Molho Negro, do som psicodélico dos paulistanos d’O Terno e de Wander Wildner, último bastião do rock independente gaúcho. As festas, semanais, costumam ocorrer no porão do imóvel. Da cozinha saem sanduíches com receitas típicas, como o Pecados de Adão, feito com carne de pato com jambu mais queijo de búfala do Marajó.
Travessa Benjamin Constant, 1329
facebook.com/ziggyhostelclub


03

Portinha
O nome diz tudo: uma portinha (verde e sem numeração) no coração da Cidade Velha revela, do lado de dentro, algumas das melhores receitas paraenses. Não espere luxo ou conforto. O objetivo é se deliciar gastando pouco e, muitas vezes, de pé, equilibrando copo, prato e talheres nas mãos. Para abrir o apetite, experimente uma esfiha de pato com jambu e tucupi e, na sequência, um embrulhadinho de pirarucu com jambu e queijo cuia. Servido no pratinho plástico, o risoto de frango no tucupi e jambu é a nossa sugestão se a fome ainda insistir. Atenção: abre somente de sexta a domingo, a partir das 17h.
Rua Doutor Malcher, 434


04

Discosaoleo
Leo Bitar é um desses apaixonados por música que seriam uma atração turística por si só, dado o profundo e eclético conhecimento no assunto. Como bom entusiasta, Léo tem uma vasta coleção de LPs digna de uma curadoria de especialista, por isso transformou o porão de sua casa na Discosaoleo, com edições especiais, achados imperdíveis para qualquer fanático por vinis se encantar e dedicar boas horas por ali, inclusive descobrindo novos sons paraenses nos pocket shows que rolam na lojinha, que recentemente também virou um selo musical.
Travessa Campos Sales, 628 (porão)
facebook.com/discosaoleo


05

Lambateria
A melhor forma de imergir no riquíssimo e improvável universo musical de Belém é entender que não há limites para o carimbó e que a guitarrada amazônica em versões mais pop, misturada a cumbia e surf music, pode ser tão irresistível e dançante quanto a lambada. Félix Robatto (acima) é um músico talentosíssimo e um dos principais nomes da vida noturna de Belém, e é o responsável pela imperdível festa Lambateria, que incorpora todo esse espírito latino amazônico com novos nomes da música independente da cidade, todas as noites de no Bar Fiteiro.
Av. Visconde de Souza Franco, 529
facebook.com/lambateria


06

Bar do Rubão
Rubem Lobato, o Rubão, é quem chefia e dá nome a este barzinho na Cidade Velha, mas é o caranguejo o grande astro do estabelecimento: aqui, ele é servido desfiado e acompanhado de arroz e farofa ou, para os mais resistentes ao calor paraense, em sopa. Quem não é muito chegado ao protagonista pode optar pelos coadjuvantes: o pirarucu assado ao forno com legumes ou o camarão regional. Os bolinhos de bacalhau e os camarões empanados são boas opções para quem só quer petiscar, entre um e outro gole de cerveja gelada, enquanto observa a noite belenense de uma das mesinhas na calçada. Antes de ir, ligue para confirmar se o Rubão não viajou, pois, neste caso, o bar não abre.
*Travessa Gurupá, 312 *


07

Samba na Casa D’Noca
Um antigo casarão português, onde se oferece o melhor da gastronomia e diversão dos botecos cariocas, alocado no bairro de belenense de São Brás – assim é a Casa D’Noca: uma geleia geral de referências. A ecleticidade se estende à programação, que vai da bossa nova (à s quartas) ao samba (às sextas), passando também pelo chorinho. Aos fins de semana, também rola feijoada acompanhada de alguma atração musical.
Travessa 9 de Janeiro, 1677
facebook.com/casadnoca


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08

Galeria Kamara Kó
Localizada no bairro de Campina, a Galeria Kamara Kó (em tupi, amigos verdadeiros) é destino obrigatório para quem quer conhecer a força artística da fotografia belenense. Entre os fotógrafos representados por ela, estão Alberto Bitar, Alexandre Sequeira, Ana Mokarzel, Guy Veloso e Walda Marques, cujas obras já figuraram em grandes exposições e integram coleções de arte dentro e fora do país. A casa, que não abre aos domingos e segundas, também abriga exposições e oferece oficinas culturais.
Travessa Frutuoso Guimarães , 611
facebook.com/kamarakogaleria
facebook.com/casadnoca


09

Restaurante Remanso do Bosque
Estandarte da culinária paraense mundo afora, o restaurante comandado pelo chef Thiago Castanho é o único fora do eixo Rio-SP a figurar na lista de 50 melhores da América Latina da revista britânica Restaurant. O cardápio da casa se baseia em releituras da culinária tradicional amazônica e tem como principais atrativos os peixes assados na brasa: são 15 variedades de espécies locais, como tucunaré, tambaqui, filhote. Este último, guarnecido de salada de feijão-manteiguinha e macaxeira na manteiga de garrafa, é um dos carros-chefes ao lado do camarão na crosta de tapioca. Para a sobremesa, prove a mousse de chocolate com nibs de semente de cacau da Ilha de Combu, doce de cupuaçu e crumble de chocolate. Abre todos os dias, para almoço e jantar, exceto às segundas.
Travessa Perebebuí, 2350
facebook.com/RemansoDoBosque


Aperol Spritz

O mundo evoluiu. O sofisticado está nas coisas simples. O bom gosto não tem preço. Não é mais sobre ter, é sobre descomplicar. É sobre dividir, compartilhar.
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