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Afinal, café faz bem à saúde?

Por
Adriana Setti
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Um novo estudo reforça as evidências de que o cafezinho nosso de cada dia pode trazer benefícios à saúde. Mas atenção: tudo depende da quantidade e da qualidade da bebida que você toma.

Nossos cérebros evoluíram para que possamos comer quase tudo em nome da sobrevivência. Mas, cada vez mais, a ciência vem demonstrando que há uma maneira de se alimentar para melhorar o bem-estar mental. Saiba quais são os nutrientes que fazem bem pra cabeça, de acordo com a promissora psiquiatria nutricional. Um estudo em parceria entre a Universidade Semmelweis, de Budapeste, e a Universidade Queen Mary, de Londres, dividiu 500 mil pessoas em três grupos, segundo a quantidade de café ingerida por dia: zero, até três xícaras e mais de três xícaras. Essa galera foi monitorada ao longo de 11 anos, o que faz dessa pesquisa uma das mais amplas já realizadas sobre o impacto do café na saúde.

Foto: Nathan Dumlao/Unsplash

Vida longa

O resultado revelou que os que fizeram um consumo moderado de café, de até três xícaras, tiveram 12% menos probabilidade de morrer durante o período de monitoramento. Ao longo desses 11 anos, 3,4% dos moderados faleceram, contra 3,7% dos que não curtem a bebida e 4% dos que se jogam de cabeça na cafeína.

Santo café

Os cientistas também observaram uma relação entre a causa da morte e o consumo de café. Os moderados apresentaram entre 17% e 21% menos probabilidade de morrer de doenças cardíacas ou de acidente vascular cerebral, respectivamente.

Foto: Rizky Subagja/Unsplash

Coração de estudante

Usando ressonâncias magnéticas, os pesquisadores analisaram o efeito da ingestão de café na estrutura e na função do coração e concluíram que o consumo regular de leve a moderado é benéfico para a saúde do órgão e, possivelmente, pode amenizar as alterações cardíacas relacionadas com o envelhecimento.

Os benefícios também foram observados para os adeptos ao descafeinado. Os que optaram regularmente por essa versão tiveram um menor risco de morte em comparação com aqueles que não tomam nada de café. Avaliando essa faceta dos resultados, os cientistas concluíram que os “poderes” da bebida não são atribuídos somente à cafeína, mas aos antioxidantes e outras substâncias presentes na composição.

Foto: iStock

Só do bom

A grande surpresa do estudo foi a constatação de que os benefícios à saúde não foram registrados entre os que costumam consumir café instantâneo — aquele que é só dissolver na água ou no leite. Ou seja, a bebida só tem um efeito positivo quando preparada com grãos moídos, não necessariamente na hora.

Combustível aditivado

Para os pesquisadores, a discrepância entre os benefícios para a saúde do moído e do instantâneo pode estar relacionada aos aditivos usados no processamento do café para que seja facilmente solúvel. Porém, eles reconhecem que estudos mais aprofundados seriam necessários para entender melhor essa questão.

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