Entenda por que o nosso intestino é considerado uma espécie de “segundo cérebro”. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
O sujeito enfezado é um ser humano aborrecido e irritado, como define o dicionário. Realmente, é difícil esperar plenitude de alguém com o intestino preso — e não é apenas o senso comum que atesta o vínculo. Estudos científicos, como este do jornal britânico Nature e esta pesquisa do California Institute of Technology, demonstram como o que acontece nas entranhas pode alterar nosso humor e atividade cerebral. Não é por nada que o intestino é considerado uma espécie de “segundo cérebro”. Como ter um intestino saudável e levar uma vida solar andam juntos, investigamos a nova onda de probióticos que prometem não só cuidar das entranhas, mas também da cabeça.
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Foi um professor de patologia e biologia celular, o americano Michael Gershon, que cunhou o termo “segundo cérebro” pra se referir ao intestino. Na época, ele descobriu que células nervosas presentes nas entranhas funcionam praticamente como uma outra massa cinzenta. Seu trabalho trouxe um novo entendimento sobre doenças gastrointestinais e sofrimento psíquico. Desde então, os estudos evoluíram. Hoje, a nutricionista Sophie Deram coloca um novo componente nessa história: a microbiota, que é o complexo arranjo de micro-organismos que habitam o intestino. Cada um tem os seus, em média, 39 trilhões de micróbios próprios, segundo este estudo — e dos quais apenas 10% ou 20% são iguais aos de outros indivíduos. A combinação quase única, junto ao bioma que vai hospedá-los, pode influenciar em tudo: saúde, apetite, peso corporal e, claro, humor.
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Um dos motivos pra crer no poder das entranhas na manutenção da saúde mental foram micróbios que produzem neurotransmissores como serotonina e dopamina lá no intestino. Em 2020, um time de cientistas de Harvard demonstrou que a microbiota tem papel relevante em uma variedade de transtornos psiquiátricos. Outro experimento, com camundongos, mostrou que o leite fermentado melhorou a ansiedade e a qualidade de sono dos roedores, muito provavelmente devido a mudanças na composição da microbiota. É fato: o sistema intestinal em desequilíbrio pode causar uma inflamação no corpo, ativar uma resposta imunológica, mudar os níveis de neurotransmissores e gerar alterações no humor e no comportamento.
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Antes de dar descarga, espie: ali na privada podem ser adquiridas muitas pistas sobre sua saúde. Isso é tão sério que a comunidade médica criou uma escala de fezes, a Bristol Stool Chart, pra que cada um analise a sua. Spoiler: um cocô comprido e com algumas rachaduras, ou num formato cilíndrico e que sai com aquela facilidade quer dizer saúde em dia; bolinhas, líquido, muito caroços ou irregularidades — é hora de dobrar a atenção. Mas dar aquela aliviada matinal saudável e feliz não tem sido fácil pra muita gente. Antibióticos, agrotóxicos e ultraprocessados são alguns dos vilões: segundo um pesquisador e cardiologista americano, eles eliminam bactérias intestinais do bem e as substituem por outras, não tão legais assim. Ele acredita tanto no poder do intestino que diz que “todas as doenças humanas deveriam ser reconsideradas à luz das contribuições sobre microbioma”.
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Abram alas aos psicobióticos
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A ingestão de probióticos ajuda a alimentar e cultivar as bactérias amigas do intestino, recrutar novas aliadas pra protegê-lo e evitar que inimigos apareçam e desorganizem o andamento das entranhas. Os psicobióticos, assim como os probióticos, são micro-organismos vivos que vão cuidar do intestino. A novidade é que, entre seus efeitos, também há benefícios pra mente. O gastroenterologista Avanish Aggarw explica que alimentos probióticos, se consumidos com o propósito de melhorar a saúde mental, já são considerados psicobióticos — ou seja, não há uma classe específica pra esses micróbios. Segundo ele, por mais que esses alimentos possam reduzir sintomas de ansiedade e depressão, ainda é difícil especificar quais tipos de bactéria são realmente eficientes pra esse fim. É importante frisar, ainda, que nenhuma dieta rica em fibras substitui a boa e velha terapia ou os medicamentos próprios pra transtornos psicológicos. Aliás, cuidar da saúde mental com a ajuda de um profissional pode ser um caminho para ajudar ambos os “cérebros” do corpo.
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Em um mundo onde mais de 322 milhões de pessoas sofrem de depressão, porém, qualquer reforço a uma vida mais saudável e feliz é bem-vindo. E o mercado está ligado: de 2016 pra 2021, o setor global de probióticos pulou de US$ 39 bilhões para US$ 58 bilhões. Os psicobióticos devem seguir o mesmo caminho, como prevê o Global Psychobiotics Market Research Report 2021. De acordo com o relatório, haverá um crescimento na procura por esses micro-organismos nos próximos cinco anos, já que os consumidores parecem tão preocupados com questões emocionais quanto com as físicas. Já dá para acompanhar alguns frutos desse crescimento, como o probiótico PS128, que promete equilibrar o sistema nervoso, ajustando os níveis de dopamina e serotonina, além de ajudar no sono e reduzir sintomas de ansiedade, depressão e até doença de Parkinson. Neuralli é outra opção, tendo sido o primeiro “probiótico pra saúde do cérebro” lançado no mercado, e formulado com o intuito de equilibrar substâncias que afetam o humor e a mente. No Brasil, já temos um concorrente: Probians, liberado pela Anvisa no final de 2020. Formulado pela farmacêutica Aspen, ele dispõe de duas bactérias, Lactobacillus helveticus R0052 e Bifidobacterium longum R0175, e promete auxiliar no controle dos níveis de stress e ansiedade, além de trazer o bem-estar gastrointestinal. Antes de engolir comprimidos, no entanto, sempre busque orientação médica. Como alternativa às prescrições, vale a pena rechear a dieta com probióticos, seja pra ajudar o intestino ou o cérebro, mirando em alimentos ricos em fibras, fermentados, iogurte e kombucha.
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• Superintestino é um livro com dicas pra restaurar seu microbioma e assim fortalecer a saúde, regular o peso e melhorar o humor.
• Uma psicóloga (e nutricionista) para sua saúde intestinal.
• Se o segredo para a longevidade da atriz Dercy Gonçalves (1907-2008) era o cocô, talvez devêssemos ouvi-la.
• Esta reportagem se aprofunda na conexão entre cérebro e intestino, e se propõe a entender o papel da flora intestinal no surgimento de males que sabotam o foco e o bom humor.
• O podcast Microbiando, de professores e alunos da UFRJ e da Fiocruz, dedicou todo um episódio à microbiota e sua relação com o comportamento social.
• Dietas para a mente: este livro se debruça sobre efeitos do trigo, do açúcar e dos carboidratos no cérebro, e este indica quais alimentos são mais ou menos adequados no combate a transtornos como depressão, ansiedade, insônia, demência, e a ciência por trás de cada uma das recomendações.
• A jornalista Lúcia Helena, especializada em saúde, fala da era dos psicobióticos e como há bactérias que melhoram a saúde mental.
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Micro Aventuras: um simples rolê pode ser uma viagem
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