Não se trata de assimilar, em silêncio, todos os perrengues, mas de avaliar se a queixa pode trazer algo de bom. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
É natural reclamar de vez em quando: pra reivindicar direitos, em busca de pertencimento e até pra assimilar o que, na sua vida, anda incomodando. Mas você já deve ter cruzado com aquela pessoa — ou, quem sabe, já se viu nesse lugar — que vive se queixando no piloto automático, reclamando de qualquer coisa que acontece de um jeito diferente do que ela gostaria ou de todo o contratempo que surge pela frente. Esse excesso de queixas pode aprisionar em uma dinâmica de negatividade que afeta até o funcionamento do nosso cérebro, e “contagiar” aqueles que estão ao redor. Bora sair dessa?
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Suprimir sentimentos ruins pode fazer muito mal pra nossa saúde mental. Além disso, não dá pra negar que reclamar tem seus benefícios. Um deles é o potencial de mudança: se queixar pode ser útil quando o objetivo for fazer ajustes na vida, seja em um relacionamento, seja em uma situação. Em maior escala, grande parte dos avanços sociais só acontecem porque algumas pessoas não aceitam a realidade como ela é, e usam suas vozes pra pontuar as injustiças sociais ao seu redor. Mas atenção: nesses casos, é válido que sua queixa venha acompanhada de uma atitude, como conscientizar mais pessoas sobre o problema ou se organizar na luta. Verbalizar o que está incomodando e compartilhar com os amigos ou durante a terapia também ajuda a entender os sentimentos que existem por trás da queixa. Em alguns casos, reclamar também pode ser uma maneira de impor seus limites.
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Reclamar se torna um problema quando essa atitude deixa de ser algo objetivo e se torna um hábito sem propósito, quase um vício. E nem mesmo as conquistas e os acontecimentos felizes escapam dessa dinâmica. Por exemplo, imagine que você finalmente conseguiu realizar a viagem dos sonhos. No entanto, passou o tempo inteiro reclamando da fila do aeroporto, do trânsito local, de um detalhe do quarto de hotel, da atração que se mostrou diferente do que você esperava…
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Uma pesquisa da Universidade de Stanford, nos EUA, mostrou que reclamações crônicas geram efeitos fisiológicos. Através da repetição de sentimentos ruins, tristes e de impotência, o cérebro pode passar por uma reconfiguração neural que reforça padrões de pensamentos negativos e deixa pouco espaço pra sentimentos positivos, a exemplo de gratidão, admiração ou bem-estar. Como afirma uma matéria da Harvard Business Review, com o tempo, os “reclamões” tornam-se viciados em negatividade, atraídos pelo drama que acompanha essa atitude.
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Antes de mais nada, é importante avaliar se você está reclamando demais. Psicólogo e autor do livro The Squeaky Wheel, no qual explica como reclamar da maneira correta pode melhorar seus relacionamentos e aumentar a autoestima, Guy Winch disse em entrevista ao Better by Today que uma boa forma de fazer isso é analisando suas mensagens de texto. A maioria delas possui um teor negativo? As queixas feitas ali têm alguma finalidade? Fazer o exercício de não reclamar à toa por um período — um dia, uma semana, um mês… — é uma ótima forma de quebrar essa dinâmica. Ao longo desse “detox”, exercitar a gratidão pode ajudar a começar a encarar as coisas de uma forma mais positiva. Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia concluiu que pessoas que se esforçaram diariamente pra cultivar esse sentimento tiveram melhora no humor e na energia, além de níveis mais baixos de cortisol, o hormônio do stress.
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Também vale dar um toque naquele amigo que vive sugando sua energia com uma infinidade de reclamações. Às vezes, esse comportamento está tão naturalizado que ele nem percebe o quanto pode fazer mal pra si mesmo e pra quem está perto.
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Uma outra atitude que pode nos ajudar a não cair na espiral de reclamações é desenvolver resiliência. Ou seja, ampliar a capacidade de navegar por tempos difíceis tomando decisões alinhadas aos nossos valores, ao invés de ficar apenas se queixando. Embora algumas pessoas sejam naturalmente mais resilientes do que outras, há formas de desenvolver esse superpoder, que combina flexibilidade mental, emocional e comportamental. Construir resiliência passa por entender que ruminar a frustração diante das coisas que saíram errado gera uma camada extra de sofrimento. Deu ruim? Melhor pensar: “esta é a situação, como posso enfrentá-la?”, e partir pra resolver. Também vale identificar como funciona a sua resposta ao stress e, antes de reclamar, praticar o hábito de fazer um momento de pausa. Isso abre espaço pra tomar uma decisão racional — apartada do ódio e do impulso.
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Releve as pequenas coisas
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Se, ao invés de ficar reclamando, você conseguir rir diante das pequenas agruras do dia a dia, sobra mais energia pra solucionar as buchas reais que pintarem no caminho. Passar meia hora procurando o celular e descobrir que o aparelho está no bolso. Bater a porta e ficar trancado fora de casa. Ter o maior trampo pra chegar ao médico e descobrir que a consulta era amanhã. Todo mundo faz isso alguma vez na vida, relaxe.
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No episódio mais recente do Desenrola, nosso podcast, convidamos a comunicadora, influencer e empresária Lela Brandão, criadora da marca de roupas Lela Brandão Co. e do podcast gostosas também choram; e a psicanalista, professora e escritora Ana Suy, autora do best-seller A gente mira no amor e acerta na solidão, pra falar sobre as dores e as delícias que dizer não pode trazer, além de dar dicas de como fazer isso da melhor forma. Ouça aqui.
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