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Credo, que delícia! A onda quente dos mineiros da Lamparina e a Primavera vai invadir o seu verão

Por
Camila Cherobin
Em
11 janeiro, 2020
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A banda de Belo Horizonte chegou de mansinho e hoje contabiliza mais de meio milhão de plays no Spotify com o hit “Não Me Entrego Pros Caretas”. Agora, a faixa “Pochete” deve repetir o mesmo feito.

Mesmo a mais de 400 km da praia mais próxima, a banda belo-horizontina Lamparina e a Primavera garante verão o ano inteiro. O DNA solar de seus seis integrantes é uma mistura bem urdida de Carnaval com o lado mais lúdico da cultura popular brasileira. Esse descompromisso e leveza que só estamos acostumados a ver de janeiro a março pauta não só as músicas, mas todo o comportamento de Coto Delamarque, Hugo, Maria, Bino, Calvin e Stenio. A história do grupo é recente. Em 2017 lançaram suas primeiras quatro faixas. O EP Claraboia trazia melodias suaves com aquela malemolência típica dos mineiros. No ano seguinte veio à luz o primeiro álbum, Manda Dizer, com beats mais marcados e referências ao maracatu, ao forró e ao brega funk. “Tudo o que é brasileiro emociona a gente. A grande pesquisa da banda é sobre o Brasil: a cultura, os ritmos, os costumes”, afirma Joana, produtora da banda.

Lamparina e a Primavera | Foto: Divulgação

É essa mistura de descompromisso juvenil com maturidade artística que conduz a produção do grupo. É o caso do maior sucesso deles até o momento, “Não Me Entrego Pros Caretas”, com mais de 500 mil plays no Spotify e 100 mil visualizações no Youtube. Lançada no Carnaval de 2019, a música é de uma simplicidade genial, daqueles hits com refrão-chiclete que grudam na cabeça. Com vocação pra virar meme e viralizar, o recém-lançado “Pochete” segue a mesma trilha. Diz a letra: “agora eu sei que você mente/ e usa pochete/ só pra dar rolé com a gente.” “Esse tipo de música é o novo easy listening. Tem letra fácil de decorar, melodia fácil de tocar, e é muito aceita pelas pessoas”, diz Cotô Delamarque.

A ideia da Lamparina é ocupar uma lacuna da cena cultural de Belo Horizonte cada vez mais explorada. Algo que vai além da música, mas também envolve valores estéticos, políticos e de gênero. “Antigamente todo mundo caminhava pra uma pegada de um clássico mineiro que eram as canções, a viola”, afirma Coto Delamarque. “A gente, o Rosa Neon, o Djonga e mais um monte de gente, aos poucos, está saindo do tradicional e indo pra esse outro lado mais colorido, solar”, diz Maria Miglio. 

E a exemplo de conterrâneos de décadas passadas, como Skank, Pato Fu e Jota Quest, o Lamparina também acredita que é possível conquistar o Brasil mesmo sem sair de Belo Horizonte. “Beagá virou polo cultural. Vários artistas locais estão fazendo um fervo forte na cidade. Temos um cardápio aberto de possibilidades. A gente não precisa sair daqui pra estar em outros lugares, pra ser visto e conquistar respeito”.

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