Já foi o tempo em que cuidar do corpo e aproveitar a vida eram vistos como opostos. Hoje, pra muita gente, a corrida termina no after.
Suco detox, yoga, musculação e alimentação balanceada. Depois, pista de dança, comida boa e drinks — tudo isso sem culpa. No novo episódio do Desenrola, a gente conversa sobre como dá, sim, pra cuidar da saúde sem abrir mão dos prazeres mundanos. Aliás, equilibrar os dois pode ser justamente o segredo pra uma vida solar.
“O Triathlon é uma modalidade que demanda energia, tempo e entrega. Mas não precisa ser do jeito bitolado que a gente vê às vezes nas redes sociais. Já vivi assim e não era feliz. Hoje, saio à noite, vou a shows, tomo uma cerveja depois do treino. Encontro o que é saudável pra mim, de acordo com cada momento.”
Nathalia Fuzaro
Jornalista, triatleta e cofundadora da plataforma Inspira e Transpira, que ressignifica a relação de mulheres com o esporte
“Na fase em que estou agora, consigo abrir mão das coisas com mais facilidade, sem culpa. Se tem uma festa que eu até gostaria de ir, mas prefiro correr no dia seguinte, abro mão da festa. Mas se quero muito ir pro rolê, adio o treino.”
Bruno Bocchese
Publicitário, fundador e diretor criativo dos bares Fel e Paloma, e da marca de roupas de corrida Bad Running
Tá todo mundo vendo?
Depois da era do no pain, no gain — a ideia de que é preciso sofrer pra se exercitar e conseguir resultado — as redes sociais se encheram de posts mostrando paces e rotinas supostamente “perfeitas”. Pra algumas pessoas, hoje, o esporte não é só sobre superação pessoal, mas também uma forma de performar para os outros.
“Eu descobri o que é pace pouco tempo atrás. Corria sem relógio, no ritmo que eu conseguia e a distância que fazia sentido pra mim.”
Bruno Bocchese
“Eu parei de convidar alguns amigos pra fazer as coisas porque eles nunca vão. E, quando você sai pra jantar com eles, só falam de corrida, de tênis, de prova. Calma, gente. Ninguém é 100% esporte. […] Isso não é sustentável, e uma hora vai despencar. Você vai se isolar e vai faltar família, trabalho, encontros.”
Nathalia Fuzaro
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