Algumas faixas são especialmente incríveis pra melhorar o nosso humor. Mas qual é fórmula da música solar? ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
É impossível definir quando a música surgiu. Existem vestígios de uma flauta de osso de 60.000 a.C, liras e harpas na Mesopotâmia e gravuras de tambores no Antigo Egito. Sócrates, Platão e Aristóteles, entre muitos outros filósofos, acreditavam que, através da música, as pessoas poderiam ser melhores. Já nos dias de hoje, essa relação é tão profunda e cotidiana que rola até um surtinho quando a gente percebe que esqueceu o fone de ouvido em casa e vai ter que passar o dia todo sem escutar a playlist favorita do momento. É comprovado: ouvir música é uma forma maravilhosa de calibrar o nosso humor e deixar a vida solar em qualquer época do ano. Os sons que a gente curte atuam sobre o sistema nervoso autônomo, acalmando a respiração, regulando a frequência cardíaca, diminuindo a pressão sanguínea e reduzindo a tensão muscular. Além disso, também podem estimular a liberação de neurotransmissores relacionados ao prazer. Mas tem algumas músicas que são ainda mais potentes quando o objetivo é sair dançando e fazer o nosso dia mais feliz. Por quê?
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Aperte o play e seja feliz
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Em uma pesquisa recente, 71% dos 2 mil entrevistados disseram que a música é uma das influências mais poderosas no humor. Dois terços (64%) apertam o play pra se animar, na maioria das vezes quando estão sós (43%), tristes (42%) ou quando está frio e escuro lá fora (40%). Pra Michael Bonshor, especialista em psicologia da música da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, responsável pelo estudo, o que torna uma música feliz é criar uma breve sensação de tensão — ou expectativa prazerosa — seguida de alívio, quando a progressão harmônica flui conforme nossas experiências auditivas anteriores. Isso porque tendemos a curtir mais um som familiar, ou aquelas canções que conseguimos memorizar com facilidade, graças a um equilíbrio esperto entre previsibilidade e surpresa. É vapt-vupt: demoram apenas 14 segundos, em média, pra música melhorar o humor!
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Segundo Bonshor identificou em seus estudos, a gente considera uma música alegre se ela estiver em um tom maior, com aproximadamente 137 bpm. Além disso, elas geralmente têm uma batida forte de 1-2-1-2 e a estrutura verso-refrão-verso-refrão – ou seja, fáceis de dançar e de acompanhar, mesmo que desafinando. É o caso de Good Vibrations, dos Beach Boys, que ocupa a primeira posição do ranking da “felicidade musical” entre as canções pesquisadas por Michael Bonshor. A faixa começa com um verso em tom menor e, em seguida, cria uma forte elevação emocional à medida que muda pra um tom maior brilhante no refrão.
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A nostalgia também é um fator recorrente na escolha das músicas que desencadeiam um estado solar. 38% das pessoas que participaram do estudo disseram que as faixas que consideram felizes foram lançadas quando estavam na adolescência; e 48% disse que a música é importante pra eles principalmente por conta das memórias que elas podem evocar. E é verdade: às vezes, apenas alguns segundos de uma música já são capazes de nos teletransportar pra boas lembranças do passado. Em relação aos gêneros, os considerados mais felizes pelos entrevistados — que são britânicos — são o pop (49%), o rock (25%), o dance (17%), o R&B (13%) e o clássico (12%). Obviamente, isso varia conforme a cultura e dificilmente se aplicaria no Brasil. Dois terços dos entrevistados (69%) preferem ouvir uma variedade de gêneros, artistas ou músicas.
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O Brasil é o maior mercado de música na América Latina e um dos principais do mundo. Segundo dados da área de Pesquisa e Conhecimento da Globo coletados em 2021, 58% dos brasileiros ouvem música todos os dias, principalmente pra lidar com o stress e a ansiedade. Os momentos em que rolam mais plays são quando estamos fazendo tarefas domésticas, praticando atividades físicas ou nos deslocando pela cidade. Entre os gêneros musicais, os mais escutados são sertanejo, pop, gospel, mpb, samba e rock — aqui entram indie, punk e outros subgêneros. Outra pesquisa, feita pela startup Flow Creative Core em 2019, descobriu que 71.5% dos jovens escolhem a música que irão escutar a partir do seu mood. Ou seja, como estamos nos sentido dita muuuito qual estilo e músicas vamos ouvir. Os dois moods mais procurados são músicas pra animar e pra relaxar. Curiosidade: 36% dos entrevistados dizem julgar as pessoas, em parte, pelo seu gosto musical.
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Mas não são só as músicas felizes e solares que têm a capacidade de melhorar o nosso humor. Afinal, quem nunca sentiu que precisava ouvir aquela playlist cheia de músicas tristes pra se entregar de vez à sofrência e, depois, sair da fossa? Pesquisadores da área sugerem que músicas melancólicas e sentimentais são capazes de ajudar a nos sentirmos melhor quando estamos passando por tempos difíceis, além de produzir um efeito catártico. Se você não costuma ouvir um som enquanto faz exercícios físicos, vale tentar. Isso porque estudos já mostraram que ouvir música durante o treino pode aumentar a sua resistência — não é à toa que já existem até tocas de natação com fones de ouvido acoplados. E tem mais: outras pesquisas também afirmam que ouvir música pode aliviar os sintomas da insônia e nos levar a um estado medidativo importante pra uma boa noite de sono. A prática também pode melhorar o nosso desempenho cognitivo.
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Pra nós, um bom som é uma ferramenta incrível pra deixar a vida mais solar. Por isso, nos unimos à Tecla Music pra criar playlists pra você ouvir em vários momentos. Pra começar bem o inverno, ouça É sempre verão em algum lugar.
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