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Estefânia Rosa, Carlos Mario “Bebê” e Daniel Pereira viajam pelo Havaí cearense do kitesurf em busca dos prazeres simples

Por
Adriana Setti
Em parceria com

Deixando o vento apontar a direção, três velejadores embarcam numa road trip pelas praias, dunas e lagoas do Ceará em “A Simplicidade das Coisas”.

Deixar fluir e ir até onde o vento levar. Esta é a proposta da road trip retratada em A Simplicidade das Coisas, que parte da Praia do Cumbuco, a 30km de Fortaleza, seguindo pela costa do Ceará sem destino certo ou hora pra chegar. Quinto episódio da série A Rota dos Paraísos, produzida pela cerveja Corona, o filme dirigido por Bruna Arcangelo narra a viagem de três velejadores cearenses em busca de resgatar o prazer da simplicidade: trocar ideias com os locais, comer caju direto do pé, assar um peixe ao pôr do sol… A bordo de um 4X4, a campeã mundial de kitesurf Estefânia Rosa atravessa os rios, as dunas e os manguezais de sua terra, ao lado do tetracampeão mundial Carlos Mario “Bebê” e do videomaker Daniel Pereira. “Tudo o que tento buscar pra minha vida é simples”, diz Estefânia. “O melhor de uma viagem é encontrar pessoas, escutar a história de cada um e compartilhar experiências”. 

Nascida e criada na Praia do Cumbuco, Estefânia começou a velejar de kitesurf em 2007 e, já na sua estreia no campeonato cearense, terminou no topo do pódio. De lá pra cá, foi tricampeã brasileira e, em 2016, conquistou o mundial. “É maravilhoso poder se expressar na natureza, usando o esporte como ferramenta. O kitesurf transformou a minha vida e quero fazer com que outras pessoas da nossa comunidade sigam o mesmo caminho”, diz a fundadora do Rosa dos Ventos (@rosadosventoscumbuco), que oferece aulas de vela, educação ambiental e cursos de idiomas a crianças e adolescentes. “Quando o kite entrou na minha vida, foi bem difícil ter acesso a equipamentos e instrução. Mas, com força de vontade e paixão, consegui me tornar uma atleta, montar um projeto social e apoiar outros esportistas”. 

Considerado o Havaí do velejo, os cerca de 400km do litoral cearense entre a Praia do Cumbuco e Camocim reúnem as condições ideais para o downwind de kitesurf (travessia a favor do vento), um rolê que Estefânia, Bebê e Daniel já fizeram juntos várias vezes. “Filmar com eles foi uma viagem por nossas memórias, mas fazer essa rota por terra nos fez descobrir várias coisas com as quais não conseguiríamos conectar estando no mar”, conta a atleta das modalidades freestyle e kitewave. Um desses momentos de conexão rolou quando os três atletas encontraram velhos conhecidos na beira da lagoa do Guriú, entre Jericoacoara e Tatajuba. “Eles ficaram super emocionados e assaram um peixe pra nós em plena duna. E aí juntou todo mundo, até o cachorrinho da família”, diz Estefânia. “É muito gratificante poder viajar por essa costa que é a nossa casa, encontrar os amigos, velejar, curtir um pôr do sol”. A vibe desse momento transborda da tela nas cenas finais do filme. “Isso é o resgate da simplicidade”.

 

Estefânia dá as dicas pra você viajar pelas praias, dunas e lagoas do Ceará

Da Praia do Cumbuco ao Guriú: o Havaí do kitesurf 

Com um 4X4, você pode fazer essa viagem na maré baixa, sempre respeitando os trechos sinalizados, onde os carros são proibidos de circular pela areia. O caminho tem várias travessias em balsas rústicas, como a do rio Mundaú e da Barra do Trairi, cenários de A Simplicidade das Coisas. Partindo da Praia do Cumbuco, uma das primeiras paradas obrigatórias é a Praia da Lagoinha, que já dá um spoiler do que está por vir: dunas a perder de vista, coqueiros, lagoas e aquele mar morninho da costa cearense. “Fazer essa trip pela praia é incrível. Recomendo parar na Praia da Taíba, em Flecheiras, no Guajiru e na Praia do Preá”, diz Estefânia. Quem não tem experiência em dirigir na areia faz um bom negócio contratando um passeio guiado. A Jeri Vip Tur (@jeriviptur) vai de Fortaleza a Jericoacoara pela praia, com várias paradas, em cerca de 8 horas. 

Passeio de barco no rio Aracatiaçu

Perto das praias de Icaraí de Amontada e Moitas, região que vem sendo chamada de “a nova Jeri”, o rio Aracatiaçu serviu como cenário da cena em que Estefânia, Daniel e Bebê fazem um rolê de barco rente ao manguezal. Uma das principais atrações da região, o passeio passa pelo mangue, subindo rio acima até a Ilha das Ostras, onde é possível provar ostras direto da fonte, numa prainha fluvial de areia. 

Pedra Furada, um dos maiores cartões postais de Jericoacoara | Crédito: Patricia Goya/iStock

Pedra Furada e Duna Pôr do Sol: a simplicidade de Jericoacoara

Nos últimos anos, Jericoacoara ganhou pousadas de luxo, beach clubs que não fariam feio em Saint-Tropez e restaurantes de chefs gringos. Mas a essência do vilarejo de areia continua estando nas coisas simples, como andar descalço, boiar na lagoa, curtir um forró e se conectar com a natureza. Simplicidade das Coisas começa e termina com as imagens de dois ícones da Jeri de sempre: a Pedra Furada e a Duna Pôr do Sol. 

Onde ficar em Jericoacoara

Charmosa e adepta a práticas sustentáveis, a pousada Sable Jeri (@sablejeri) incorpora alguns confortos da Jeri de hoje, mas sem destoar do jeitinho simples e autêntico do vilarejo. Tem quartos com paredes de cimento queimado, móveis rústicos de madeira ecológica e chuveiro com aquecimento solar. Conta com uma linda piscina, mas dispensa a TV — aproveite pra desconectar. 

Onde comer em Jericoacoara

Com mesas em um quiosque com chão de areia, de frente pra praia, o Naturalmente Jeri (@naturalmente_jeri) é o restaurante favorito de Estefânia no vilarejo. “Vende o melhor açaí de Jericoacoara e tem o tipo de refeição leve ideal pra depois do surf e do velejo, que deixa a gente de boa com a saúde”, diz a atleta. 

Guriú: o sossego mora ao lado

Pra rodar A Simplicidade das Coisas, Estefânia velejou na lagoa do Guriú pela primeira vez. “Descobri que é um dos melhores lugares pra praticar kite no Ceará. As condições mudam de acordo com a maré. Quando está cheia, abre aquele espaço gigante pra velejar. Mas quando seca, fica totalmente flat e perfeita pro freestyle, porque dá pra saltar alto, mandar a manobra e aterrissar com precisão”, diz a campeã. O difícil, diante desse playground, foi seguir as instruções da diretora, Bruna Arcangelo, para que velejassem lado a lado. “Tínhamos passado dois dias sem velejar rodando as outra partes do filme e, quando a gente entrou na água, foi um desafio controlar nossos instintos e focar na cena que queríamos fazer, com os três juntinhos. As condições estavam tão boas que queríamos pular e sair fazendo altas manobras”, conta Estefânia.

Os picos favoritos de Estefânia Rosa pra velejar de kite no Ceará

“Pra mim, o melhor lugar do mundo pra praticar o kitesurf é a Lagoa do Cauípe. É uma lagoa de água doce, cercada de coqueiros e natureza, separada do mar por um banco de areia”, diz Estefânia. Pico de treino do tetracampeão Carlos Mario “Bebê”, e de vários outros atletas, a lagoa fica a 40km de Fortaleza, no canto esquerdo da Praia do Cumbuco. 

Aulas de kitesurf na Praia do Cumbuco: aprendendo com a campeã

Pra conseguir bancar a sua rotina de treinos e viagens a competições, Estefânia também trabalha como instrutora de kitesurf. A campeã dá aulas na Praia do Cumbuco – entre em contato pelo Instagram do projeto social Rosa dos Ventos (@rosadosventoscumbuco). 

Onde comer na Praia do Cumbuco: dicas da Estefânia

Segredo mantido pelos locais, o restaurante favorito de Estefânia na Praia do Cumbuco é o Estrela de Davi (Av. Central, 1694-1708). “Vende PFs deliciosos, feitos com muito carinho. Os meus preferidos são os de carne de sol e de estrogonofe de frango”, diz a velejadora. Ela também indica o Café da Villa (Rua Alm. Saldanha Da Gama, 341), que serve o famoso “gostosinho”, cuscuz com ovo, carne moída e salada. Pra comer um peixe fresquíssimo, ela recomenda o Varandas do Cumbuco (@varandasdocumbuco) e, no pós velejo, a atleta vai direto ao Villa Kite (@villakite), que tem sucos naturais, açaí e comidas leves. 


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