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O feminismo e as mudanças climáticas: por que a equidade de gênero é a chave para salvar o nosso planeta

Por
Carol Busatto
Em
8 março, 2020
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Somos melhores e mais conscientes tomadoras de decisões na hora de encontrar caminhos e solução sustentáveis no que diz respeito às mudanças climáticas.

Um dos assuntos da pauta quase que diária do noticiário são as mudanças climáticas. Ou seja, alguns lugares aquecem demais enquanto outros esfriam. Nesse ano a temperatura na Antártida chegou a 20ºC. Isso você já deve ter ouvido, mas talvez seja novidade que ser mulher tem tudo a ver com garantir que faça verão na época adequada. Então, em homenagem ao Dia da Mulher, quero falar porque ao atuar rumo a equidade de gênero estamos também agindo para frear as mudanças climáticas.

Uma série de motivos acentua as mudanças climáticas, mas em resumo a gente (como humanidade) passou a consumir os recursos naturais mais rápido do que o planeta consegue regenerar. A maneira como a natureza demonstra isso é através de fenômenos climáticos extremos como enchentes, tsunamis, furacões, etc. Sinal que precisamos repensar nosso consumo e a economia como um todo. 

Isso tem tudo a ver com o nosso verão: se agirmos rápido ainda temos a chance de seguir aproveitando o verão em ilhas como as Maldivas, Seicheles e regiões costeiras como a Flórida, Rio de Janeiro e Recife — que correm riscos de ter sua geografia modificada com as mudanças climáticas.

A boa notícia é que temos uma janela que podemos agir: o presente. Por isso uma pirralha chamada Greta Thunberg estampou a capa da revista Time como personalidade do ano. A crise ou emergência climática é uma crise que todas as nações vão enfrentar juntas e portanto a ação precisa ser coletiva.

Nós mulheres temos tudo a ver com isso: somos as mais suscetíveis às mudanças climáticas – menos propensas a saber nadar e a estar em locais públicos onde as informações são disseminadas. Seja por motivos históricos de divisão das tarefas, mas fato é que hoje mulheres tem menos acesso a educação e renda. Segundo dados de uma consultoria estratégica, se as mulheres estivessem em pé de equidade no mercado com os homens isso geraria um acréscimo de 28 trilhões de dólares para o PIB mundial ao ano. Se fortalecemos educação e inserção econômica das mulheres estamos atuando em melhor planejamento familiar, maior oportunidade de geração de renda, diminuição da desigualdade e gerando oportunidades para melhor uso da terra e de desenvolvimento de tecnologias com energias de fontes renováveis – e com isso podemos achar soluções para frear as mudanças climáticas.

E já que o que importa mesmo é a prática, seguem algumas ideias do que você pode fazer:

• Saber que a sua ação é relevante e nunca é pequena demais 

• Buscar se informar e conversar sobre os temas. Nós já resolvemos muitos problemas complexos e em conjunto podemos achar soluções criativas para esse tema

• Apoiar projetos que promovam equidade de gênero e fortaleçam a diversidade. Quanto maior a nossa diversidade, maior a resiliência para lidar com os desafios

• Agir: nossa ação é o que temos de mais poderoso. Trata-se de consumir marcas éticas, repensar o consumo e fazer as perguntas difíceis como de onde vem esse produto que consumimos e que cadeia ele sustenta. Afinal, de nada adianta pagar barato por algo se alguém na cadeia pagou caro para produzir

• Dar voz as mulheres e as outras minorias — amplifica nossa visão de mundo e garante não só um verão mas uma vida ainda mais pulsante

Carol Busatto é líder em sustentabilidade pela United People Global, co-fundadora do Dona de Mim, artista circense e acorda todos os dias para construir uma economia que favoreça a vida.
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