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Cirkus Cirkör: Luz, câmera, coração

Por
Claudia Nascimento
Em
14 setembro, 2015

Bem-aventurados os que não precisam ver para crer. Mas para todos os outros, de pouca fé ou paciência, o milagre se revela no abrir das cortinas: os holofotes se acendem e, de repente, tudo parece possível no palco do Cirkus Cirkör, uma das trupes artísticas contemporâneas mais importantes da Suécia.

Arrastando multidões por onde passa, o grupo traz no porta-malas os mesmos valores do país natal e da Volvo: sustentabilidade, inovação e “humanização” – isso porque todo o espetáculo é pensado para oferecer ao público uma experiência sem precedentes, resultado de uma química orgânica que mistura acrobacias, artes cênicas, dança, contorcionismo e equilíbrio. Podemos dizer que, de certa forma, a proposta do coletivo sueco dialoga com a ousadia dos argentinos do Fuerza Bruta.

Mesmo sem todo o glamour e fama dos hermanos, os artistas do Cirkös são aplaudidos de pé por cerca de 100 mil pessoas a cada temporada, e suas turnês garantem dezenas de carimbos nos passaportes de seus integrantes – e pode ver que lá deve constar alguns selos brasileiros também, porque a trupe esteve no país em diferentes oportunidades.

Quando os holofotes se apagam, a maratona de treinos e exercícios continua para os protagonistas e os quase 30 mil alunos da entidade, que comanda cursos de técnicas circenses e uma programação especial para futuros professores da área.

cirkus_6Fotos: Mattias Edwall

Toda essa mágica que se desdobra em apresentações e aulas é controlada a partir do HQ do grupo: um escritório em Norsborg, no subúrbio de Estocolmo, onde é servido cafezinho orgânico, o papel da copiadora é ecofriendly e os móveis do escritório são garimpos de brechós da cidade.

Como as turnês do Cirkör rodam o mundo, a organização segue as regras da União Europeia e as recomendações da Associação Sueca de Proteção à Natureza (SNF) para diminuição do dióxido de carbono em viagens aéreas.

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Desde 2005, o grupo adota também o pagamento da taxa de “compensação de carbono”: se o país organizador do evento não tiver interesse em contribuir com 50% do valor, o grupo se compromete a pagar a totalidade ao SNF. Além do foco na proteção ambiental, a iniciativa visa inspirar empresas e países, criando conscientização sobre sustentabilidade, algo enraizado à cultura sueca.

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Por todos os “milagres” que fazem dentro e fora do palco fica fácil entender o porquê do nome Cirkus Cirkör – uma brincadeira com as palavras francesas cirque e couer, “circo” e “coração”, respectivamente: é que o malabarismo da trupe equilibra arte e vida sem nuca deixar a peteca – e a fé – cair.

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