Para muitos da nova geração, o sexo já não é uma prioridade, e o celibato ganhou status de cool. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
A geração Z — aquela nascida entre 1995 e 2010 — demonstra ser a mais livre em relação a questões de gênero e sexualidade. Esta galera cresceu em paralelo com o avanço das redes sociais e dos aplicativos de namoro, o que facilitou a forma como se conectam e se relacionam com outras pessoas. No entanto, diversos estudos de diferentes países apontam que os jovens de hoje estão transando menos do que as gerações anteriores.
Em 2021, o número de adolescentes que perderam a virgindade ou que eram ativos sexualmente nos Estados Unidos foi o menor já registrado desde 1991, segundo dados do Centro de Prevenção e Controle de Doenças. Estatísticas pós-pandemia semelhantes foram observadas em países como Suécia, Reino Unido e também no Brasil, embora aqui as pesquisas sejam mais limitadas e segmentadas. Saiba mais sobre o que os especialistas chamam de “apagão sexual”.
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Há diversos fatores apontados pelos pesquisadores como os possíveis responsáveis pela falta de sexo da geração Z. Um dos mais proeminentes, e que permeia muitas das mudanças contemporâneas, é a tecnologia. As relações românticas têm se tornado mais digitais, como é o caso dos relacionamentos à distância e do sexting. Além disso, as redes sociais, jogos e plataformas de streaming alteraram significativamente nossa percepção de prazer. Não podemos esquecer também do fácil acesso à pornografia e do boom de plataformas de conteúdo adulto, como OnlyFans e Privacy.
Nos últimos anos, também passamos a discutir mais abertamente as desigualdades relacionadas ao prazer sexual. Isso fez com que muitas mulheres, principalmente aquelas que se relacionam com homens, se tornassem mais criteriosas ao escolher parceiros ou optassem por explorar seu próprio prazer através da masturbação. Movimentos como o #MeToo colocaram em foco discussões sobre consentimento e as potenciais agressões que podem ocorrer em situações íntimas, levando a uma maior cautela ao viver novas experiências.
Além de todos esses fatores, em um mundo marcado pela produtividade, competitividade e precariedade de recursos, priorizar os estudos e a consolidação de uma carreira muitas vezes supera o interesse em sair para conhecer alguém e transar. Além disso, há um aumento no número de pessoas que se identificam como assexuais, ou seja, que sentem pouca ou nenhuma atração sexual por outros.
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Mais do que simplesmente transar menos, diversas pessoas — e não apenas os jovens — têm optado por ficar sem sexo. Se há alguns anos essa escolha seria motivo de piada entre amigos, hoje o celibato voluntário é exibido com orgulho nas redes sociais. As hashtags relacionadas ao assunto acumulam milhões de visualizações no TikTok, frequentemente associadas a outras que fazem alusão a “jornadas de cura”, saúde espiritual e equilíbrio mental. Nessa narrativa, o celibato é associado a práticas que vão de reiki a alinhamento de chakras. Basicamente, a ideia vem surfando na onda de wellness que ganhou popularidade nos últimos anos, e é endossada por gurus e afins. Muitos adeptos se gabam de quantos dias já passaram sem sexo, argumentando que essa escolha traz vários benefícios, como maior clareza mental e aumento de energia. Até a cantora Anitta revelou, em entrevista ao podcast High Low, apresentado pela modelo Emily Ratajkowski, que ficou sem transar por quase um ano. E que depois do celibato passou a ser mais seletiva com quem e quando fazer sexo: “Dá muito trabalho trocar energia com pessoas”.
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Obviamente, adotar comportamentos sexuais imprudentes e cultivar relações tóxicas pode afetar negativamente na saúde física e mental. No entanto, não existe evidência científica que comprove que o sexo, por si só, seja prejudicial. Na verdade, vários estudos apontam justamente o contrário. Se você quiser ficar sem transar, tudo bem. Mas isso não significa que o celibato seja capaz de gerar os efeitos descritos em milhões de vídeos feitos por autoproclamados "especialistas" nas redes sociais. Se você enfrenta questões de saúde mental, é mais apropriado procurar um psicólogo, psicanalista ou psiquiatra. Além disso, vale observar o viés moralista de certos vídeos. Muitos deles flertam com ideias misóginas, exaltam a “pureza” e se referem de maneira depreciativa às pessoas — especialmente as mulheres — que mantém relações casuais. Por essas e outras, essa onda de celibato voluntário pode sinalizar um retrocesso em relação às liberdades sexuais conquistadas nas últimas décadas. Existe ainda oo risco de que informações equivocadas e desatualizadas sobre sexo desorientem os jovens que estão começando a explorar a sua sexualidade.
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A falta de sexo pode ser uma realidade até mesmo pra quem está em um relacionamento estável e, muitas vezes, está ligada à falta de tempo. Por isso, em meio a rotinas extremamente apertadas, mais casais têm decidido agendar momentos íntimos para garantir a intimidade.
O problema é que, pra uma galera, a transa com hora marcada parece menos sexy. E dá pra entender, afinal, se pensarmos bem, o sexo considerado bom — como o retratado na literatura e no cinema — é aquele espontâneo, que parte de um rompante inesperado de tesão. Se você pensa assim, mas tá foda encontrar um tempo pra deixar as coisas fluírem naturalmente com a pessoa amada, veja por outra perspectiva: saber quando as coisas vão rolar ajuda a se preparar. Um banho especial, lubrificante à mão, camisinha ao alcance, privacidade garantida, tempo de sobra pra investir nas preliminares... Tudo isso pode contribuir pra qualidade da transa.
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No fim das contas, várias coisas prazerosas e significativas que fazemos em nossas vidas são planejadas com antecedência: jantares, viagens, festas etc. Se sexo é algo importante no seu relacionamento, por que não priorizar e agendar? Pra que as coisas funcionem, no entanto, é importante lembrar que sexo agendado não é sinônimo de dever e obrigação. O fundamental é estabelecer uma comunicação clara entre os envolvidos pra tentar criar, intencionalmente, uma ocasião e um ambiente propício pra transa. E se, no final das contas não rolar, tudo bem.
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