A capital do Amazonas tem uma mistura de natureza, construções históricas e gastronomia. O tour pela cidade é um mergulho na cultural da região
O vai e vem da beira do rio, os aromas das barracas que vendem peixes nos mercados, o calor do povo (e da cidade, onde o clima nunca é ameno) estão nas letras das músicas do cantor Nicolas Jr. Há vinte anos ele deixou o Pará para viver em Manaus – e desde então explora a cultura amazonense que costuma retratar em seus versos. “A primeira coisa que vêm à cabeça quando pensam sobre a Amazônia é a natureza, o contato com o mato. Mas Manaus é muito mais que isso”, diz Nicolas. “Ao andar pela cidade de repente você dá de cara com um teatro de arquitetura europeia ou com o encontro entre o interior e fervo da capital no porto às margens do Rio Negro.”
O Teatro Amazonas, no Centro da cidade, é a primeira parado do tour que explora toda essa mistura manauara. Inaugurado no fim do século 19, a edifício tem a imponência do auge do ciclo da borracha e era frequentado pela alta sociedade no início do século 20. “Cada detalhe foi trazido da Europa, é um templo da arte. Hoje o teatro é não só um patrimônio a ser visitado, mas também palco de shows de rock, rap e todo tipo de artistas nacionais e internacionais”, explica Nicolas, que já se apresentou algumas vezes ali.
De lá partimos para as margens do Rio Negro, onde aportam os barcos que vêm do interior do Amazonas – e também de outros estados. Enquanto as pessoas chegam arrastando suas malas, uma pequena feira livre funciona ao lado do porto, com pescadores vendendo seus produtos em cima de barquinhos de madeira encalhados na areia. “É aqui que tudo acontece, onde nasce essa mistura manauara”, diz Nicolas.
Ali perto funcionam dois mercados. O Adolpho Lisboa, o mais procurado pelos turistas, vende artesanatos, ingredientes típicos da região, como o tucupi, além de ervas, utensílios domésticos e todo tipo de souvenires. A poucos quarteirões dali fica a Feira da Banana, um galpão onde é possível encontrar os mais diferentes tipos de castanhas, frutas e, claro, os peixes típicos da região. “Quando você visita Manaus vale a pena conhecer tanto a parte turística quanto a sociedade real, onde o amazonense faz suas compras”, explica. “Aqui tem muito da culinária amazônica e da cultura também.”

Seguindo pelo rio, a alguns quilômetros dali está o encontro do Rio Negro com o Rio Amazonas, um fenômeno que pode ser admirado do Mirante das Lajes. No topo da trilha que leva à praia das Lajes se esconde uma das vistas mais bonitas da capital. “Como a água escura do Rio Negro não se mistura com a cor barrenta do Amazonas, o encontro é um dos cartões-postais do Amazonas. É bonito ver como os rios são importantes para explicar o que é Manaus”, diz Nicolas.
O passeio termina em outro mirante, onde é possível enxergar uma enorme reserva florestal que margeia a cidade. É ali, na torre do Museu da Amazônia (MUSA), que se entende por completo o que é Manaus. “A cidade tem pouco de rio, um pouco de mata, um pouco de concreto, um pouco de palafita, um pouco de gente, gente demais, gente de menos. Isso é Manaus”, diz Nicolas.
