Em Copa ou no Porto da Barra, na Rocinha ou no Pelourinho, como essas pessoas entendem, atuam e trocam com as cidades em que vivem.
Alguns meses antes do isolamento social contra o coronavírus proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pedimos para os fotógrafos Wendy Andrade, no Rio de Janeiro, e Rafael Zu, em Salvador, mais o repórter Juracy dos Santos, também na capital baiana, irem às ruas registrar alguns personagens inspiradores e também perguntar de que maneira eles aproveitam suas cidades no dia a dia. Eis um manual despretensioso para ressignificarmos duas das mais solares capitais do Brasil, onde o verão dura o ano ano.

“Eu sei que o Rio é cheio de mazelas, mas é o meu lar. Tem a paisagem que me abriga, as pessoas que eu amo e é onde a minha vida acontece. Eu tô aqui, e falar do Rio neste momento é buscar as coisas boas, é não desistir do lugar que te oferece tanto.”
DANIELA SANTA IZABEL, Lagoa, Rio

“Uma das regiões mais especiais de Salvador é o Centro, que ainda é um pico cultural, sobretudo de resistência, da arte e da população LGBTQ+. Um pouco dessa diversidade também tem o Rio Vermelho.”
JULIO BRANDÃO, Rio Vermelho, Salvador

“Nasci em Pernambuco e moro em Salvador há seis meses. Me surpreendi com a receptividade das pessoas. Esta cidade é muito acolhedora. Em todos os lugares encontro gente disposta a ajudar.”
ÁUREA ALBERTINI, Pelourinho, Salvador

“Eu me conecto com o Rio da forma vertical que ele é: de cima para baixo. Desço a Rocinha e vejo um outro mundo. Queria que no Rio a gente pudesse dividir mais os espaços.”
LUTHULI AYODELE, Ipanema, Rio

“Tenho muito amor e gratidão por Salvador. Por sua potência, pela efervescência, pela arte. Ela também é muito dual e tem seus extremos, mas não troco por nada.”
MARIANA ALCÂNTARA VIVEIROS Porto da Barra, Salvador

“Esta cidade é uma aberração de beleza. Do escritório eu vejo o mar e, no horário do almoço, eu vou ao mar. Não é só ver, mas se conectar de fato. Eu sinto essa leveza nas pessoas, na cidade no geral. Aqui parece que a gente vive sorrindo, risos soltos, sabe? É um privilégio ser carioca.”
TAISSA ROSADA, Ipanema, Rio

“O Rio me traz a paz que não encontro em lugar nenhum. Na real, é a cidade mais incrível do mundo.”
CRIS PALADINO, Copacabana, Rio

“Minha relação com Salvador é de nascimento, é cultural, sabe? É de fomentar esta cultura para que as pessoas cheguem e saibam que a cidade tem uma identidade própria.”
GARLEI SOUZA, Pelourinho, Salvador

“Nasci na Zona Oeste e só via a Zona Sul pela televisão. Conhecer esse Rio aos 17 anos foi uma experiência ao mesmo tempo gostosa e assustadora. Mas, se eu tiver que escolher entre o amor e o ódio que a cidade provoca na gente, eu permaneço com o amor.”
JORDANA BISPO, Leme, Rio

“Sou instrutor de slackline e em Salvador posso praticar o meu esporte perto da praia, olhando este mar que eu adoro.”
RONALDO BRITO DOS SANTOS, Porto da Barra, Salvador

“Minha relação com a cidade hoje é até um pouco alienada, mas é respiro, reconexão e equilíbrio. É rever a família, amigos, pé na areia, mergulho no mar. É seguir sem me acostumar com o horizonte azul e todos seus clichês. É uma nova relação: leve, pontual e nostálgica.”
ALAN ROCHLIN, Leblon, Rio

“O Rio é o lugar onde nasci e para mim não existem barreiras, este corpo pode ocupar qualquer lugar. O Rio é meu, o Rio é nosso.”
IZABELLA SUZART, Botafogo, Rio

“Sou do Rio de Janeiro, mas estou em Salvador para aprender um pouquinho desta cultura. O primeiro lugar que visitei foi o Pelourinho e gosto da representação que este lugar tem com a história do povo negro no Brasil.”
MAYARA AZEVEDO DOS SANTOS, Pelourinho, Salvador