Trilhas, cachoeiras, manguezais e golfinhos na Ilha do Cardoso, um território sem carros ou energia elétrica em pleno litoral paulista.
No extremo sul do litoral paulista, a Ilha do Cardoso é um dos destinos costeiros mais intocados da região sudeste, com 90% de seu território protegido por um parque estadual, tombado como Reserva da Biosfera e coberto com Mata Atlântica densa. Veja nossas dicas pra explorar e desconectar nesse lugar com jeitão de remoto a 260 km de São Paulo.
Modo de usar

A Ilha do Cardoso é parte do município de Cananeia, fim da linha pra quem vem de ônibus ou carro. De lá partem barcos (umas 3h) e voadeiras (menos de 1h) até o Núcleo Marujá, principal vilarejo, que concentra pousadas, restaurantes simples e forrozinhos pra alegrar as noites. Olhos atentos na travessia: golfinhos podem pintar. Pra circular, só a pé, de bike ou de barco.
Trilha da Cachoeira Grande

Um dos hits da Ilha do Cardoso, essa trilha parte de Marujá com uma “carona” de lancha subindo o Canal de Ararapira e continua com meia hora de caminhada pela mata até… chuá! Assim como vários outros passeios, reserve no Centro de Visitantes.
Trilha da Piscina da Laje

Indicada pra trilheiros mais avançados, é um rolezão que dura o dia todo, entre morros, longos trechos de areia batida e costões rochosos de pedra lisa. Parte da Praia de Marujá, passa pela Praia da Laje e chega à esperada piscina natural cristalina e cercada pela mata. Puxando mais um pouco a caminhada além da Praia da Laje, chega-se à Praia de Foles, Folinhos e, por fim, Cambriú, uma das mais bonitas da ilha, onde há uma pequena comunidade de pescadores.
Núcleo Perequê

Na outra ponta da Ilha do Cardoso, acessível de barco, o Núcleo Perequê abriga a sede do Parque Estadual e serve de ponto de partida das trilhas para as cachoeiras do Poço das Antas e de Ipanema; para a passarela sobre o manguezal e até as praias de Pereirinha e Itacuruçá. Também dá pra remar de stand up paddle no rio Perequê.
Onde comer e ficar


Em Marujá, você vai encontrar restaurantes simples onde comer um bom BF de peixe fresco, a exemplo do Recanto do Marujá, que também é pousada. A vila tem pousadinhas ultrabásicas, como a Do Vlad, além de acomodação em casas caiçaras e campings.
Pit stop em Cananeia

Aproveitea ida à Ilha do Cardoso pra conhecer essa cidadezinha simpática fundada logo após o “Descobrimento” — há registros da chegada dos portugueses em 1502. Tem uma igreja de 1577, casas coloniais de fachadas coloridas e vários restaurantes, como o Ponto das Ostras, onde vale provar o molusco que colocou Cananeia no mapa.
Crédito da foto de abre: Aderaldo Teixeira Pires Júnior / Wiki Commons