Verdades incômodas sobre essa indústria e a importância de pensar em formas mais responsáveis de viajar. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Que viajar é uma delícia, a gente bem sabe. Ver paisagens deslumbrantes, ter contato com outras formas de viver, conhecer novas culturas, gastronomias, pessoas... Estudos já comprovaram que visitar outros lugares — ou apenas planejar — traz maiores níveis de felicidade e redução de stress. No entanto, exatamente por ser uma atividade ligada ao prazer e ao entretenimento, é bem fácil — ou cômodo — se esquecer que o turismo é parte de um mercado bilionário, que gera um impacto socioambiental negativo tremendo. Junto à Betina Neves, jornalista e autora da newsletter Descomprimindo, a gente traz verdades incômodas sobre o assunto pra incentivar essa reflexão, e aponta algumas formas menos nocivas de viajar. Afinal, essa experiência tem que ser boa não só pra você, mas também pra todo mundo.
|
|
Uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Sydney, na Austrália, responsabilizou o turismo por 8% das emissões atuais de gases de efeito estufa. Os principais responsáveis por esse cenário são pessoas que viajam de países ricos pra outros países ricos. Os Estados Unidos estão no topo da lista, seguidos por China, Alemanha e Índia. O modelo hegemônico de turismo, explorador e colonialista, causa por todo o mundo acúmulo de lixo, exploração animal e depredação de ecossistemas delicados. Na Tailândia, por exemplo, a praia de Maya Bay, que bombou após aparecer no filme A Praia (2000), ficou fechada por três anos pra se recuperar dos danos causados pelo grande número de visitantes da última década. Segundo relatório do Center for Responsible Travel, em 2018, quando a medida começou a ser tomada, 77% de seus corais estavam sob sério risco. Hoje, a praia está aberta pra todos, mas com várias regras. Outros exemplos de lugares que já limitaram de alguma forma o número de turistas são:
|
|
As populações nativas também são afetadas diretamente pelo turismo de massa, com uma descaracterização e mercantilização de seus modos de viver. Aqui no Brasil, por exemplo, é possível observar essa realidade acontecer com populações indígenas e com quem vive em favelas, quando suas tradições ou condições sociais são vistas apenas como entretenimento. Também é comum haver expropriação de terras em áreas de interesse turístico. Em cidades, é comum que o aluguel de apartamentos para turistas acelere a gentrificação dos bairros centrais devido ao alto custo de vida após a valorização desses locais, como aconteceu em Veneza, Barcelona, Lisboa, Austin e no Rio de Janeiro, entre muitas outras. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), só 5% do gasto de um turista estrangeiro em um país em desenvolvimento fica com a comunidade local. Ou seja, 95% do dinheiro acaba nas mãos de companhias aéreas, hotéis de redes e grandes empresas com sede em outras nações. Isso ajuda a explicar por que nas Maldivas — país com resorts cujas diárias ultrapassam os US$ 2.000 e onde mais de 70% do PIB vem do turismo — a maior parte da população vive na pobreza.
|
|
Recentemente, a discussão sobre a importância de um turismo mais consciente ficou em alta por conta do projeto de um empreendimento de luxo nível White Lotus dentro de uma Área de Proteção Ambiental e próximo de uma comunidade pesqueira tradicional na ilha de Boipeba, na Bahia — região com cidades que já enfrentam sérios problemas causados pelo turismo de massa, como Caraíva. A licença, que já foi concedida pelo Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), dá o aval pra erguer um condomínio residencial com 67 lotes, duas pousadas (uma com 25 quartos e outra com 25 casas), infraestrutura viária, marina pra barcos e pista de pouso. E os caras ainda querem enfiar mais um campo de golfe na jogada! A área total equivale a dez parques Ibirapuera, em São Paulo, e representa 20% do território da Ilha de Boipeba. No perfil @salveboipeba, você encontra todas as atualizações sobre o assunto.
|
|
Pra mudar essa realidade, são necessárias mudanças estruturais imensas conectadas com outros setores. A sorte é que já tem bastante gente pensando em como organizar o turismo dentro de um modelo de desenvolvimento socialmente mais justo e ambientalmente responsável, como o turismo de base comunitária. Esse tipo de organização é protagonizado pelas comunidades locais, valorizando sua cultura e modo de vida, gerando renda e autonomia e colaborando para a preservação da natureza. De quebra, ainda proporciona experiências mais autênticas e imersivas pra quem viaja. Um dos grandes exemplos de onde esse tipo de turismo pode trazer grandes benefícios é a Amazônia, gerando renda para a região e mantendo a floresta de pé.
|
|
Tentar viajar de forma mais consciente exige uma atitude humilde, respeitosa e interessada, junto de muita pesquisa e questionamento. Da próxima vez que for planejar visitar algum lugar, tenha em mente que, além de trazer experiências incríveis e fora do clichê, sua viagem pode gerar benefícios às pessoas que moram naquela região. Aqui vai uma geral básica de como ser um turista consciente:
|
|
|
Crédito: Budgeron Bach / PexelsCredit by XYZ
|
|
Música pra uma vida solar
|
|
Já sabe da novidade? Agora, quem cuida das playlists do The Summer Hunter é a Tecla Music, a agência de music branding mais cool que você vai conhecer. Com sede no Rio de Janeiro, há mais de uma década ela cria laços afetivos através da música. Todo mês, você terá uma playlist nova pra ouvir em vários momentos da vida e deixar sua rotina mais solar. Curtiu? Então corra pro Spotify, porque três playlists já estão lá: É sempre verão em lugar; Música tropical brasileira; e O lado bom de se apaixonar — ótima pra escutar a dois no Dia dos Namorados.
|
|
|