Premiada com o Oscar de melhor atriz aos 60 anos, Michelle Yeoh reforça a ideia de que o envelhecimento não deve limitar nossos sonhos.
Aos 60 anos de idade, a atriz malaia Michelle Yeoh foi a primeira mulher asiática a ganhar o Oscar de melhor atriz, por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Jamie Lee Curtis, aos 64 anos, foi a vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, numa noite que fez história contestando o etarismo estrutural que impera em Hollywood — principalmente no que se refere ao envelhecimento das mulheres.
Remando contra
Em entrevista ao podcast The Envelope, do jornal Los Angeles Times, Yeoh já havia comentando que, ao completar 50 anos de idade, muita gente da indústria cinematográfica sugeriu que ela deveria se aposentar. “Eu deveria é estar no controle do que sou capaz, certo?”, respondeu na época.
“Mulheres, nunca deixem ninguém dizer que a sua melhor fase já passou.”
Michelle Yeoh, ao receber a estatueta de Melhor Atriz por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo.
Enquanto isso, no Brasil
Sob o mesmo ponto de vista, prestes a completar 60 anos, Xuxa Meneghel tem sido enfática e cirúrgica ao criticar uma sociedade que encara o envelhecimento como algo que deve ser postergado ou combatido a qualquer preço: “Me deixem em paz! Eu só vou fazer plástica quando eu quiser”.
Sem romantizar, sem estigmatizar
É claro que existe um lado duro em envelhecer. A passagem do tempo pode vir acompanhada de dores, da perda da mobilidade, de óculos multifocais e de preocupações com a aposentadoria ou a finitude. Mas ninguém precisa se encaixar em um molde por causa da data de nascimento estampada no RG.
Embora o envelhecimento seja obviamente biológico, também é um estado de espírito. E as duas coisas estão interligadas. Estudos recentes revelaram que as pessoas que se sentem mais jovens “de espírito” do que suas idades cronológicas tendem a ser mais saudáveis e psicologicamente mais resilientes do que aquelas que se sentem mais velhas.
Sim pra tudo que você quiser
“Pra envelhecer exuberantemente, você deve reconhecer ativamente o seu próprio etarismo internalizado e lutar contra ele dizendo sim sempre que possível, além de ser curioso e exploratório”, disse Regina Koepp, psicóloga clínica e fundadora do Centro de Saúde Mental e Envelhecimento, ao jornal New York Times.
