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Em Estocolmo, graças a Deus, não tem tartar de atum

Por
Ricardo Moreno
Em
2 setembro, 2015

Uma das sociedades mais avançadas e, portanto, mais igualitárias e evoluídas do mundo, a Suécia também é responsável por exportar para o resto do planeta conceitos tão básicos como vitais – mas comumente esquecidos além das fronteiras escandinavas.

O design minimalista com propósito além do puramente estético, o cuidado primordial com o meio ambiente, a segurança e o bem-estar das pessoas estão acima de qualquer outro valor.

Na gastronomia, no entanto, o movimento nas grandes cidades do país sempre foi um tanto mais conservador, ainda que, já faz algum tempo, o suecos aprenderam que tartar de atum, assim como pizza de rúcula com tomate seco, já não é sinônimo de refinamento.

A prova: jovens empreendedores dispostos a ultrapassar a barreira da mesmice ou das receitas tradicionais deram luz a interessantes lugares para comer, beber e se divertir.

Em Malmö, no sul do país, por exemplo, a chef Titti Qvarnström, do restaurante Bloom in The Park, foi a primeira mulher na Suécia a ganhar, no começo deste ano, uma estrela Michelin.

Na capital Estocolmo, gente como Ricard Constatinou e Anna Bauer encabeça esse movimento da comida sem complicação, em lugares com decoração esmerada, drinques autorais e cardápio variado, que pode ir de uma refinada salada de camarões, pepino, tomate, abacate, manga, chili, limão e iogurte a um simples kebab, para se lambuzar com as mãos enquanto se toma uma taça de Sancerre, uma cerveja artesanal ou um Trocadero com gelo, o típico e kitsch refrigerante de maçã e laranja que faz parte da vida de dez entre dez suecos desde 1953.

Taverna Brillo
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taverna brilloFotos: Niklas Alexandersson

Esse é o lugar ideal para ver a vida passar sem pressa – principalmente no verão, quando as mesas na calçada se misturam ao vaivém de pessoas no abastado Östermalm.

O bairro, uma espécie de Jardins meets Vila Nova Conceição, é coalhado de gente jovem e bem-vestida. E o time de garçons parece ter saído de um editorial da Ralph Lauren.

A Taverna Brillo tem duas entradas distintas: pela rua Humlegårdsgatan 19 se tem acesso ao mercado; pela Sturegatan 6, ao restaurante.

A decoração, assinada pelo designer de interiores Jonas Bohlin, tem pegada industrial, meio Lower East Side nova-iorquino, com azulejos brancos nas paredes, canos de cobre aparentes, equipamentos de cozinha modernos e trilha sonora minimalista.

Dá para comprar pastas frescas, pães e flores para levar para casa, ou sentar e pedir uma pizza de cogumelos e trufas ou uma bruschetta com berinjela assada, queijo feta, coentro e chili, por exemplo.

Fica aberta diariamente até as 2 horas da madrugada.

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K25
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k25Fotos: Divulgacão

Filho de gregos, Ricard Constatinou resolveu juntar 11 empreendimentos (nove restaurantes mais um café e uma padaria) num mesmo espaço.

É uma verdadeira praça de alimentação.

Mas, pela qualidade da comida, decoração e frequentadores do local, percebe-se que é um lugar diferente – sem contar que a porta de entrada está na rua, e não dentro de um shopping center.

“Apesar de ter bons restaurantes, Estocolmo não tem a cultura de food hall. Foi isso que pretendi fazer: um local onde reunisse comida de qualidade de diferentes cozinhas”, conta Constatinou.

Você pode ocupar alguns dos 250 lugares e comer ali mesmo ou levar para casa – o pedido é feito direto no balcão.

Entre sushis, pastéis chineses e paninis, nós ficamos com o indecente hambúrguer com cheddar e bacon do Lilla Vigårda e os kebabs do Snack Bar.É de comer ajoelhado.

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Broms
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bromsFotos: Divulgação

De uma empresa de catering, a empreendedora Anna Bauer transformou um piso térreo de esquina na região de Karlaplan, onde antes funcionava um banco, no mais concorrido gastropub da cidade.

Nele, todo o conceito made in Sweden é levado ao pé da letra: da apresentação dos produtos à venda, logo na entrada, ao cuidado estético com a escolha da decoração e design das embalagens.

O Broms abre das 7h às 22h e oferece café da manhã, brunch, almoço e jantar.

Também tem uma delicatessen com produtos da sua própria marca e geleias, pães, queijos, sucos e carnes especiais.

“Quero que as pessoas usem esse lugar como se fosse a sala de estar da casa delas”, afirma Anna.

Uma sala de estar 100% sueca, é bom lembrar.

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