Em tempos de hiperconexão, não ter redes sociais pode turbinar o seu sex appeal. Ou não. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Vasculhar as redes sociais do crush é, pra maioria dos mortais, o primeiro passo. Dar aquele scroll no Twitter em busca de incompatibilidades políticas; levantar o CV no LinkedIn; checar o Pinterest pra ver se o gosto de decoração bate; analisar a/o ex no Instagram; saber se passa vexame no TikTok e garimpar deslizes morais nas catacumbas do Facebook. Quem nunca? Até que um belo dia você tenta puxar a ficha virtual e... nada. Nem uma mera conta fechada no Instagram ou aquele perfil sem foto no Facebook atualizado pela última vez em 2009. E agora?
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Pra alguns, as pessoas offline despertam um interesse imediato. Ao dispensar likes, seguidores ou biscoitos virtuais, passam a mensagem subliminar de que estão com a autoestima em dia — o que é altamente sexy. Também há uma tendência a intuir que quem opta por não estar nas redes sociais tem, supostamente, coisas mais importantes a fazer, ao invés de assistir alguém abrindo recebidos ou fazendo dancinhas. Leituras profundas, retiros de meditação, esportes… enfim, a mente viaja e você imagina que essas pessoas estão simplesmente lá fora vivendo a vida. Obviamente, o fator mistério também joga lenha nessa fogueira. Ao não conseguir mapear uma pessoa ou saber minimamente o que ela faz e pensa, a curiosidade vai lá no alto. Desde os tempos da caverna, a indisponibilidade é um catalisador da atração. Na era dos apps e da triagem virtual antes do primeiro date, então, o cidadão offline — ou simplesmente o que possui uma conta privada — também tira o interessado da zona de conforto. Socorro! A única forma de conhecer essa pessoa é encontrá-la pra uma conversa no mundo real!
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Por último, segundo muitos terapeutas e psicanalistas, estamos sempre buscando alguma razão pra não namorar alguém (consciente ou inconscientemente). Ou seja, pode ser que, entre as 50 fotos no feed, mais os stories diários e os tweets da pessoa desabafando sobre a rotina, você encontre algo que não curta ou não concorde, e decida parar de investir naquela relação. Em contrapartida, postando pouco ou quase nada, é bem mais difícil que esse julgamento aconteça.
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Também há, obviamente, quem fique tão preocupado com a ausência virtual do crush que tire o time de campo. E essa atitude é bem compreensível — principalmente se você for mulher e, do outro lado da história, estiver um homem. Os medos vão dos mais graves, como a pessoa ser um serial killer, ou um foragido da Justiça, até os mais corriqueiros, como ser um alienado total ou estar em um relacionamento fechado, por exemplo. Em tempos de apps de namoro, também ficou muito mais fácil conhecer pessoas primeiro no ambiente virtual. No entanto, daí até encontrá-la fisicamente, é preciso algum tipo de precaução. A presença em várias redes sociais não é garantia, mas um perfil cheio de informações e com muitos amigos — que também pareçam ser de carne e osso — pode ajudar a baixar a guarda. Principalmente em relação a possíveis perfis falsos feitos com o objetivo de enganar os outros — o famoso catfishing.
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Mas calma. Tem muita gente se afastando das redes sociais por outros motivos. E o principal deles tem a ver com o tempo de tela. Afinal, as redes sociais são sim um espaço legal pra manter o contato com quem a gente gosta, compartilhar e encontrar dicas e até aprender. No entanto, elas são projetadas pra serem viciantes, e é bem fácil ser consumido por esse universo praticamente infinito de conteúdo. Formada pela galera nascida entre 1997 e 2012 (ainda que os parâmetros possam variar segundo o enfoque), a Geração Z é a primeira totalmente nativa digital e, também, a que passa mais tempo nas mídias sociais. Em uma pesquisa publicada pela Morning Consult, 54% dos entrevistados — que têm de 13 a 25 anos — disseram ficar pelo menos quatro horas diárias nas redes. Mas não é algo exclusivo deles: 28% dos demais adultos também chegam a essa marca que, ao fim de uma semana, significa mais de um dia entre scrolling, likes e afins.
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Muitos do que apagam os aplicativos das redes sociais dizem que, além de sentirem alívio, ganham admiração dos seus colegas pelo fato de terem conseguido sair desse looping viciante. E os dados mostram que mesmo os jovens que não estão virando as costas pra todas as redes sociais, estão fazendo isso parcialmente. De acordo com um estudo da empresa de marketing americana Hill Holliday, metade dos entrevistados da Geração Z afirmou que havia desistido ou estava pensando em desistir de pelo menos uma plataforma de mídia social. Ou seja, mesmo usando muito, quebras significativas começam a acontecer.
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O relatório The Future of Social Media, publicado há alguns meses pela Dazed Studio, também pontuou que os jovens têm saído de redes maiores e já “tradicionais”, como Facebook e Instagram, e ido pra ambientes mais nichados, que reúnam pessoas com interesses parecidos. Bons exemplos são o Letterboxd, rede queridinha dos amantes de cinema, e o Co-Star, pra quem curte astrologia.
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De acordo com os comentários que rolaram na nossa publicação do Instagram sobre o assunto, quem ganha no quesito sexy appeal são os low profile. Aquela pessoa que não é ligada nas redes sociais, maaaas tem os perfis lá e aparece de vez em quando pra postar uma selfie nos stories, um “dump” no feed, uma foto mais subjetiva… No entanto, os high profile e os no profile também têm seus fãs. Apesar de ser interessante saber como certa pessoa se comporta nas redes sociais, julgar ou tentar decifrar alguém pelo seu perfil pode ser uma furada. Afinal, a gente sabe que, principalmente na Internet, nem tudo é o que parece. Uma pessoa pode parecer low profile, mas estar observando a tudo e a todos o tempo todo e não postar nada por pura insegurança. E quem posta todo dia também consegue aproveitar bem o tempo fora das telas. Fora isso, quando a química bate, o número de seguidores ou a quantidade de publicações é o que menos importa.
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