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Entrevista We Are Alive: “nudez é uma forma de liberdade”

Por
Ricardo Moreno
Em
8 julho, 2015

Marina Abadjieff e Pedro Beck – ela fotógrafa, ele diretor de arte – são o casal por trás do We Are Alive, uma agência de criação de imagem que desde o começo do ano tem produzido lindos ensaios fotográficos com meninas do Brasil e de fora – tudo aberto, no Instagram ou no site deles. Confira o papo que batemos com eles.

Qual a formação de vocês?
Pedro estudou cinema e largou, e se formou em jornalismo. Trabalha há quatro anos como diretor de arte. Marina estudou design, trancou e foi trabalhar com fotografia.

Qual o equipamento que normalmente usam para fotografar?
Atualmente usamos a família Canon. Temos algumas câmeras, mas honestamente tentamos dar mais valor ao olhar do que ao equipamento.

Como funciona a We are Alive?
A We Are Alive é uma agência de criação de imagem: produzimos o shooting completo, a fotografia, direção de arte, styling e casting. Fazemos tudo nós dois, e conforme a necessidade, chamamos alguns profissionais de fora. A We Are Alive não é uma agência de moda – acreditamos que nunca será –, e sim uma agência de criação de imagem. Nossa ambição não é fazer uma imagem tecnicamente perfeita, nem que a modelo dê um pulinho atravessando a rua com o cabelo ao vento. Nós gostamos de criar uma imagem do zero, uma imagem sincera, jovem e verdadeira.

Bruna AliciaWe Are Alive / Model Bruna Alicia

Como vocês encontram os personagens das suas fotos?
Na maioria das vezes no Instagram. Algumas são amigas, amigas de amigos, e outras são modelos. Abordamos de vez em quando alguma menina na rua também.

Como começaram a fotografar?
Em janeiro fizemos uma viagem de carro pelo Uruguai e Argentina e fotografamos nosso primeiro ensaio juntos: uma modelo argentina que o Pedro achou pelo Instagram. Ali nasceu a We Are Alive. Chegando em Buenos Aires ainda compramos umas roupas de produção no brechó, e o resto foi com as roupas da modelo mesmo. Acho que sempre pensamos em usar as fotos profissionalmente, nunca houve o interesse de fotografar por fotografar. Hoje em dia temos um miniacervo, que vive se renovando, e estamos constantemente adquirindo peças para editoriais. Esse acervo é bem objetivo, cabe dentro de uma mala de ponte aérea e já nos ajudou em quase todos os trabalhos. A parte da mala é importante: se começar a ficar muito cheia, vendemos um pouco de peças ou vamos trocando por outras.

Qual o objetivo da agência?
Queremos continuar na estrada, conhecer pessoas e fotografar o que amamos da forma que acreditamos. A We Are Alive é a soma do que aprendemos, dos lugares que fomos, das pessoas que conhecemos e dos sonhos que sonhamos. O sonho da We Are Alive é que continuemos vivos em um mundo com mais amor, paz, harmonia, e meninas lindas.

monique pitonWe Are Alive / Model Monique Piton

O que mais fazem além disso?
Atualmente estamos bastante focados na consolidação da agência, criando um relacionamento com alguns clientes fixos que já temos, e planejando a próxima road trip, dessa vez de dois anos de duração e que começa em dezembro.

Qual a principal plataforma de divulgação das fotos?
O instagram (@wearealiveagency) nosso site: wearealive.today

Há muitas pessoas que procuram vocês para serem fotografadas?
Sim, recebemos muitos “walk-ins”, muito mais do que esperávamos, principalmente de fora do Brasil.

Jesse PauletoWe Are Alive / Model Jesse Pauleto

O que elas querem?
Algumas querem colaborar e nos conhecer, outras querem um ensaio para elas, pra guardar, pra se ver de um jeito diferente.

Acham que as pessoas estão mais à vontade para tirar a roupa diante de uma câmera?
Achamos que aqui no Brasil ainda não. Não é todo mundo que entende e gosta. Lá fora qualquer modelo topa com mais naturalidade as propostas sugeridas. Aqui a modelo new face antes de mostrar a barriga liga pro booker para saber se pode.

bruna velho and eduarda jofilyWe Are Alive / Models Bruna Velho e Eduarda Jofily

Que tipo de mensagem pretendem passar?
Que a moda pode ser algo divertido, leve, menos engessada. Quem sabe até mais caricata. Mesmo a moda “tradicional”, de editoriais e grandes revistas. É uma tendência mundial em que o Brasil está um pouco nadando no assunto ainda. E que a vida, com ou sem internet, taí pra ser vivida outdoor, com os amigos, viajando, não dentro de um estúdio ou em frente à TV.

Qual o papel da redes sociais no sucesso e evolução do trabalho de vocês?
Fundamental. Somos jovens, crescemos com a internet, e é através das redes sociais que conhecemos pessoas, seja para fotografar, tomar um café ou uma cerveja. Monitoramos nossas redes sociais quase que o dia todo, vibrando com cada novo seguidor (atingimos 10 mil em 4 meses).

Como vocês encaram a nudez?
Pra gente a nudez é uma forma de liberdade, é o nosso natural e deveria ser encarado com mais naturalidade. Não achamos que a nudez deveria ser sempre linkada a sensualidade e vice-versa. Às vezes uma foto coberta é muito mais sensual do que uma mulher completamente nua. Por isso a menina na capa da Nylon é muito mais sexy do que a gostosona pelada na capa da Playboy.

Bruna YamatogueWe Are Alive / Model Bruna Yamatogue

Camila LeiteWe Are Alive / Model Camila Leite

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