Tirar a armadura e expor nossas fragilidades de forma autêntica é essencial por vários motivos. Mas como evitar que isso se volte contra você?
Construir conexões mais profundas, deixar de lado a busca pela perfeição, reconhecer os próprios limites… Ser vulnerável é um ato de coragem que traz vários benefícios. Mas, em alguns momentos, expor os sentimentos sem filtro pode ser um tiro no pé. É sobre esse equilíbrio que a gente conversa no novo episódio do Desenrola.
“Vulnerabilidade é ter consciência da complexidade que envolve a vida e, sobretudo, da absoluta falta de controle que temos sobre a nossa existência. […] Quando falamos de vulnerabilidade, falamos de assumir todas essas dimensões sem mentir pra nós mesmos e, principalmente, pro mundo.”
Alexandre Coimbra Amaral
Psicólogo, escritor, mestre em psicologia pela PUC do Chile e terapeuta
Na firma
Em alguns lugares, mostrar vulnerabilidade exige mais cuidado — e o trabalho é um deles. Mesmo que isso ajude a deixar o ambiente mais leve e até aumente a produtividade, existem riscos, especialmente se você não faz parte da cultura dominante da empresa ou na relação entre chefes e subordinados.
“Precisamos ter nas empresas alguém em uma posição de poder que decida não sustentar essa narrativa mítica de que somos sempre infalíveis. Alguém que diga: ‘A partir de hoje, nesta empresa, ocultar as dores e as emoções não será mais um valor incontestável’.”
Alexandre Coimbra Amaral
Questão de gênero
Culturalmente, as mulheres são mais incentivadas a expressar vulnerabilidade e, por isso, costumam falar mais abertamente sobre medos e angústias. Já os homens são ensinados desde muito cedo a evitar a exposição de suas fragilidades, principalmente por esse comportamento ser frequentemente associado à fraqueza ou à falta de masculinidade.
“Mostrar vulnerabilidade é um ato consciente. E parte dessa consciência é saber se aquele é um ambiente seguro ou se a pessoa é confiável. […] Sempre que bate um incômodo por ter se exposto, é porque provavelmente foi dito algo que a gente preferia que continuasse privado.”
Alexandre Coimbra Amaral
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