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Mas onde exatamente fica Belize?

Por
Jade Jade Moyano
Em
29 fevereiro, 2016

“Mas onde exatamente fica Belize?”. Esta é uma das perguntas mais recorrentes que ouvi quando contava às pessoas sobre a minha recente aventura pela América Central. Belize, um pequeno mas diverso país de cerca de 350.000 habitantes, faz fronteira com o México ao norte, com a Guatemala ao sul e a leste, e com o Mar do Caribe a oeste.

Sua densidade demográfica é tão pequena que é normal não haver outro carro além do seu na estrada – e raramente encontramos um sinal de trânsito. Um dos aspectos mais fascinantes daqui é a diversidade e rica herança cultural de seus cidadãos.

Caverna no Gaia Riverlodge

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Ainda que a língua oficial seja o inglês, crioulo, espanhol e até mandarim são amplamente falados. Eu mesma fui rapidamente corrigida quando cumprimentei meu motorista com um “hola, como estás?”. Ele assertivamente disse que se sentia mais confortável falando inglês. E naquele mesmo momento eu saquei que seria um passeio interessante.

Embarcamos numa animada jornada rumo ao Gaia Riverlodge, onde eu teria a oportunidade de experimentar reclusão, tradição e aventura, tudo à maneira belizenha. Gaia é totalmente isolado e fora dos padrões, e embora o trajeto de três horas até lá possa parecer longo demais para alguns, você não vai sentir o tempo passar. Sim, sacoleja-se um bocado no caminho, mas viajantes experientes sabem que destinos que realmente valem a pena não vêm assim tão facilmente.

gaia-riverlodge-Belize-Traveldose-the-summer-hunter-6Gaia Riverlodge

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Os motoristas de Gaia são experientes e estão sempre dispostos a dividir interessantes histórias. Provavelmente aprendi mais nesse trajeto do que durante toda a minha época no colégio.

Dentro de uma reserva florestal onde fica a dramática Montanha Pine Ridge, o Gaia Riverlodge é um dos mais procurados destinos de ecoturismo do país. Inspirado pela beleza natural do entorno, o resort oferece uma espetacular vista das cachoeiras da região. Um ponche de rum me esperava na chegada; flores e plantas frescas decoravam o meu quarto. O barulho das quedas d’água, dos pássaros, e toda aquela natural e requintada beleza ao redor fez eu me sentir rapidamente à vontade.

Os dois dias seguintes foram ocupados em canoagens por antigas cavernas maias, passeios de tirolesa e refeições com muitos vegetais frescos. Uma fazenda dentro do próprio lodge oferece acesso fácil aos mais frescos produtos locais, todos colhidos e utilizados diariamente.

Se eu me senti mimada? Sim. Especialmente quando o motorista que me levou até lá se ofereceu para me levar fazer compras em San Ignacio. Ele me disse que não há muitas lojas especiais em Belize, mas que ele conhecia um lugarzinho que vendia óleos essenciais maias. It’s all about small details. Depois, seguimos em direção à charmosa e pequena pista de pousos e decolagens de San Ignacio, onde eu pularia num avião rumo a San Pedro e, em seguida, pegaria um barco em direção à ilha de Cayo Ambergris, onde o impressionante Matachica Resort & Spa estava à minha espera.

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Matachica está localizada no coração de Cayo Ambergris, facilmente acessível de barco. De longe já vemos as claras cabanas com teto de palha espalhadas pela areia. Lá fui recebida com um coquetel enquanto um atencioso staff se encarregava de levar a minha bagagem para o quarto, ligar o ar-condicionado e acender um incenso. Do lado de fora, uma colorida rede me convidava para um retiro zen, ainda que eu tenha sido atraída para o barulho das ondas quebrando no mar e as espreguiçadeiras no pier num dia perfeito de bronzeado no paraíso.

Olhando ao redor, percebo tudo muito inspirador e romântico, quem sabe romântico até demais para alguém viajando sozinho. Decido, então, fazer um pouco de snorkeling na reserva marinha de Hol Chan, onde o romance limitou-se a um casal quase extinto de peixes dançantes.

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No caminho de volta à minha cabana zen, o pôr do sol visto do lancha me faz pensar como a vida tem sido generosa comigo. Decido, então, me juntar aos casais em lua de mel no bar do resort.

O staff de bartenders do Matachica é composto de rapazes locais, todos dispostos a dar as melhores recomendações possíveis. Recomendações tão valiosas que acabei aceitando a dica de um deles e pegar um outro barco para provar as pupusas salvadorenhas nas ruas de San Pedro, um típico prato cuja base são tortilhas caseiras de milho. Uma experiência ‘Unbelizeable’. Naquela noite voltei para o meu quarto mais feliz que o habitual e com tantas coisas novas que aprendi que mal consegui pregar os olhos. As petálas de rosa na minha cama também eram fofas demais para eu tirá-las de modo que preferi deitar na rede e dormir sob o luar.

matachica.com
gaiariverlodge.com

Jade é escritora brasileira radicada em Nova York, viajante e iogue. Escreve, principalmente, sobre tendências de cultura e turismo para os sites Traveldo.se, do qual é editora, e Hotel Life. Quando não está viajando ou escrevendo, Jade está pesquisando tendências globais, saudando o sol ou apenas desfrutando as ruas do Brooklyn, onde mora. Não tem o que reclamar da vida.

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