Entenda como essa forma radical de enxergar a alimentação pode prejudicar a sua saúde. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Nos últimos anos, felizmente, as conversas sobre body positive, distúrbios alimentares e a importância de ter uma alimentação saudável e nutritiva ganharam força. Mesmo assim, o cenário ainda está longe de ser o ideal. Na era das redes sociais, proliferam os conteúdos sensacionalistas sobre alimentação — muitas vezes produzidos por quem que não tem formação na área — impactando diariamente milhares de pessoas. Um vídeo exemplificando bem essa realidade viralizou recentemente. Tudo começa com uma receita de bolo e, no final, a coach que promete “secar” seus seguidores aponta o suposto resultado de ingerir o doce: Alzheimer, obesidade, infarto, osteoporose, inflamação do intestino e por aí vai. A resposta veio do nutricionista Daniel Cady: “Isso é terrorismo nutricional e só prejudica sua relação com a comida e o seu corpo”. Aqui, explicamos o conceito que gerou polêmica e apontamos alternativas mais sensatas.
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O terrorismo nutricional se baseia na classificação simplista dos alimentos — permitidos ou proibidos, saudáveis ou não saudáveis —, impondo regras que não levam em conta nem as particularidades do indivíduo, nem os fatores sociais, econômicos, políticos e afetivos da alimentação. Isso gera angústia, culpa, medo e frustração. O conceito de terrorismo nutricional tem sido discutido há muito tempo, mas foi oficialmente nomeado nos anos 2000 por Gyorgy Scrinis, pesquisador da Universidade de Melbourne, Austrália. Ele também introduziu o termo nutricionismo. Este conceito refere-se à visão que enxerga a comida e os alimentos estritamente por seus componentes nutricionais, como vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras. Em outras palavras, em vez de dizer que está comendo pão, você diria que está consumindo carboidratos. Uma consequência dessa abordagem é a obsessão em contar calorias.
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É óbvio que, para aqueles com alergias ou intolerâncias, certos alimentos devem ser evitados ou até mesmo proibidos. No entanto, a maioria dos profissionais que tratam da alimentação de maneira ampla e atual concorda que o problema não reside na comida em si, mas sim na forma como nos relacionamos com ela. Isso ocorre porque essa abordagem radical em relação à alimentação, frequentemente associada a dietas restritivas, cria uma pressão psicológica que eleva as chances de desenvolver um transtorno alimentar. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, este problema afeta mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Os tipos mais comuns são anorexia, bulimia nervosa e compulsão alimentar. Aqui, você pode aprender mais sobre cada um desses transtornos.
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O caso envolvendo a coach, que não é nutricionista, chamou a atenção para os riscos de se deixar influenciar por conteúdos produzidos por indivíduos não qualificados. Nos últimos dois anos, mais de 3 mil denúncias de exercício ilegal da profissão de nutricionista foram registradas no Brasil através das redes sociais, segundo o Conselho Federal de Nutricionistas
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Moderar o consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados é importante. No entanto, de maneira geral, nenhum alimento consumido com bom senso prejudica a saúde. Portanto, o equilíbrio não está em demonizar o bolo nem em se empanturrar de bolo sempre. Na contramão do terrorismo nutricional, a alimentação intuitiva é um jeito de comer que renuncia à classificação de alimentos como proibidos, às dietas restritivas e à perda de peso como objetivo. Concebida pelas nutricionistas norte-americanas Elyse Resch e Evelyn Tribole, a prática foi descrita no best seller Comer intuitivo: Faça as pazes com a comida. Liberte-se da dieta crônica. Redescubra o prazer de comer, lançado em 1995. Quase duas décadas depois, o manifesto vem sendo abraçado pelos movimentos antidieta e tem mais de 1,4 bilhão de menções no TikTok. Comer intuitivamente passa por saciar a fome em vez de aguentá-la. Por isso, o primeiro passo pra adotar essa mentalidade é se conectar aos seus sinais físicos: “ronco” do estômago, uma leve dor de cabeça, falta de concentração ou mau-humor. Da mesma forma, é essencial observar os indícios de saciedade ao comer. Outro pilar importante é sentir prazer nas refeições, respeitando o corpo e equilibrando seus instintos e emoções relacionados à comida. Uma meta-análise de 2021 concluiu que a alimentação intuitiva proporciona uma melhora da imagem corporal, da autoestima e do bem-estar psicológico. Já outros estudos relacionaram a técnica a melhores índices de açúcar e colesterol no sangue e maior propensão à ingestão de frutas e vegetais.
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Outro termo que vem se popularizando e que está em consonância com a alimentação intuitiva é o Mindful Eating. Essa ideia é derivada de uma filosofia mais ampla, a da atenção plena — ou mindfulness. Ela requer o uso de todos os sentidos, tanto físicos quanto emocionais, ao fazer escolhas alimentares e ao desfrutar da comida. Parece algo natural, mas essa pode ser uma tarefa difícil pra uma geração de pessoas que costuma comer na frente da TV ou enquanto scrolla o feed das redes sociais e manda mensagens no zap — quem sempre? O movimento afirma que essa forma “distraída” de se alimentar está associada à ansiedade e ao ganho de peso. Ao focar de verdade nas refeições, mesmo nas mais triviais, prestamos mais atenção no cheiro, na textura, na mastigação e em diversos outros fatores — externos e internos — que tornam a nossa relação com a comida mais saudável.
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Em entrevista ao New York Times, Elyse Resch afirmou que pessoas acostumadas com dietas restritivas podem ter dificuldade em se adaptar à liberdade do comer intuitivo e que, no começo, é normal não saber exatamente quando parar. Segunda ela, a tendência é encontrar o equilíbrio com o tempo. Mas atenção: os princípios da alimentação consciente e a intuitiva não pretendem substituir os tratamentos tradicionais pra distúrbios alimentares graves. Nesses casos, procure um especialista. Bora fazer as pazes com a comida?
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