No encontro dos rios Tapajós e Amazonas, a cidade é uma ótima base pra explorar o Baixo Amazonas. Junto com o chef Saulo Jennings, a gente dá dicas pra comer bem e mergulhar na cultura local.
Conhecida como “Pérola do Tapajós”, Santarém é uma das cidades mais antigas e importantes da Amazônia. Além de uma orla urbana cheia de vida, o município abrange diversos vilarejos habitados por comunidades ribeirinhas, como Coroca e Socorro, e vilas maiores, a exemplo de Alter do Chão. Dá pra chegar de avião ou de barco: navegando, a viagem leva cerca de dois dias a partir de Manaus e até três dias saindo de Belém.


ESPORTES
canoagem / caiaque / stand up paddle / kitesurf
NATUREZA
floresta amazônica / rios / praias fluviais
ROLÊS
barco / observação de animais
BOM PRA
contato com a natureza / comer bem / dançar carimbó
MELHOR ÉPOCA
o ano todo, com variações entre seca e cheia
Pela cidade
A orla de Santarém ferve o dia todo — uma boa pedida é ver o pôr do sol dali e seguir noite adentro. Uma vez no centro, aproveite pra conhecer a Feira do Pescado, onde os botos-cor-de-rosa aparecem em busca de peixe, e o Mercado 2000, recheado de frutas, farinhas e outros sabores típicos da região. Pra ver o encontro dos rios por terra, siga até a Praça do Mirante.


Seca ou cheia
O período de seca dos rios vai de agosto a janeiro, e é nesse período que os mais de 100 quilômetros de praias fluviais de Santarém se revelam. Além dos hits de Alter do Chão, vale visitar a Praia do Maracanã, mais próxima da área urbana, e outras às margens do rio Arapiuns, como a do Icuxi e a da Ponta. Já na cheia, é possível navegar pelos igarapés que se formam em algumas áreas.

Navegar é preciso
De barco, é possível admirar de vários ângulos o encontro das águas cristalinas do Tapajós com as águas turvas do Amazonas. Outro destaque é o canal do Jari, corredor natural que liga os rios e abriga uma biodiversidade impressionante, com jacarés, botos e uma variedade de aves. Agências como a Santarém Tur e a Mãe Natureza Ecoturismo organizam passeios pela região, assim como os barcos da Casa do Saulo.


Pelos vilarejos
A comunidade ribeirinha de Coroca fica às margens do rio Arapiuns e é formada por cerca de 70 famílias. Por lá, é possível visitar um meliponário com cinco espécies de abelhas sem ferrão e conhecer o projeto de proteção da tartaruga-da-amazônia e do tracajá. Conta com um restaurante e uma pousada bem simples.

Observação de animais
No Canal do Jari, Rosângela é quem toca a Trilha das Preguiças. Tendo como ponto de partida a casa dela, o passeio é feito a pé durante a seca e de canoa durante a cheia. Além das preguiças, é comum ver o macaco-de-cheiro-comum e aves como a coruja jucurutu, a mãe-da-lua (utatau) e a cigana.
Onde comer


Casa do Saulo — Às margens do Rio Tapajós, na praia de Carapanari, é a primeira casa aberta pelo chef Saulo Jennings, há pouco mais de 15 anos. Oferece pratos da gastronomia local feitos com produtos fornecidos pelas comunidades ribeirinhas e preparados por cozinheiras que o acompanham desde o início. Boas pedidas são o Filé de Pirarucu grelhado com molho de castanha-do-Pará e o arroz de pato paraense.
“Meu trabalho hoje é valorizar todos os ingredientes que tem aqui na minha terra, a Amazônia, mas não somente isso. Quero valorizar também as pessoas que produzem esses alimentos ou que pescam esses peixes.”
Saulo Jennings, chef de cozinha à frente do restaurante Casa do Saulo, com sete unidades pelo Brasil
Restaurante Piracema — Pra degustar sabores clássicos da culinária amazônica e outras receitas autorais que surpreendem.
Peixaria Rayana — Tucunaré, tambaqui, pirarucu e outros peixes frescos vindos do manejo sustentável praticado na região.
Mutunuy Balneário — Com piscina e igarapé, serve um galeto na manteiga de comer agradecendo.
Boteco do Pereco — Boteco à beira do rio Tapajós, ideal pra tomar um drink e saborear petiscos enquanto aprecia a paisagem.
Restaurante Hitomi — Desde 96, Monotori e sua esposa Helena servem, nos fundos de casa, pratos quentes da culinária asiática.
Onde ficar


Bangalôs da Selva — Dez bangalôs debruçados sobre o Rio Tapajós, ligados à Casa do Saulo. Alguns contam com piscina privativa e jacuzzi ao ar livre. É possível esticar a viagem a bordo dos barcos da casa, vivenciando passeios já mencionados e outros momentos especiais, como a piracaia — tradição ribeirinha que reúne todo mundo em volta do peixe assando na brasa, na beira do rio.
Pousada Jardins — Na área urbana, tem quartos confortáveis com ar-condicionado, varanda e vista pra piscina ou pro jardim.
Barrudada Tropical Hotel — Com vista pro encontro dos rios Tapajós e Amazonas, conta com acomodações com ar-condicionado, TV e frigobar, além de uma ampla piscina ao ar livre.
Crédito da imagem de abertura: Matheus Sousa / unsplash