É cada vez mais difícil encontrar quem se dedique a alguma atividade só por prazer. Saiba como resgatar esse hábito. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Se foi difícil pensar em uma resposta à pergunta acima, você não está sozinho: por uma série de motivos, hoje é cada vez mais desafiador embarcar — e até conseguir se concentrar — em uma atividade só por prazer. Na era da produtividade a qualquer custo, tempo livre é privilégio e, consequentemente, hobby virou artigo de luxo. Aqui, a gente discute como as novas relações de trabalho ditam a dinâmica do lazer e dá dicas pra você resgatar o hábito de praticar uma atividade só por prazer.
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Definamos hobby, que é um conceito difícil de ser delimitado. Para Robert Stebbins, sociólogo especializado em estudos do lazer da Universidade de Calgary, no Canadá, trata-se da prática sistemática de uma atividade — como tocar violão ou fazer tricô — que geralmente (mas não necessariamente) requer uma habilidade especial e que não é uma obrigação.
Stebbins usa o termo “lazer sério” para diferenciar os hobbies de atividades de lazer mais “casuais”, como ir a um bar com os amigos ou assistir televisão. E, para estudá-los, ele os divide em três categorias: amador, “hobbista” e voluntário.
O amador se dedica a uma atividade que tem correspondência profissional (como pintar ou jogar vôlei), enquanto o “hobbista” faria algo que não teria, em princípio, como ser um trabalho, como colecionar discos ou observar pássaros. E voluntário seria alguém que se doa a alguma causa como hobby.
Hobbies requerem dedicação e tempo — e, às vezes, dinheiro —, e, ainda segundo Stebbins, geram prazer mesmo diante do esforço que é preciso empreender para aprendê-los: um hobby é motivador de alegria, e não de estresse. Ou seja, mesmo a persistência para praticar e se aprimorar em uma atividade pode ser uma parte agradável do processo, e não (deveria ser) encarada com perfeccionismo e sob a lógica atual de “performance”.
Para ele, se comprometer com um hobby pode contribuir para uma vida mais rica e plena e ajudar no bem-estar geral de mente e corpo.
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A falta de recursos e acesso a lazer e cultura sempre afastou uma parte da população de ter um hobby. Mas, nas últimas décadas, isso se agravou. A precarização do trabalho e a diluição das fronteiras entre vida pessoal e profissional fizeram com que, para um número ainda maior de pessoas, principalmente das novas gerações, fique difícil pensar em fazer uma aula de dança e ainda pagar o aluguel.
Mesmo que o hobby seja de graça e a pessoa tenha algum tempo para praticá-lo, há a constante paranoia da produtividade, segundo a qual parece impensável se dedicar a algo por pura fruição. Se “tempo é dinheiro”, hobbies parecem “caros” se não produzirem nada além de prazer e satisfação.
“Sempre temos essa sensação de que deveríamos estar trabalhando e se desenvolvemos um passatempo é porque não estamos trabalhando o suficiente”, disse a escritora americana Anne Helen Petersen, autora do livro Não Aguento Mais Não Aguentar Mais: Como os Millennials Se Tornaram a Geração do Burnout, em entrevista ao El País.
Na “sociedade do alto rendimento”, os hobbies também passaram a ser vistos como algo a ser monetizado, seja através de dinheiro ou de likes para alavancar o “capital social”. Surfistas fazem grana vendendo um estilo de vida; o pedal do fim de semana só vale se for compartilhado no aplicativo Strava e até o hábito de ler livros acabou virando algo instagramável (vide #bookstagram).
Aliás, conseguir focar em um hobby hoje requer resistir à lógica da “economia da atenção”, o aparato tecnológico de consumo e entretenimento que disputa nosso olhar a tapas e que é feito para nos viciar. Por isso é tão comum dedicar o pouco tempo livre rolando o feed do Twitter.
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Por outro lado, há pelo menos uma década está havendo uma retomada de atividades manuais, como trabalho mas também como hobby: crochê, bordado, macramê, tricô, aquarela, colagem, tecelagem, costura, cerâmica (de cujo hype falamos recentemente no The Summer Hunter) e, claro, cozinha.
Na pandemia, houve grande procura de atividades desse tipo para lidar com o tempo que sobrou em casa, ganhar uma graninha extra e fazer uma espécie de terapia. “Usar as mãos como elemento de construção e elaboração de algo pode ser muito curativo. Você vai imprimindo seu mundo interno ali, e ver a peça pronta pode trazer muita satisfação”, disse Vera M. Ferretti, arteterapeuta e psicóloga clínica, à Gama Revista.
Além disso, a multiplicidade de plataformas e oportunidades para descobrir atividades on-line nunca foi tão grande, muitas delas gratuitas. A internet facilita tanto o primeiro contato quanto a manutenção de hobbies, a exemplo da leitura: para além do #bookstagram, leitores ávidos podem facilmente criar comunidades, se recomendar autores e participar de clubes de discussão de livros.
Praticar uma atividade só pelo prazer — e não para colocar no currículo — pode ser uma forma de resistência, dentro do que é possível no contexto de cada um.
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Foto: Gabriel Klein
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