Experiências mostram que modelo pode ser bom para funcionários e para empresas. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
É óbvio que há algo muito errado com a forma como estamos trabalhando. Nunca se falou tanto em bornout e pesquisas apontam que as consequências do stress no trabalho causam a morte de mais de mil pessoas por ano. Essa onda de insatisfação junto com a maior flexibilidade de horários trazida pelo home office fez com que a discussão sobre a redução da carga horária de trabalho ganhasse mais força nos últimos anos, especialmente a proposta de redução de cinco dias de trabalho semanais para quatro dias.
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No entanto, apesar da maioria dos funcionários curtirem a ideia, as empresas se mostraram apreensivas com a mudança. Isso porque, à primeira vista, reduzir um dia de trabalho parece estar ligado diretamente a uma queda de 20% na quantidade de serviço produzido. Mas o resultado de várias experiências ao redor do mundo têm evidenciado que não é bem assim: além de melhorar a vida das pessoas em vários âmbitos, o esquema 4 x 3 não reduz a quantidade de trabalho entregue — em alguns casos, pode até aumentar a produtividade.
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Entre junho e dezembro do ano passado, 61 empresas do Reino Unido participaram do maior piloto do mundo pra analisar os resultados da semana de trabalho de quatro dias. Mais de 2.900 funcionários trabalharam 80% de suas horas habituais — pelo mesmo valor salarial — em troca da promessa de entregar 100% de seu trabalho habitual. O programa foi executado pela organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global e a 4 Day Week UK Campaign, em parceria com pesquisadores da Cambridge University.
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As descobertas foram promissoras. Os níveis autorrelatados de ansiedade e fadiga diminuíram entre os trabalhadores, enquanto a saúde mental e física melhorou. Cerca de 71% dos funcionários relataram níveis mais baixos de “burnout” e 39% disseram que estavam menos estressados, em comparação com o início do teste.
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Ainda foi constatada uma redução de 65% nos dias de licença médica. “Todos nós perdemos muito peso… estávamos acima do peso antes”, diz Gary Conroy, fundador e CEO da 5 Squirrels, empresa que participou do estudo, à CNN Business. “A equipe tem mais tempo pra preparar alimentos, comer de forma saudável. Muitas pessoas estão indo muito mais à academia.”
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Muitos entrevistados também disseram achar mais fácil equilibrar o trabalho com os compromissos familiares e sociais: 60% dos funcionários encontraram uma maior capacidade de combinar o trabalho remunerado com as responsabilidades de cuidado e 62% relataram que é mais fácil combinar o trabalho com a vida social.
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Mas a maioria das pessoas não usaram esse terceiro dia off pra se jogar no rolê, e sim na cama. Dados do Boston College mostraram que quem que passou a trabalhar 32 horas semanais registrou 7,58 horas por noite de sono, quase uma hora inteira a mais do que quando mantinham 40 horas semanais de trabalho. O percentual de pessoas consideradas privadas de sono também caiu de 42,6% para 14,5% nas jornadas de trabalho de quatro dias.
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Mesmo nível (ou até mais alto)
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Mas, afinal, o que aconteceu com a produtividade, o grande porém das empresas? Um estudo interno da Unity, empresa de relações públicas de Londres que participou do piloto, descobriu que ela aumentou em 35%. No geral, a receita das empresas também quase não teve alteração durante o período de teste.
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“Os trabalhadores estavam muito menos inclinados a matar o tempo e buscavam ativamente tecnologias pra melhorar sua produtividade", afirmou o professor de sociologia Brendan Burchell, que liderou o estudo. Além da motivação em focar mais, várias pesquisas já mostraram como o tempo livre é importante em outros aspectos do trabalho. Liberada das demandas imediatas do cotidiano, a mente também encontra espaço pra ser mais criativa.
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A semana de quatro dias também fez com que mais pessoas tivessem interesse em trabalhar nos locais que adotaram o esquema. Por todos esses benefícios, ao final, cerca de 92% das empresas que participaram no programa-piloto do Reino Unido dizem que pretendem continuar com a carga horária reduzida. Testes similares nos Estados Unidos, Bélgica, Espanha, Japão, Austrália e Nova Zelândia mostraram resultados parecidos.
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Mas nem tudo são flores. Isso porque a maioria das empresas que adotam o sistema de 4 dias de trabalho não contratam mais funcionários. Ou seja, pra ter esse benefício o trabalhador acaba tendo um dia a menos pra executar todos os seus afazeres. E a realidade é que grande parte das pessoas já tem uma carga de trabalho excessiva que não cabe em 40 h.
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É por isso que, pra grupos que militam por um sistema trabalhista mais justo, não basta apenas alongar o fim de semana. É preciso melhorar as condições como um todo, ajustar a carga de trabalho e criar sistemas de proteção contra condutas abusivas, como aquele zap do chefe no domingão.
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Ainda assim, a maioria dos funcionários tem visto mais benefícios no esquema de trabalho, e traçaram algumas estratégias diárias pra ajudar na produtividade:
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- Reuniões mais curtas e em menor quantidade;
- Introdução de “períodos de foco”, que duram em torno de duas horas e a equipe ignora e-mails, chamadas ou mensagens;
- Lista de tarefas no fim do dia pra programar tudo que será feito no dia seguinte;
- Uma das empresas adotou um sistema de semáforo, pra reduzir as distrações. Colegas com a luz verde em sua mesa estão disponíveis pra conversar, âmbar se estiverem ocupados, porém disponíveis pra falar, e vermelho se não quiserem ser incomodados.
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No Brasil, algumas empresas estão adotando, aos poucos, os quatro dias de trabalho. A empresa de produtos pet Zee.Dog foi a primeira da América Latina a testar o modelo. Esta semana, Déia Freitas, do podcast Não Inviabilize, também contou que adotou o sistema em sua empresa. Há vários outros exemplos, sobretudo entre startups e agências de comunicação.
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Se não quisermos adoecer como sociedade, precisamos rever os nossos modelos de trabalho. Encontrar um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional — mesmo que você curta muito o que você faz — é um passo bem importante pra uma saúde mental em dia e, consequentemente, uma vida solar. E a semana de quatro dias de trabalho se mostra uma oportunidade promissora de chegar mais perto desse objetivo.
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