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Dicas práticas pra você cuidar das plantas em casa durante (mas não só) a quarentena

Por
Mariana Weber
Em
5 abril, 2020
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Dedicar tempo à elas contribui para manter a serenidade, nos aproxima da natureza e ajuda a ter mais paciência.

Os apartamentos de Heloisa Joly, 36, e Vanessa Guerreiro, 44, contêm miniflorestas em vasos. Com o fechamento do comércio em São Paulo devido ao covid-19, elas levaram para casa, na Vila Madalena, as plantas que ficavam em sua loja, a Botânica e Tal, instalada dentro do Coffee Stories Modernista, no centro. Cada uma adicionou mais de 30 exemplares a suas coleções, que já não eram insignificantes: Heloisa tinha cerca de 40 plantas, a maioria de médio porte; Vanessa, de 60 a 70, das grandes. Marcello Bozzini, 38, terceiro sócio do negócio, também recebeu seu lote para cuidar.

Heloisa e Vanessa deixaram carreiras na área de comunicação para se dedicar à jardinagem urbana (Marcello segue trabalhando com cinema). Filha e neta de botânicos, Heloisa passou os dois últimos anos tentando se reaproximar de coisas de que gostava muito e tinha se distanciado: se reencontrou nos livros e no contato das mãos com a terra. Resolveu deixar um emprego na Ambev e se juntou a Vanessa, que nessa altura já tinha abandonado o mundo corporativo para se dedicar à Botânica e Tal (nome que apareceu em um sonho).

A loja Botânica e Tal dentro de um café no centro de SP | Foto: Divulgação

Foram passos na direção de inclinações pessoais, mas também acompanhando um movimento maior que os sócios percebiam ao redor. “As pessoas querem ter um momento de desligar de tudo e cuidar das plantas”, diz Heloisa. Ao mesmo tempo, é uma busca por conexão: “É terapêutico. A planta traz essa conexão com um mundo real”, diz Vanessa. “E é muito real. Se não regar, vai reclamar, morrer.”

Além de vender plantas, vasos e acessórios (por ora, só online), a Botânica e Tal faz projetos de casas e restaurantes, como A Casa do Porco. Também tira dúvidas de quem compra seus produtos ou interage pelas redes sociais. Abaixo, os sócios responderam algumas questões para quem quer cuidar do próprio jardim em casa. E, de quebra, uma playlist para a hora de você encher o regador.

Como são suas rotinas de cuidado com as plantas de casa?

No dia a dia, os cuidados gerais são as regas, sempre checando a umidade da terra com o dedo, tirar as folhas secas e dar uma olhada para ver se não há nenhuma praga surgindo. Quando há mais tempo, é sempre bom passar um paninho úmido nas folhas pra tirar poeira, afofar a terra e colocar húmus, por exemplo.

Os cuidados com as plantas podem contribuir para manter a serenidade?

Com certeza. Uma coisa é regar rapidamente as plantas e sair correndo por conta da rotina intensa que temos normalmente. Outra é chegar mais perto, checar se as folhas estão saudáveis, sem pragas, limpar as folhas, cortar as que estiverem feias. Acompanhar os brotos com expectativa, atenção. Isso nos aproxima da natureza, do ritmo dela e nos ajuda a ter mais paciência. Essa dedicação não é uma obrigação, é um prazer, meditação pura. 

Quais são os cuidados que devemos ter assiduamente e quais são mais espaçados?

Quem quer ter plantas em casa precisa ter tempo para, pelo menos duas vezes por semana, aguá-las. E se lembrar de abrir as janelas para que recebam luz adequada e um pouco de ar fresco. Também é importante sempre tirar folhas ou galhos secos, o que chamamos de poda de limpeza. A cada 3 ou 4 meses vale adubá-las, limpar as folhas com pano úmido e observar com atenção se têm alguma praga.

O que observar nas plantas para saber se estão bem? 

Plantas saudáveis têm folhas e galhos viçosos, rijos. Folhas murchas podem ser sinal de falta ou excesso de água. Folha secas indicam falta de água ou muita exposição solar. Por isso é importante saber se a planta é de sol pleno ou de meia sombra e como é a incidência de sol nos diferentes lugares da sua casa. 

Tudo de que uma planta precisa é… 

Atenção. É o que significa “conversar com plantas”. Se você começar a prestar atenção às suas plantas, muito rapidamente entenderá do que elas precisam.

Se você está com tempo, aproveite para…

Conhecer as plantas que tem em casa. Tente descobrir o nome dela (nós podemos ajudar, se quiser!) e pesquise um pouco sobre seu habitat natural. Isso, na verdade, é a chave para entender “sem decoreba” do que elas precisam. Se uma planta é nativa da Mata Atlântica, por exemplo, deve gostar de umidade e luz difusa.

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