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A música na era da IA: a importância do fator humano

Por
Adriana Setti
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A tecnologia pode ser uma ferramenta valiosa pra execução e processamento. Mas a essência — aquilo que conecta e emociona —continua sendo obra da sensibilidade e da curadoria humana.

Qualquer pessoa leiga já pode criar uma música do zero —  do arranjo à mixagem, até o videoclipe. Tudo com ferramentas de IA de fácil acesso.

Em uma cadeia que, normalmente, demanda o envolvimento de uma série de profissionais, tempo e criatividade, ver o surgimento de novas tecnologias pode ser assustador.

Mas será que isso é suficiente pra colocar a indústria criativa da música em perigo?

A música na era da IA: a importância do fator humano
O impacto do uso de obras humanas sem pagamento nem autorização
 
O mercado de resultados gerados por IA na indústria da música deve passar de R$ 6 bilhões em 2024 a R$ 99 bilhões em 2028.
 
A perda dos criadores até 2028 é estimada em R$ 62 bilhões — 24% da receita no período.
 
Fonte: “Estudo sobre o impacto econômico da IA Generativa nas indústrias da música e do audiovisual” (CISAC – Pmp Strategy)
A música na era da IA: a importância do fator humano

Nem tudo está perdido (como sempre)

A cada grande avanço tecnológico, é comum surgir o medo de que algo essencial seja deixado pra trás. Mas, se olharmos com atenção, a história nos mostra o contrário. O rádio não acabou com a leitura; a TV não matou o rádio; o streaming não liquidou a TV etc. Ainda assim, com a inteligência artificial, repetimos o mesmo coro apocalíptico: “isso vai acabar com tudo”.

A música na era da IA: a importância do fator humano

“Se conseguirmos usar essas ferramentas de forma criativa e inovadora, poderemos explorar novas fronteiras na música.”

Papatinho, produtor musical, em entrevista ao O Tempo

A tecnologia, no fim, é só uma extensão do que já somos: uma tentativa de ampliar nossas capacidades e abrir espaço pra novas formas de expressão.

Curadoria musical humana é fundamental

O curador musical é um intérprete cultural: alguém capaz de traduzir emoções em experiências sonoras pra diversas plataformas. Agências de music branding, como a Tecla Music, usam a subjetividade criativa como um diferencial em relação à IA — que, por mais avançada que seja, não é capaz de replicar esse modelo.

A música na era da IA: a importância do fator humano

O papel do humano é justamente ser sensível, intuitivo e imprevisível, enquanto a tecnologia se limita à reprodução de padrões.

“A curadoria feita por pessoas carrega uma riqueza que nasce da subjetividade. É nesse espaço, onde não há fórmulas prontas, que surgem momentos musicais memoráveis — experiências personalizadas, que levam em conta variáveis complexas e contextuais: um evento, uma marca, uma estação do ano, uma memória afetiva.”

Paulo Sattamini, diretor de criação da Tecla Music Agency

A música na era da IA: a importância do fator humano

Já ouviu as playlists do The Summer Hunter?

Nosso perfil no Spotify, com curadoria da Tecla Music Agency, é um bom exemplo desse processo artesanal e 100% humano.