Ontem você topou um rolê como se não houvesse amanhã. Mas houve. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Você combinou de ajudar uma amiga com a mudança, mesmo tendo um monte de coisa pra fazer. Topou um rolê quando o que mais queria era ficar no sofá maratonando séries. Pior: disse pro chefe que ia participar daquela meia maratona solidária e mal consegue correr 2 km. Tanto na vida pessoal quanto na profissional, são inúmeras as vezes em que dizemos sim quando o que queríamos mesmo — ou deveríamos — era dizer não. Não à toa, à medida que a data ou o prazo vai chegando, começa aquela funça mental de encontrar uma desculpa pra pular fora, enquanto uma frase ecoa na cabeça: “o que eu estava pensando quando decidi aceitar?”. Aqui, a gente explica por que isso acontece com tanta frequência e dá dicas pra você se livrar desse enrosco.
|
|
Autor de Your Future Self: How to Make Tomorrow Better Today, o professor de decisão comportamental e psicologia da Universidade da Califórnia Hal Hershfield chegou a uma conclusão interessante sobre o assunto. Muitas vezes, concordamos com coisas que não queremos fazer porque tendemos a enxergar uma versão mais aspiracional de nossos “eus futuros”. Ou seja: alguma força otimista dentro de nós adora pensar que contamos com mais tempo, interesses e generosidade do que realmente temos. Daí, quando a data combinada vai chegando, a verdade é revelada. Tcharan! Ainda somos a mesma pessoa. É nessa hora que bate o arrependimento. Para Hershfield, esse é apenas um dos sinais que indicam como os seres humanos têm dificuldade de se planejar a longo prazo. Estudando sobre o assunto há mais de uma década, ele acredita que, ao nos conectarmos com uma visão mais realista do futuro, passamos a considerar com maior clareza as consequências de nossas ações e, como resultado, tomamos decisões mais acertadas.
|
|
Outro fator que faz com que dizer não seja muuuito difícil em alguns momentos é o nosso forte desejo de querer agradar. É inerente à natureza humana buscar amor, validação e aceitação — fazemos isso, em parte, pra evitar a rejeição e a solidão. O problema surge quando comprometemos nossas identidades, necessidades e desejos pra atender aos das outras pessoas. Quando estamos lidando com alguém por quem nutrimos intenso carinho, essa equação se torna ainda mais complexa devido ao medo de decepcionar ou magoar essa pessoa. Também é importante destacar que as mulheres costumam ter uma dificuldade maior em dizer não, já que, por conta de construções de gênero machistas, a sociedade tem como premissa que elas sejam agradáveis, gentis e, de preferência, aceitem o que é proposto.
|
|
Não é nada fácil sair desse modus operandi. Afinal, quem não gosta de ver as pessoas queridas felizes com a sua presença? Ou de ganhar aqueles pontinhos com o chefe ao topar ajudar em alguma tarefa do trampo? No entanto, na maior parte das vezes, essas afirmativas quase automáticas passam fatura. Ao priorizar constantemente as demandas dos outros, ficamos sem tempo pra desenvolver projetos pessoais, que normalmente nos levam em direção ao que realmente desejamos. Além disso, enfrentamos situações desgastantes e desconfortáveis que poderiam facilmente ser evitadas. No trabalho, é comum cometer mais erros e realizar tarefas com menor motivação. Tudo isso acaba afetando nossa saúde mental e resultando em sentimentos como stress, baixa autoestima e ressentimento.
|
|
Dizer não pra um pedido do chefe é uma tarefa bem complexa, afinal, o medo de ficar mal na fita é grande. Se você é frila ou tem seu próprio negócio, por mais que saiba que deve colocar um limite, na hora que a proposta chega no inbox, acaba batendo aquele medo de que, diante de uma negativa, o cliente encontre alguém melhor e desapareça.
|
|
É preciso lembrar sempre que a arte de saber falar 'não' no trampo é crucial pra nos livrar de altas roubadas ou de trabalhar no fim de semana. Quando surgir aquela proposta ou aquele pedido do chefe que você sabe que o melhor a se fazer é negar, agradeça e justifique, de forma sincera, calma e cordial, por que você está pulando fora. Se for pela pouca grana, pelo pouco prazo ou porque o job não tem a ver com o seu perfil, essa explicação pode trazer propostas mais viáveis no futuro — e livrar você de outras roubadas. Uma dica é oferecer alternativas, como a indicação de um profissional de sua confiança.
|
|
Se você já aceitou o convite pra algum compromisso e se arrependeu, pense: se eu deixar de aparecer, isso fará uma grande diferença pra alguém de quem realmente me importo? Estarei perdendo oportunidades que são valiosas para mim? Essas reflexões podem ser bons pontos de partida pra ajudar a decidir se vale a pena encarar. No entanto, convém usar mais a experiência e menos a imaginação. Ou seja, ao invés de ficar fantasiando sobre o que pode acontecer depois, o melhor é lembrar de como se sentiu e o que aconteceu em situações parecidas. Também é importante colocar nessa equação o quanto você vai ferrar a sua própria rotina ou até a saúde pra cumprir com o que estava combinado. Se a balança pender pro lado negativo, melhor pular fora e lidar com as consequências.
|
|
Só porque sua agenda está livre daqui a cinco semanas, não significa que sua rotina habitual diminuirá até lá. Então, antes de aceitar mais um compromisso, reflita sobre como está sua semana atualmente para ter uma perspectiva mais realista da sua disponibilidade futura. Se a mera ideia de assumir isso dá bode, ansiedade ou preguiça, pule fora antes que seja tarde.
Quando surgir o medo de perder momentos divertidos com pessoas queridas — o famoso FOMO, sigla em inglês para "Fear Of Missing Out" (Medo de Estar Perdendo Algo) — lembre-se de que sempre haverá outras oportunidades semelhantes. Com um pequeno esforço, talvez você consiga até transformar esse sentimento em JOMO, que significa "Joy Of Missing Out" em inglês, ou seja, a satisfação de recusar um convite e desfrutar da sua própria companhia em casa. Por último, lembre-se que saber declinar é crucial pra saúde mental. Passado o mal-estar momentâneo, bate uma leveza… Aqui, a gente dá algumas dicas pra dizer não com maestria e sem culpa:
|
|
Pra ver 👀 • O documentário Chic Show, que relembra e celebra a festa de black music que revolucionou a noite paulistana entre os anos de 1970 e 1990.
• Os primeiros episódios da terceira temporada de The Morning Show, que tem como um dos temas centrais a influência da tecnologia na mídia.
Pra ouvir 🎧 • O podcast Livros no centro, da Livraria Megafauna, que traz histórias de leitores, escritores e livreiros. Pra ler 📖 • O livro Outlive: A arte e a ciência de viver mais e melhor, onde o especialista em longevidade Peter Attia fornece estratégias práticas para melhorar a saúde e prolongar a vida com qualidade.
Pra seguir 📲 • O artista gráfico japonês Shusaku Takaoka e suas obras que são um mix de culturas e referências.
|
|
☀️ Nós somos o The Summer Hunter, uma plataforma de conteúdo que acredita que o verão é mais do que uma estação do ano; é um estado de espírito. Nos siga no Instagram, onde publicamos conteúdo inédito diariamente, sempre às 7h30 da manhã. Ouça também nosso podcast, o Desenrola, e coloque um pouco de música na sua rotina com as nossas playlists em parceria com a Tecla Music. Também explore a nossa linha de acessórios desenvolvida em collab com a Allcatrazes. E pra se manter atualizado sobre as novidades do TSH e ter acesso a conteúdos e benefícios exclusivos, faça parte de nossa comunidade no WhatsApp!
📩 Recebeu essa newsletter de alguém e não é assinante? Envie a um amigo aqui e assine para não perder a próxima! 😔 Não quer mais receber essa news? Descadastrar. Versão web - Atualizar Perfil © 2023 The Summer Hunter, Todos os direitos reservados
|
|
|