Por que a geração Z está cada vez mais interessada em trabalhos manuais à moda antiga?
Em um mundo cada vez mais digital, muita gente vem sentindo necessidade de se reconectar com o mundo físico. E, além de oferecer um refúgio das telas, os trabalhos manuais — a exemplo do crochê, costura, marcenaria, cerâmica e jardinagem — ajudam a amainar outras aflições dos mais jovens, impactados por questões de saúde mental, problemas econômicos e a crise climática.
Terapia manual

Um novo estudo publicado na revista Frontiers in Public Health sugere que atividades manuais nos fazem enxergar a vida de uma forma mais positiva, desenvolvem a concentração e ajudam a reduzir o stress e a ansiedade.

Não foi à toa, portanto, que tanta gente recorreu a hobbies old school na pandemia pra manter a cabeça no lugar. Com jovens cada vez mais propensos a enfrentar questões de saúde mental, faz sentido que a tendência continue em alta na era pós-covid.
Inspiração


O saltador britânico Tom Daley — que tem uma marca própria — fazendo crochê na beira da piscina nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
As criações, a começar pelos gorros, da b-girl japonesa Ami Yuasa, ouro na estreia do breaking nas Olimpíadas.

Surfando nessa onda, a tradicional marca Singer lançou recentemente uma máquina de costura wi-fi focada na Gen Z, que borda a partir de comandos em um tablet e tem serviço de assinatura que dá acesso a projetos de costura e bordado.

Bom pro planeta e pro bolso
· Costurar e transformar roupas antigas.
· Bordar pra personalizar peças.
· Reformar móveis antigos com marcenaria e pintura.
· Produzir seus próprios acessórios à mão.
· Fazer reparos em casa.
Ressignificando profissões

Com a perspectiva de que muitas profissões possam ser substituídas total ou parcialmente pela Inteligência Artificial, os trabalhos manuais como marcenaria, construção civil, cozinha, jardinagem etc também vêm sendo enxergados como uma opção profissional mais segura e perene.

“Alcançar algo concreto e palpável, em tempo de tanta efemeridade, virou quase um prêmio à inteligência do ser humano, um aceno a capacidades perdidas.”
Trecho da matéria “Marcenaria, tricô e mais: a geração Z está ligada nos ofícios manuais”, de André Sollitto, Simone Blanes e Valéria França, pra Veja.
Crédito da imagem de abertura: Natalia Blauth / Unsplash