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A criatividade não convencional de Maria Eduarda Feijó

Por
Fernanda Nascimento
Em
5 dezembro, 2018

A criatividade de Maria Eduarda Feijó não coube n’As Cordinhas que grudaram nos óculos de sol nos últimos verões. Em sua nova marca, a Dada, Madu transforma materiais nada convencionais em acessórios incríveis

Antes mesmo de lançar a primeira peça de sua nova marca de acessórios, a Dada, Maria Eduarda Feijó já recebeu pelo menos uma dúzia de encomendas. Basta ela sair com seu chapéu transparente, com uma fita métrica enrolada nele, para ser parada com um elogio ou um pedido: “da próxima vez que você passar por aqui, traz outros dois desses na bolsa!”. “Eu quero passar na minha marca um pouco do meu estilo de vida e do que eu gosto de fazer. Eu odeio estar no padrão”, diz Madu.

O acessório – e a Dada – nasceram quase que sem querer. A carioca de 24 anos queria fazer um chapéu para usar com as cordinhas de óculos que há dois anos ela customiza n’As Cordinhas. Mas foi só começar a criar que percebeu que precisava de uma marca em que coubesse tudo o que sai de suas experimentações. “Quando eu vejo alguma coisa diferente eu gosto de customizar, de pensar em coisas possíveis a partir do impossível”, explica. De fato, tudo vira moda nas mãos de Madu. Um punhado de carretéis se transforma em um colar, a fita métrica, seu novo xodó que ela garimpa em uma dezena de cores diferentes, já enfeitou o chapéu e virou anel e choker.

Foi dessa vontade de produzir acessórios usando materiais nada convencionais que nasceu o nome da marca, Dada, inspirada no movimento dadaísta, que descontruía conceitos da arte tradicional. “Tem tanta coisa bacana que a gente pode usar para fazer acessórios. Mas a gente não pensa e acaba ficando muito no óbvio”, diz Madu. “Eu gosto muito de pegar o que era um fio de som e transformar numa cordinha de óculos, sabe?”.

Todo tipo de material já se transformou em cordinha de óculos desde que ela começou a produzir os acessórios em parceria com seu ex-namorado, Pedro Liñares. A marca da dupla, As Cordinhas, nasceu também meio espontaneamente, quando Madu resolveu criar modelos do acessório para ela mesma usar no verão carioca. “O Pedro voltou de San Diego com uma cordinha que era super simples, uma coisa mais funcional mesmo”, conta. “Eu quis fazer algo que fosse bonito, que combinasse com as minhas roupas, e todo mundo que via ficava apaixonado e pedia: caramba, eu quero também, faz pra mim?”.

Fotos: JP Faria

O que começou com uma vitrine no Instagram e entregas de bicicleta pelo Rio de Janeiro no final de 2016 cresceu e chegou nos óculos de sol de gente de todo canto do Brasil. Tudo feito à mão, por um grupo de meninas que costura um por um os fios que Madu se apaixona por aí ou garimpa em suas viagens. Alguns modelos são tão exclusivos quanto o comprimento de um tecido que ela encontrou em uma loja em Paris ou em Berlin, alguns dos destinos por onde Madu passou para buscar inspiração para suas criações. “Eu gosto muito de trabalhar com peças exclusivas. Não gosto de ter tudo igual a todo mundo”, diz. “Foi por conta desse meu lado que eu criei tudo que fiz até hoje.”

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Os chapéus transparentes que ela vai lançar como a primeira peça oficial da Dada têm esse toque de Madu. A ideia é que ele possa ser customizado – por ela ou pela criatividade de quem comprar a peça. Outros acessórios mais exclusivos vão fazer parte da nova marca, como os colares que Madu criou n’As Cordinhas em parceria com a ceramista Amanda Cursino para encaixar os óculos de sol (esse que ela está usando na foto aqui em cima). Elas fizeram apenas doze peças, uma diferente da outra. “Em uma viagem descobri um anel que você botava no pescoço e pendurava os óculos. Eu pensei: quero fazer isso, mas de uma forma diferente. E aí nasceu esse colar”, conta.

Madu aproveitou para viajar pelo verão quase esse ano todo coletando referências para suas criações. Essas ideias já ganharam forma nos chapéus, colares e anéis que vão ser vendidos pela Dada, mas outro tanto ainda está por vir. Tudo no ritmo da Madu. “Eu não gosto de fast fashion, sou mais slow fashion”, ri. O que a gente sabe é que não vai ser nada convencional.

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