Suas músicas, suas viagens, o presente de Natal… será que foi você mesmo que escolheu? Até que ponto os algoritmos influenciam e pautam a sua vida? ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Comprar presentes, fazer uma trilha sonora legal para as festas, eleger um destino para passar as férias, montar um look para a virada do ano. Tantas escolhas. Mas quanto desses seus desejos é real e quanto é ditado pelas máquinas? Aquele chapéu panamá que você vai levar para a praia, por exemplo: você queria mesmo ou se deixou levar por uma narrativa online construída em torno dele? Ou aquela música que você jamais imaginou gostar e foi parar no seu top 5 de faixas mais reproduzidas depois de tocar no repeat sem que você pedisse? Enfim, você realmente curte o que pensa que curte ou curte porque foi o que as telas apresentaram para você (uma, cinco, dez vezes)? Quais teriam sido suas opções para esse fim de ano (e para o ano todo) sem a influência dos algoritmos que definem o que será exibido em sites e apps?
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Bem-vindo à Era da Ansiedade Algorítmica
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Se já se pegou com um certo incômodo diante dessas questões, talvez, além da ansiedade típica dessa época de festas, você esteja experimentando um gostinho da ansiedade algorítmica. O termo vem sendo usado para nomear o sentimento de falta de controle que surge na convivência com os mecanismos de recomendação no meio digital. E eles estão em toda parte na internet. Segundo um artigo da revista New Yorker, estamos vivendo a “era da ansiedade algorítmica”. Diz o texto: “Assediados por recomendações automatizadas, somos deixados a adivinhar exatamente como eles estão nos influenciando, nos sentindo em alguns momentos mal percebidos ou enganados e em outros momentos cronometrados com uma precisão assustadora.” Ou seja, às vezes o algoritmo acerta na mosca; às vezes, parece errar feio; e nos dois casos lidar com esse mecanismo pode ser desconfortável.
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Mas quem é o tal algoritmo?
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De acordo com o dicionário, algoritmo significa, na linguagem da tecnologia e da informática, um "conjunto de regras e procedimentos lógicos perfeitamente definidos que levam à solução de um problema em um número finito de etapas". Ultimamente, ele virou sinônimo dos sistemas de recomendação que ajudam a classificar conteúdos.
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Esses mecanismos existem desde os primórdios da computação pessoal, mas se difundiram com mais força no meio da década passada. Tomaram conta das redes sociais, substituindo os antigos feeds organizados por ordem de postagem. E estão nos sites de busca, nos serviços de streaming, compras ou hospedagem, nos apps de mapas e em quase toda plataforma online que você conseguir pensar (fora aquelas que estão sendo pensadas justamente para fugir dessa lógica, como a Glass, de fotografia).
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Pode parecer gostosinho navegar em um universo desenhado especialmente pra você. De fato, há uma boa dose de conforto em, por exemplo, não ter que toda hora pular músicas desagradáveis. Mas o mundo dos seus sonhos talvez não seja o mundo dos seus sonhos. E ansiedade algorítmica pode ser um sintoma desse conflito. “O desejo humano é sempre um desejo de ‘outra coisa’. Tenho uma maçã e quero uma laranja. O deslizamento é a beleza de seu funcionamento. Sempre queremos outra e outra coisa”, diz o psicanalista Leonardo Goldberg, autor do livro O Sujeito na Era Digital. “O problema é quando o desejo é imobilizado, de forma quase viscosa, pela estrutura que oferta produtos que o apaziguariam. Isso joga o sujeito em uma dinâmica empobrecida, em um gozo meio preguiçoso e bastante repetitivo.”
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Gostando ou não, hoje é difícil ver um filme, escolher um restaurante, comprar uma roupa online ou mesmo se deslocar por aí sem esbarrar com um algoritmo. Ele tornou-se algo tão onipresente que ganhou um status pop, quase folclórico, como uma entidade que está sempre por perto mexendo seus pauzinhos que, no fim das contas, mexem com a vida da gente. Na dúvida, culpe o algoritmo. É provável que você acerte.
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Conhece o novo blog da Renner?
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Curtiu o conteúdo? Você pode ler mais textos como esse na coluna do The Summer Hunter no novo blog da Renner, além de outros textos sobre moda, viagem, tendência e sustentabilidade, entre outros assuntos, de autores que a gente admira, como André Carvalhal, Caio Braz, Sthe Geponi, Lucca Najar e e Gabriela Ganem. Dá uma olhada no que a gente já publicou por lá:
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