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Para depois do isolamento: lições de moradores de Salvador e do Rio de como se relacionar com suas cidade

Por
The Summer Hunter Staff
Em
20 abril, 2020
Em parceria com

Em Copa ou no Porto da Barra, na Rocinha ou no Pelourinho, como essas pessoas entendem, atuam e trocam com as cidades em que vivem.

Alguns meses antes do isolamento social contra o coronavírus proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pedimos para os fotógrafos Wendy Andrade, no Rio de Janeiro, e Rafael Zu, em Salvador, mais o repórter Juracy dos Santos, também na capital baiana, irem às ruas registrar alguns personagens inspiradores e também perguntar de que maneira eles aproveitam suas cidades no dia a dia. Eis um manual despretensioso para ressignificarmos duas das mais solares capitais do Brasil, onde o verão dura o ano ano.

Foto: Wendy Andrade

“Eu sei que o Rio é cheio de mazelas, mas é o meu lar. Tem a paisagem que me abriga, as pessoas que eu amo e é onde a minha vida acontece. Eu tô aqui, e falar do Rio neste momento é buscar as coisas boas, é não desistir do lugar que te oferece tanto.”

DANIELA SANTA IZABEL, Lagoa, Rio


Foto: Rafael Zu

“Uma das regiões mais especiais de Salvador é o Centro, que ainda é um pico cultural, sobretudo de resistência, da arte e da população LGBTQ+. Um pouco dessa diversidade também tem o Rio Vermelho.”

JULIO BRANDÃO,  Rio Vermelho, Salvador


Foto: Rafael Zu

“Nasci em Pernambuco e moro em Salvador há seis meses. Me surpreendi com a receptividade das pessoas. Esta cidade é muito acolhedora. Em todos os lugares encontro gente disposta a ajudar.”

ÁUREA ALBERTINI,  Pelourinho, Salvador


Foto: Wendy Andrade

“Eu me conecto com o Rio da forma vertical que ele é: de cima para baixo. Desço a Rocinha e vejo um outro mundo. Queria que no Rio a gente pudesse dividir mais os espaços.”

LUTHULI AYODELE,  Ipanema, Rio


Foto: Rafael Zu

“Tenho muito amor e gratidão por Salvador. Por sua potência, pela efervescência, pela arte. Ela também é muito dual e tem seus extremos, mas não troco por nada.”

MARIANA ALCÂNTARA VIVEIROS  Porto da Barra, Salvador


Foto: Wendy Andrade

“Esta cidade é uma aberração de beleza. Do escritório eu vejo o mar e, no horário do almoço, eu vou ao mar. Não é só ver, mas se conectar de fato. Eu sinto essa leveza nas pessoas, na cidade no geral. Aqui parece que a gente vive sorrindo, risos soltos, sabe? É um privilégio ser carioca.”

TAISSA ROSADA,  Ipanema, Rio


Foto: Wendy Andrade

“O Rio me traz a paz que não encontro em lugar nenhum. Na real, é a cidade mais incrível do mundo.”

CRIS PALADINO,  Copacabana, Rio


Foto: Rafael Zu

“Minha relação com Salvador é de nascimento, é cultural, sabe? É de fomentar esta cultura para que as pessoas cheguem e saibam que a cidade tem uma identidade própria.”

GARLEI SOUZA,  Pelourinho, Salvador


Foto: Wendy Andrade

“Nasci na Zona Oeste e só via a Zona Sul pela televisão. Conhecer esse Rio aos 17 anos foi uma experiência ao mesmo tempo gostosa e assustadora. Mas, se eu tiver que escolher entre o amor e o ódio que a cidade provoca na gente, eu permaneço com o amor.”

JORDANA BISPO,  Leme, Rio


Foto: Rafael Zu

“Sou instrutor de slackline e em Salvador posso praticar o meu esporte perto da praia, olhando este mar que eu adoro.”

RONALDO BRITO DOS SANTOS,  Porto da Barra, Salvador


Foto: Wendy Andrade

“Minha relação com a cidade hoje é até um pouco alienada, mas é respiro, reconexão e equilíbrio. É rever a família, amigos, pé na areia, mergulho no mar. É seguir sem me acostumar com o horizonte azul e todos seus clichês. É uma nova relação: leve, pontual e nostálgica.”

ALAN ROCHLIN,  Leblon, Rio


Foto: Wendy Andrade

“O Rio é o lugar onde nasci e para mim não existem barreiras, este corpo pode ocupar qualquer lugar. O Rio é meu, o Rio é nosso.”

IZABELLA SUZART,  Botafogo, Rio


Foto: Rafael Zu

“Sou do Rio de Janeiro, mas estou em Salvador para aprender um pouquinho desta cultura. O primeiro lugar que visitei foi o Pelourinho e gosto da representação que este lugar tem com a história do povo negro no Brasil.”

MAYARA AZEVEDO DOS SANTOS,  Pelourinho, Salvador


É nos botequins da cidade, entre os amigos reunidos em torno de copos de cerveja, petiscos e, com sorte, música boa, que mora a alma da boemia. O pessoal do dominó continua por lá, enquanto novos endereços pipocam pelas ruas do Brasil, provando que dá para se reinventar sem perder a tradição. A Bohemia gelada acompanha, mas o que importa mesmo são os encontros.
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