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Como virar você mesmo?

Por
Adriana Setti
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Todo mundo que desempenha um trabalho criativo precisa ter algo genuíno e único pra se destacar. Mas como fazer suas características individuais aflorarem?

Em que momento você sacou que tinha surgido a sua vocação? É com essa provocação que o escritor e multiartista Pedro Garcia inicia as entrevistas do seu podcast Emoção Criativa, onde conversa com artistas das mais variadas áreas pra entender o que fez eles se tornarem tão únicos. Aqui, ele conta o que podemos aprender com essas pessoas.

Influências importam

Como virar você mesmo?

As entrevistas são conduzidas com base no método que dá nome ao podcast, partindo de perguntas objetivas relacionadas com o consumo e a produção de obras de arte pra revelar como somos influenciados por elas e encontrar respostas práticas, aplicáveis na melhoria da produção criativa em várias carreiras.

Como virar você mesmo?

Entender quais obras — livros, filmes, músicas etc — nos marcam profundamente nos dá pistas pra encontrar a nossa essência.

Que obra explodiu sua cabeça?

Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados

“A minissérie mostrou protagonistas femininas que não têm medo de explorar sua sexualidade e prazer.”

Deize Tigrona, cantora pioneira do funk

O alienista, de Machado de Assis

“Revelou um confrontamento com questões existenciais que até hoje influenciam meus filmes.”

Gabriel Martins, cineasta

Como virar você mesmo?

Quanto vale meu trabalho?

Segundo Pedro, a jornada de conexão com a nossa essência exige, invariavelmente, enfrentar desafios e, mais cedo ou mais tarde, esbarramos em um dos mais complexos: nossa autopercepção de valor.

“Em muitas entrevistas, notei que a quebra do ciclo vicioso de desvalorização não veio de uma epifania, ou da força de vontade, mas sim da produção constante de algo alinhado com a vocação. As críticas, muitas vezes tão temidas, são muito menos impactantes do que o efeito transformador dos feedbacks positivos.”

Pedro Garcia, autor do livro e do podcast Emoção Criativa

Como virar você mesmo?

Praticando a integridade criativa: mantenha um espaço sagrado onde é possível se conhecer de verdade, livre de julgamentos e de pressões mercadológicas.

“Entendi que tenho que proteger meu espaço criativo. E, pra isso, preciso parar de ler os elogios e as críticas. Aqui ninguém entra, é o meu território. Não vou me preocupar em agradar A ou B, em cancelamento, em nada disso. Sou eu e a minha linguagem, o papel e o meu alinhamento com o que estou fazendo. E, depois que puser no mundo, aí aprender a deixar isso ser do outro.”

Carla Madeira, escritora, ao podcast Emoção Criativa