O digital continua muito presente na nossa rotina, claro. Mas, de uns tempos pra cá, o mundo físico ganhou status de luxo, de presença e de afeto.
Enquanto alguns apagam suas contas nas redes sociais ou tentam reduzir o tempo gasto em frente às telas, cresce o interesse por experiências analógicas: hobbies manuais, eventos presenciais, cafés sem wi-fi, revistas, discos… No novo episódio do Desenrola, a gente reflete sobre o poder do mundo físico e das coisas palpáveis.

“A gente está cansado de informação, de notificação, de anúncio, de estímulo. E, por ser o lugar onde fazemos tudo, o smartphone acaba nos convidando a esse barulho. É muito precioso que cada tarefa tenha o seu momento, e por isso as pessoas têm buscado fazer as atividades isoladamente.”
Beatriz Guarezi
Especialista em branding, criadora de conteúdo, TEDx Speaker e fundadora da Bits to Brands


“Eu sinto que também é uma procura por beleza, algo que falta pra essa geração. Uma coisa física, seja uma revista, seja um CD, é uma coisa bonita.”
Fernando Augusto Pacheco
Jornalista, correspondente sênior e curador musical da Monocle em Londres e apresentador do podcast The Stack

Trabalho em conjunto
Muitas vezes, é o próprio ambiente digital que impulsiona a busca por experiências no mundo físico: muita gente se desconecta por um tempo, mas logo volta pra contar o que viveu. Isso inspira outras pessoas a fazerem o mesmo. Pintura, corrida, cerâmica… de tempos em tempos, um novo hobby vira febre.

“Eu desisti da batalha de desconectar 100%. Acho que isso não existe mais. Mas acredito muito no potencial que os canais digitais têm pra tirar as pessoas de casa e fazer elas se relacionarem de outra forma.”
Beatriz Guarezi


“Eu não acredito nessa disputa entre digital e impresso — ou analógico. Acho que os dois podem conviver muito bem. […] Eu amo revista, mas também quero postar sobre elas. Acho engraçado, às vezes, combinar minha paixão por revistas com as redes sociais.”
Fernando Augusto Pacheco

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